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quarta-feira, setembro 09, 2009

Quebrando o Mito Estudar Não Compensa


Relatório “Education at a Glance 2009”, publicado pela OCDE, põe em evidência o atraso qualificacional da população portuguesa. Portugal é dos países em que a remuneração mais aumenta de acordo com o nível de escolaridade.

Cerca de 72,0% da população portuguesa com idade entre os 25-64 anos tinha, em 2007, concluído no máximo o terceiro ciclo do ensino básico (9º ano), 14,0% o ensino secundário e outros tantos o ensino superior. Em termos médios, nos países da OCDE, o valor destes indicadores era, respectivamente, de 30,0%, 43,0% e 27,0%.

Apesar desta diferença estrutural, os resultados configuram melhorias relativas do perfil qualificacional da população portuguesa, cuja população que concluiu o ensino superior e secundário ou pós-secundário aumentou anualmente 6,2% e 5,0% entre 1997 e 2007. Por outro lado, nesse intervalo temporal, o número de adultos portugueses inscritos no ensino superior e no ensino secundário ou pós-secundário aumentou 7,5% e 6,3%, enquanto esse crescimento foi de 4,5% e 1,9% nos países da OCDE.

Portugal é o terceiro país da organização no qual a obtenção de um título académico é mais valiosa do ponto de vista remuneratório, atrás da Hungria e República Checa. Os portugueses com formação superior auferem uma remuneração 77,0% superior à dos que não foram além do ensino secundário ou pós secundário, para uma média nos países da OCDE de 52,0%. Entre a população portuguesa com idade entre os 55 e os 64 anos, detentora de um título académico, esse valor sobe para os 94,0%.

Os portugueses com o ensino superior concluído registavam, em 2007, uma taxa de desemprego mais baixa do que o verificado entre os que não foram além do ensino básico e secundário: 6,6%, para 8,0% e 6,8%, respectivamente. De 1998 a 2007, o desemprego entre a população que não foi além do ensino básico e a que tem formação superior cresceu 3,6 pontos percentuais, enquanto que para a população com um nível de escolaridade intermédio esse aumento quedou-se pelos 1,7 pontos percentuais.

Apesar de o título académico se assumir como um trunfo importante no acesso ao mercado de trabalho e a condições laborais mais favoráveis, 51,0% dos jovens portugueses com idade entre os 25-34 anos estavam, em 2007, desempregados há mais de seis meses – valor, no entanto, inferior ao registado para a população com menor formação. A média deste indicador nos países da OCDE é de 42,0%.

Os dados apresentados revelam que as competências dos alunos portugueses na área das ciências é mais fortemente influenciada pelo perfil social das suas famílias de origem do que na generalidade dos países da OCDE. Em Portugal, 29,1% e 18,0% dos alunos com um nível de competências em ciências considerado bom ou muito bom, respectivamente, provêm de famílias com recursos económicos e culturais abaixo da média nacional. Na OCDE, esse valor é de 36,1% e de 24,6%.

De destacar ainda o facto de Portugal ser, atrás da Coreia do Sul, o país da OCDE que apresenta uma maior desigualdade entre os professores do ensino público em início de carreira e os que se encontram no topo da tabela remuneratória: estes auferem um salário 2,57 vezes superior ao daqueles.

Fonte:
http://observatorio-das-desigualdades.cies.iscte.pt/index.jsp?page=news&id=61

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