A minha Lista de blogues

terça-feira, novembro 30, 2010

As Portagens da AMAL, os Autarcas NIM e a Imprensa Local Assim Assim

Ver aqui a excelente intervenção do Almeida:
http://www.digitalmaistv.com/index.html?id=1459

Os autarcas "nim" estão ofendidos com o autocrático governo de Sócrates por este não discutir com os mesmos a localização dos pórticos a introduzir na Via do Infante e os jornalistas "assim assim" recusam-se, com raras excepções, a dar visibilidade às reindivicações da Comissão de Utentes da Via do Infante. Para além da boa reportagem da Digital Mais TV, o Observatório do Algarve fez o que lhe compete e questionou os decisores sobre as suas opções. Não precisamos que o jornalismo chegue aos calcanhares da Wikileaks, mas também não queremos um jornalismo que se limite a reproduzir a voz dos poderosos. Ficamos a saber que o presidente da AMAL, Macário Correia é muito "responsável" e não se junta aos "protestos de rua" pois estes são "manipulados" pelo Bloco de Esquerda. O presidente da AMAL exige que o governo discuta a localização dos pórticos de pagamento das portagens da Via do Infante. Estamos destinados a ir todos entupir a estrada Nacional 125. Com os autarcas a defenderem o interesse dos partidos, nem podia ser de outra maneira.

Ver mais aqui:
http://contrasensus.blogspot.com/2010/11/finalmente-uma-televisao.html

E aqui:
http://ssebastiao.wordpress.com/2010/11/30/opiniao-sobre-as-portagens/

segunda-feira, novembro 29, 2010

Do Arboricídio Citadino e Da Demência Humana



Mais palavras para quê...

Exmos. Srs.

Vimos pelo presente prestar os esclarecimentos que consideramos necessários, relativamente às podas que realizámos no Largo Manuel Teixeira Gomes e que têm provocado comentários, contraditórios, no vosso Blog, assim:

Efectivamente não é prática da Fagar, EM, efectuar as podas denominadas de atarraque. No entanto em situações em que a arvore promove o conflito aéreo, com marquises, com varandas, com redes viárias e denuncia alguma podridão e fragilidade mecânica dos ramos, como era o caso, teremos que adoptar este tipo de poda.

Relativamente à poda executada, do referido local era muito difícil fazer outro tipo de poda devido às lesões que as mesmas apresentavam e a má manutenção que durante anos não tiveram…

Ponto 1: Ramadas superiores muito podres, e completamente secas (falta de podas anuais);

Ponto 2: Todas as árvores apresentavam zonas com fungos nas ramagens superiores (falta de tratamento adequado);

Ponto 3: As árvores apresentavam também graves problemas de orientação e estabilidade para o local (trata se de uma zona residencial e de passagem de muitas viaturas ), estão a menos de 1 metro da faixa de rodagem onde as viaturas pesadas também contribuíram para o seu mau crescimento e lesões ,desta forma vamos proporcionar um crescimento muito mais saudável e uma orientação adequada para o local;

Ponto 4: Caso não fossem limpas desta forma não teriam muitos mais anos de vida atendendo ao seu estado elevado de lesões, foi feita a sua cicatrização a nível da poda ,e tratamento para os fungos que todas apresentavam;

Ponto 5: Com a chegada da primavera vão ficar muito mais saudáveis e com muito mais longevidade;

PONTO 6: Estas amoreiras negras de folha pequena são árvores que em media nas cidades podem ter um crescimento controlado entre os 4 e os 10 metros e tem uma duração media de vida cerca de 100 anos (estas árvores devem ter cerca de 60 anos mais ou menos).

Estamos certos que agora a nossa acção, nomeadamente, as razões que nos levaram a tomar tão drástica medida, está esclarecida e justificada.

David Santos
Presidente Conselho de Administração
e-mail: presidente@fagar.pt

Ver mais aqui:
http://adefesadefaro.blogspot.com/2010/11/foram-se-as-arvores-do-largo-manuel_29.html

Valer a Pena

Mar Português

Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma nao é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

Fernando Pessoa, in Mensagem

domingo, novembro 28, 2010

O Acordo do IKEA com o Dr. Emídio

Não sei se foi o dr. Emídio que chegou a acordo com o IKEA, se foi o IKEA que chegou a acordo com o dr. Emídio. O que ficamos a saber é que o IKEA vem para a zona do Parque das Cidades. Sendo a atracção de investimento externo uma coisa hipoteticamente boa (ficou por fazer a relação entre a capacidade de criação de riqueza e de emprego e a capacidade de destruição de riqueza e de emprego que um empreendimento deste pode ter associado a si); o processo conduzido pelo dr. Emídio foi tudo menos transparente. Falta saber como é possível que o IKEA tenha comprado os terrenos antes da decisão pública estar tomada e como é possível que se altere o PDM para "meter lá dentro" terrenos agrícolas que de outra forma não podiam ser objecto de área de construção. Onde é que eu já vi uma estória deste tipo?

Ver mais aqui:
http://calcadaodequarteira.blogspot.com/2010/11/nunca-ha-fumo-sem-fogo.html

sábado, novembro 27, 2010

Os Algarvios Descontentes e Os Políticos Que Não Cumprem as Promessas

1. Dizia ontem na TSF um dos algarvios que protestava face à introdução de portagens na Via do Infante que "os algarvios estão descontentes" e que "os políticos não estão a cumprir a palavra dada". Não podia ter mais razão. O outdoor em cima, colocado há dias, pelo Almeida, no blogue Sebastião, ilustra a posição do partido socialista, há algum tempo atrás, sobre a introdução de portagens na Via do Infante. Nós sabemos que para o actual primeiro ministro e para este governo "associalista" o mundo pode mudar várias vezes por dia e quase ao minuto. Mas as populações estão fartas dos políticos recorrerem à mentira como estratégia de manipulação das massas e de serem ignoradas nas suas reinvindicações em prole do direito à existência condigna.

2. No actual contexto político, o protesto em massa possuíndo um efeito simbólico poderoso, é completamente ignorado pelos poderes instituídos, que usam o pretexto da "ditadura dos mercados" e a ideologia das "inevitabilidades" para fazerem ouvidos de mercador e abrem apenas os tímpanos aos interesses dos poderosos que efectivamente contam. A indecorosa excepção aberta ao corte macabro dos salários da função publica está aí para o demonstrar. Temo que na fase final do protesto, as populações partam para a desobediência civil, havendo muita gente que vai optar pelo não pagamento das portagens. Nessa altura o Estado "Austeritário" e Securitário (a compra dos blindados não é inocente) que aí está em risco de surgir, passará a levar a tribunal os "desordeiros" e a transformar em "criminosos" cidadãos de corpo inteiro.

3. Se isso vier a acontecer os autarcas "nim" vão ter que assumir a sua cota parte de responsabilidade nesta triste história. A imprensa local "assim assim", com raríssimas excepções, também pouco mais tem passado do que a "transmissão" das informações que os poderes oficiais lhes fazem passar (não poucas vezes de forma interesseira e habilidosa). Mas esta questão da imprensa regional e a sua relação com os poderes instítuidos é uma questão que teremos todo o gosto em aqui abordar em post futuro. Com autarcas "nim" e uma imprensa local "assim assim" é o interesse dos cidadãos do Algarve que vai ficando para trás.

Ver mais sobre a Marcha da Indignação aqui:

http://contrasensus.blogspot.com/2010/11/balanco-da-marcha-contra-as-portagens.html

E aqui: http://ssebastiao.wordpress.com/2010/11/27/rescaldo-da-marcha-da-indignacao/

Sobre o que passou na TSF ver aqui:
http://tsf.sapo.pt/PaginaInicial/Vida/Interior.aspx?content_id=1721328&tag=Faro


quinta-feira, novembro 25, 2010

A Indignação Já Está em Marcha

A Rua 125 não é requalificável. Fazer dezenas de rotundas umas a seguir às outras, não gera uma alternativa. É preciso que os autarcas Algarvios percebam isso. É já amanhã, a marcha da indignação. Leve uma VUVUZELA porque "eles" não ouvem!

Está tudo muito bem explicadinho aqui:

http://ssebastiao.wordpress.com/2010/11/25/indignacao-e-precisa/


quarta-feira, novembro 24, 2010

Notas de Um Dia de Greve

1. Ao nível nacional - A greve geral foi a maior de sempre da História da Sociedade Portuguesa. Nunca até aos dias de ontem tinha havido uma greve com esta dimensão em Portugal. Como sempre, apareceram alguns membros do governo a centrarem a questão na "guerra dos números" e a desvalorizarem a dimensão do protesto. No actual contexto político a maior parte dos membros do governo só ouve aquilo que quer e entende, o que a maior parte das vezes, é nada. A cada português uma vuvuzela é a única solução para o governo de Sócrates. A mensagem subjacente na dimensão da greve, essa já ninguém a tira.

2. A nível local - Positivo 1: O artigo de opinião do socialista Vitor Aleixo no jornal O Louletano justificando a sua adesão à greve. Totalmente de acordo com a opinião expressa no artigo. Afinal ainda há por cá Socialistas. Positivo 2: Ricardo Tomás e o Clube de Quarteira Socialista de discussão política. Pertinente a ideia, necessária mais do que nunca a discussão política, excelente a iniciativa, boa escolha dos dois primeiros temas. Vamos ver se este sinal de abertura, não é mais um fecho partidário, em torno agora, de outras personagens do partido. Se não fôr apenas isso, o caminho é mesmo esse.

2.1. A nível local - Negativo 1 - O último artigo do dr. Emídio nas (faço esta ressalva entre parenteses porque não encontro adjectivação para tão ilustre recanto jornalístico) colunas reservadas para autarcas no Correio da Manhã. A sua crença nos indivíduos e nas suas capacidades, é o neoliberalismo na sua versão mais pura. Tanta inconsciência de teoria política deveria ser interdita na política. Ficava-lhe muito bem a medicina. Negativo 2 - As afirmações do dr. Emídio que abrem a página do jornal O Louletano: "É preciso fazer mais com menos". Acredito que sim, mas assim eu também era governante de qualquer coisa. Passar a responsabilidade social e política para quem tem que resolver os problemas no terreno e justificar ideologicamente a escassez de recursos, lavando daí as suas mãos como Pilatos o fez perante a condenação à morte de Jesus Cristo, é uma boa forma de acabar com qualquer mínimo de responsabilidade colectiva. O mais ultraliberal dos autarcas do Algarve é o dr. Emídio. E aposto que ele nem sabe disso.

3. A nível internacional - O plano de austeridade do governo Irlandês prevê uma redução do défice público de 32% para 3% em quatro anos. Vai haver sangue, suor, lágrimas e explosão social na Irlanda e a seguir, mesmo já a seguir, é a vez de Portugal. A greve geral foi só o início da luta gigantesca que aí se adivinha. Como já aqui referi, Marx tinha razão. Hoje partilho de uma parte da sua profecia. Isto só lá vai não só com muita agitação, mas com a revolução. Não quero de forma alguma dizer com isto, venha daí o sistema comunista, mas os neoconservadores neoliberais que aqui nos conduziram e que agora nos vendem o "austeritarismo" para sair da crise, têm que por qualquer meio, ser destítuidos dos cargos de poder, ou pelo menos deixarem de "mandar" em quem está em posições de "poder", sob pena de qualquer dia a globalização da miséria deixar o zé povinho sem capacidade de reagir . Um dos caminhos é a luta política; mas já não sei (tenho dúvidas) se no actual estado de coisas, ela chegará, só por si, para isso.

4. Aos quarenta anos de idade, o actual contexto político fez de mim um mini Che Guevara do Algarve. Nunca imaginei que isso acontecesse e muito menos perante a governação de um governo socialista (associalista é talvez o termo mais correcto). É já Sexta-feira a Marcha da Indignação. Faça como eu, mexa-se e proteste, que os autarcas do Algarve, andam por cá, a fazer turismo.

Ver mais aqui:
http://viadoinfante2010.blogspot.com/

PS: A foto foi copiada do blogue Comissão de Utentes da Via do Infante. Volto a colocá-la, porque a escolha da foto não é feita ao acaso. É que ela é uma excelente metáfora.

Este Blogue Hoje Está Em Greve

Por motivos de grande desencanto, de um sério descontentamento com a situação económica e social do país e de um enorme repúdio por quem gere actualmente o país, o dono deste blogue está verdadeiramente zangado...volto amanhã...

segunda-feira, novembro 22, 2010

Uma Vereadora Atenta à Blogosfera

1. Quem não se sente não é filho de boa gente. Hortense Morgado, a vereadora recentemente vítima de "saneamento" (não sei se deva pôr aspas) político por parte do PS Loulé, sentiu-se da crítica a algumas afirmações suas expressas no seu blogue e feitas neste espaço pela minha pessoa. Confesso a minha satisfação pelo acompanhamento de alguns dos principais responsáveis políticos louletanos do que se vai passando aqui na blogosfera. Ao contrário do que se poderia pensar, a blogosfera mais não é do que mais um veículo entre muitos outros, que num tempo recente, veio permitir a explosão da palavra pública através da voz dos cidadãos. É muito positivo que a senhora vereadora valorize o que se passa na blogosfera.

2. Tendo sido talvez duro na crítica, devo dizer que simpatizo bastante com alguns dos aspectos da trajectória política de Hortense Morgado. Do acompanhamento distanciado que faço da política partidária apraz-me dizer que criei a ideia de estar perante uma mulher de convicções políticas. Foi assim a quando da sua posição contra o devastador abate arbóreo levado a cabo pela governação do dr. Emídio em Quarteira. Foi assim a quando perante um feroz ataque da masculinidade hegemónica dos homens de topo do partido, resistiu como poucos o saberiam fazer à luta interna partidária. Foi assim quando se assumiu como vereadora de corpo inteiro na Câmara Municipal de Loulé. O mesmo já não posso dizer de alguns dos consensualismos em "prole do desenvolvimento do concelho de Loulé" que vem manifestando nos últimos tempos como vereadora. Gostei mais da Hortense Morgado que luta pelas suas posições para conquistar posições (legítimas) no partido, do que a Hortense Morgado que "colabora" com o dr. Emídio na "salvação da Nação".

3. A reacção sentida da vereadora da Câmara de Loulé, deve-se à minha crítica à sua posição crítica, de a mesma defender que não basta que os movimentos de cidadãos assumam uma posição crítica face à governação, mas é preciso que os mesmos ajudem a encontrar alternativas e soluções políticas. Ora este é um ponto onde contínuo a exercer a minha postura crítica. Se é certo que não posso estar mais de acordo com a ideia de que cada cidadão deve dar o melhor de si (dentro das suas possibilidades muito desigualmente repartidas consoante os recursos económicos e culturais que dispõe) na construção colectiva da coisa pública, também é certo que a crítica política da crítica, com forte intensidade desde o governo de José Sócrates, mais não tem sido do que o exercer de uma forte pressão política para a anulação da crítica política.

4. É neste sentido que referi que Sócrates fez escola. Se alguns, com o exercício da crítica ao "bota baixismo" o fazem de forma plenamente consciente, sabendo bem o que estão a fazer, acredito, que este seja um discurso, que se compra e que se vende, muitas vezes, de forma mais ou menos inconsciente. Não sei se será o caso da senhora vereadora. Mas o contexto político mais vasto da crítica à "maledicência" deveria levar a uma reflexão do que é afinal a democracia. Esta disputa crítica com Hortense Morgado faz-me levar para uma reflexão que desde à algum tempo para aqui queria trazer. Sejamos claros. Se o discurso político governativo actual recorre à crítica da crítica, para desvalorizar a crítica política, é necessário relembrar com todas as letras que a critica é algo que percorreu toda a história das sociedades modernas, mesmo nos regimes de onde ela aparentemente poderia ser eliminada. Ao contrário do que algumas mentes maniqueístas nos querem fazer crer, o próprio lugar da crítica, tem no seu oposto, inevitavelmente, uma alternativa política.

5. Quanto alguém critica o devastador abate de árvores em frente à Câmara Municipal de Loulé, à Assembleia Municipal de Loulé e à sede do Partido Socialista, esse alguém, está a propor como alternativa social e política que a cidade deve manter as suas árvores, deve manter os seus espaços verdes e assim cultivar a ideia de desenvolvimento sustentável. Quando alguém critica a introdução do pagamento da derrama para os pequenos e médios empresários, está a propor a alternativa social e política de que, face à brutal crise económica, não é mais possível penalizar os pequenos e médios empresários sob pena de os sufocar economicamente. Quando alguém crítica a introdução de portagens na Via do Infante, está a propor a alternativa de não penalizar mais a economia da região e a dizer que não está disposto a correr o risco do aumento da sinistralidade rodoviária na Estrada Nacional 125.

6. Quando alguém crítica, é preciso procurar captar os fundamentos da crítica. Só a brutal incapacidade de escutar a voz dos cidadãos, o mesmo é dizer, a voz do povo, por parte do poder político, pode conseguir transformar a crítica política, no mais vulgar "bota abaixismo". Foi assim que se conseguiu o verdadeiro milagre de juntar mais de cem mil professores contra Sócrates e a sua Ministra da Educação.

7. Recorre Hortense Morgado a uma conhecida citação de Kennedy, para invocar a sua escola democrática. Certo dia, numa prova de exame, nos meus tempos de aluno da universidade, emoldurei a resposta a uma das perguntas colocadas com essa mesma citação: "Não perguntes o que pode o teu país fazer por ti, pergunta antes o que podes tu fazer pelo teu país". Até hoje estou convencido que a mesma professora que me dava sempre boas notas, desta vez utilizou esta passagem para que a nota ficasse por ali. Hoje, à distância, não posso deixar de pensar que esta afirmação de J. F. Kennedy, centrada sobre a valorização do individualismo meritocrático, mais não é, do que uma forma rebuscada de ideologia neoliberal. Em nome da responsabilização individual de cada um, o Estado e a colectividade podem desta forma aligeirar as suas responsabilidades. É esse o centro nevrálgico da ideologia neoliberal. Pior mesmo, depois de Kennedy, só o que que viria a defender Margaret Tacher nos anos 1980: Não existe sociedade, só existem os indivíduos. O descalabro está aí à vista.

8. Por fim, uma pequena observação. O argumento de Hortense Morgado que remete para o "uso da chupeta" não tem validade política. Equivale no espaço da ciência ao argumento "autoridade científica" baseado apenas e só no mero estatuto já conquistado pelo investigador veterano da ciência. Se o argumento "uso da chupeta" tiver valor, Salazar era um modelo perfeito a seguir. Stalin seria um excelente guia ideológico e Hitler um político às direitas. Felizmente o argumento "uso da chupeta" não conta. O que conta em democracia é mesmo o debate e o valor das ideias. Prezo muito que Hortense Morgado acompanhe o que se vai passando na blogosfera. Penso que é um exemplo a seguir pelos outros políticos. Com escuta activa, de preferência.

Ver a resposta de Hortense Morgado à minha crítica aqui:
http://hortense-morgado.blogs.sapo.pt/21383.html

domingo, novembro 21, 2010

Protesto Surpresa Contra As Portagens da Via do Infante

Helder Raimundo entrega uma mensagem de protesto contra a introdução de portagens na Via do Infante ao Presidente da Câmara Municipal de Faro, Macário Correia, no Dia da Memória, junto da Capela da Mãe Soberana. A Comissão de Utentes da Via do Infante considera que a Rua 125 não é alternativa, que não se pode requalificar uma coisa que não é requalificável e que para além dos danos económicos e sociais para a região do Algarve, o potencial aumento de sinistralidade rodoviária resultante do exponencial aumento de circulação na estrada nacional 125 é uma realidade muito provável. O Dia da Memória é também um dia que exige uma responsabilidade acrescida de todos!

Ver mais aqui:
http://viadoinfante2010.blogspot.com/

sábado, novembro 20, 2010

Uma Manhã de Protesto Junto à Casa da Mãe Soberana


Em solidariedade com a Comissão de Utentes da Via do Infante fui este Sábado de manhã participar numa acção de protesto contra a introdução de portagens na Via do Infante. Desde que Sócrates chegou ao governo, que algum do tempo do meu fim de semana que dedico habitualmente a "avançar" no trabalho, se "perde", em acções de cidadania, que as almas mais conservadoras e retrógadas rotulariam de "subversão" da ordem social. Nunca ao longo da minha vida um governo me deu tanto prejuízo pessoal.

Dez e quarenta e cinco da manhã estou a tomar o pequeno almoço no histórico café Cavaco. Em frente, no jardim de São Francisco, um grupo de crianças que não chegavam aos seus dez anos, acompanhados por um grupo de adultos, despertava consciências para a importância das questões ambientais.

Chego ao lugar do encontro, no Convento de Santo António e algumas impressões me percorrem a alma. A primeira diz respeito ao estado de degradação da zona exterior ao convento. Para quem quer fazer do mesmo, um cartão turístico de visita, era bom que se pensasse a requalificação do seu espaço exterior.

Em frente, aprendi nesta mesma manhã que estava a funcionar o mercado que é conhecido pelo "mercado dos ciganos". Sou confrontado, no imediato, com uma das mais poderosas marcas de segregação espacial, social e "étnica" dos territórios contemporâneos. O chão de terra batida está enlameado devido à chuva dos últimos tempos. Os ciganos são decididamente gente que toda a gente quer bem longe de si.

Dirijo-me então com os meus colegas de manifestação à casa da Mãe Soberana. Subo a mítica ladeira que dá acesso à capela e penso imediatamente nos bravos Homens do Andor que na grande festa da Mãe Soberana têm a coragem de a levar por ali acima aos ombros. Com quase cem quilos de peso, corro atrás do meu parceiro de faixa de protesto, pensando que a causa vale o esforço. Chegamos quase ao mesmo tempo da comitiva oficial.

Agarro num extremo da faixa com a mensagem de protesto e fico ali, firme e hirto, sabendo que a faixa falará por si própria. Comigo está gente de meia idade, gente responsável que exerce as suas profissões e que acha que a causa merece o seu tempo e esforço no investimento da cidadania em prole da região do Algarve.

Tudo a decorrer com a maior serenidade quando, de repente, vindo não se sabe de onde, um adjunto do governo civil se dirige a um dos elementos do grupo, que segura numa faixa de protesto e se empolga numa veemente contestação ao acto de cidadania que ali estava a ter lugar. O clima sereno do protesto por momentos pareceu entrar em ruptura. A acesa troca de palavras por pouco não gerava um desnecessário "incidente" de pancadaria. Não fica nada bem a um adjunto do governo civil a manifestação de um acto de cultura não democrática perante os cidadãos do Algarve.

O protesto, tal como a greve, é um direito consagrado constitucionalmente na República Portuguesa. Que o senhor adjunto do governo civil tenha outra opinião sobre as portagens na Via do Infante, está em todo o seu direito em tê-la. Não pode, até em função do cargo que representa, medir a democracia portuguesa, pela sua concepção reduzida de democracia, sob pena de qualquer dia, esta deixar de o ser. Afinal de contas, aquilo que verdadeiramente interessa aqui, é que todos os cidadãos defendam os interesses do Algarve e dos algarvios. A "estrada da morte", lembram-se?

PS: A foto em cima retrata um dos membros da Comissão de Utentes da Via do Infante no momento do protesto.

sexta-feira, novembro 19, 2010

Cidadãos Substituem Os Políticos Na Defesa Dos Interesses Do Algarve

"A Comissão de Utentes da Via do Infante vai realizar a sua 1ª 'acção-surpresa' contra as portagens na Via do Infante, amanhã, sábado, dia 20, em Loulé, com concentração pelas 11h00, junto do Convento de S. António (na base da Igreja da Mãe Soberana). A acção de protesto insere-se nas comemorações do Dia da Memória, organizado pelo Governo Civil de Faro e que pretende homenagear as vítimas de sinistralidade rodoviária. Para não acrescentar mais mortes à morte na EN125, com a introdução de portagens injustas e penalizadoras na Via do Infante, o protesto será feito junto da senhora governadora civil e da comitiva que se deslocará de Faro a Loulé (Igreja da Mãe Soberana). Contamos com o contributo de todos/as."

Ver aqui: http://loule2009.blogspot.com/2010/11/accao-surpresa-contra-as-portagens-na.html

e aqui: http://ssebastiao.wordpress.com/2010/11/19/dia-da-memoria/

quinta-feira, novembro 18, 2010

Do Operariado ao Precariado

Das metamorfoses da luta de classes

Das Regressões Sociais Associalistas

"Sim. É para sempre. É um corte para sempre." A declaração é do ministro de Estado e das Finanças, Teixeira dos Santos, ontem, no Parlamento, sobre os cortes salariais na Função Pública a vigorar em Janeiro de 2011.

http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/politica/reducao-salarial-e-para-sempre131928777

O Povo do Poceirão Anda Preocupado

"O povo do Poceirão anda preocupado. É lá que, segundo garante quem manda, no primeiro trimestre do próximo ano arrancam as obras da alta velocidade, mas as incertezas são muitas entre aquela gente que vive quase toda do cultivo da terra. Haverá mesmo uma estação na aldeia? Além do desenvolvimento, o que mais vem com os comboios novos? Mais crime? Mais imigrantes à procura de trabalho e que depois engrossam as fileiras dos desempregados? As perguntas são muitas e as respostas, dizem, poucas. É que "já se disse de tudo e o seu contrário", lembram alguns. O PÚBLICO foi conhecer "a terra mais falada na televisão, mas que poucos sabem onde fica", como afirma o presidente da junta de freguesia. Bem-vindos ao Poceirão, terra de vinhos, que "cumpre a tradição" e que vai ligar Portugal à Europa da alta velocidade. Pelo menos para já."

in http://economia.publico.pt/Noticia/o-tgv-ainda-nao-deu-nada-ao-poceirao_1459233

E do Poceirão a Lisboa a malta vai de burro ou de taxi...sei lá...logo se vê quando lá se chegar...

quarta-feira, novembro 17, 2010

Este indicador estatístico conta?

A taxa de desemprego foi de 10,9% no 3º trimestre de 2010

A taxa de desemprego estimada para o 3º trimestre de 2010 foi de 10,9%. Este valor é superior em 1,1 pontos percentuais (p.p.) ao observado no período homólogo de 2009 e em 0,3 p.p. ao observado no trimestre anterior. A população desempregada foi estimada em 609,4 mil indivíduos, verificando-se um acréscimo de 11,3% face ao trimestre homólogo e um acréscimo de 3,3% em relação ao trimestre anterior. O número de empregados diminuiu 1,1% quando comparado com o do mesmo trimestre de 2009 e 0,6% relativamente ao trimestre anterior.

Fonte: www.ine.pt

terça-feira, novembro 16, 2010

António Aleixo

Quem só veste o que lhe dão,
Vive sempre no inferno:
Traz sobretudo no v’rão
E anda em camisa no inverno.

segunda-feira, novembro 15, 2010

Tia Anica De Loulé: Novo Blogue Louletano

http://tiaanicadeloule.blogspot.com/

Muitos anos de vida!

domingo, novembro 14, 2010

Blogosfera Louletana em Destaque

O primeiro, o blogue do António Almeida, sobre os desvarios do Dr. Emídio;
http://ssebastiao.wordpress.com/2010/11/14/loule-a-cidade-fechada/

O segundo, do Helder Raimundo, que nos lembra, através de uma foto do blogue do António Almeida, como a memória dos líderes partidários locais é curta (e despida de coluna vertical!);
http://contrasensus.blogspot.com/2010/11/luta-contra-as-portagens-na-via-do.html

O terceiro, o da ex-vereadora socialista, agora já mais independente, que convida à pratica da democracia, mas com muito respeitinho, pois os movimentos reivindicativos, passo a citar: "devem fazer mais do que criticar. É preciso ajudar a realizar, ao invés de só reclamar". Sócrates fez escola;
http://hortense-morgado.blogs.sapo.pt/20908.html

sábado, novembro 13, 2010

Agitar as Massas



Bom fim de semana! Ter um puto de cinco anos em casa é uma aprendizagem fabulosa...

Novo Surto de Imbecilidade Política

Acabo de ver o Jornal da SIC Notícias das 24 horas. Os media, Sócrates, o aparelho político corporativo que gira em torno de Sócrates, e Pedro Passos Coelho reagiram em massa, qual reflexo condicionado pavloviano, a uma ligeira subida de um indicador económico bem selecionado entre muitos outros de sinal contrário, para nos vender novamente um optimismo agora já não só irrealista, mas imbecilizado. Quando a bancarrota se anuncia, quando o silêncio político cobarde em torno dos direitos humanos na China a quando da visita do grande ditador (é assim não é?) teve contornos de humilhação semelhante ao Ultimatum de 1890 e quando se espera a todo o momento a chegada do FMI, os nossos governantes viram, num efeito miraculoso de ilusão de óptica, a salvação da nação, na capacidade de exportação do aparelho produtivo português. Não há pachorra.

quinta-feira, novembro 11, 2010

Desempregados@hotmail.com

Na mesma semana que a ministra do Trabalho e da Solidariedade dizia publicamente nos media nacionais que "ninguém vai ser abandonado" e do que se trata é de "fazer mais com menos" (por onde andas, oh socialismo!) a Groundforce despedia por email centenas de trabalhadores no Algarve, região esta com a taxa de desemprego actualmente mais alta do país. É todo o sistema capitalista na sua forma selvagem de funcionar que é necessário questionar. Se o "poder" (?) político não regular democraticamente as "forças do mercado" neoliberal e continuar a actuar políticamente no sentido progressivo do enfraquecimento do seu próprio poder (isto é, o político) esta história não vai ter um final feliz para o ainda rico mundo dito ocidental. O compromisso entre capitalismo e democracia vai acabar por colapsar. A luta social tem que ser levada a cabo nas mais variadas frentes. Ao nível local, regional, nacional e internacional. Marx tinha razão. Trabalhadores e desempregados de todo o mundo, uni-vos!

Ver mais aqui:

quarta-feira, novembro 10, 2010

Questionando a Monoreligiosidade do Pensamento Económico Hegemónico

Ora espreitem lá esta lição de cidadania dada por um grupo de cidadãos:

http://ww1.rtp.pt/multimedia/progVideo.php?tvprog=21175&idpod=

terça-feira, novembro 09, 2010

Elevar o Gosto

Felizmente Ainda há Quem Não Coma e Cale: É que Abril Não é Apenas uma Data, é Todo um Ethos, Uma Maneira de Estar na Vida

"Tem sido dito, e com verdade, que a Via do Infante não tem comparação possível com as auto-estradas do Norte e do Centro e que, em algumas áreas são um enxame. Além disso, também foi já dito que a velha EN 125 não tem possibilidades de “requalificação” e se nesta se insistiu levando-a avante, foi no interesse exclusivo de empresas projetistas e construtoras, para ganharem algum com umas rotundas aqui, umas voltas ou reviravoltas acolá, mais uns troços que destroçam além ainda mais o que destroçado está. A 125 está praticamente toda urbanizada e ocupada, como estrada só existe no mapa pois no terreno é uma grande rua com travessas, alguns becos e milhentos enfiamentos inomináveis para urbanizações de casinhotos. É certo que a 125 liga terra a terra ou localidade a localidade, mas a cada ligação dessas corresponde uma ratoeira à entrada e outra à saída, além das armadilhas pelo meio, e tanto assim é que já tiveram que colocar em extensas áreas, separadores que nem nas auto-estradas existem, verdadeiramente uns muros de Berlim separando populações, interesses, vizinhanças e serviços e que nem acessos novos em redor e na proximidade evitaram e evitam... Requalificar a 125 como estrada é deitar dinheiro à rua, como estão a deitar, e o resto se verá – cada câmara isoladamente agradece tal requalificação (sempre é mais uma obra) mas numa perspetiva de região, a requalificação é um desastre."

Ver aqui o original por Carlos Albino:
http://smsjornaldoalgarve.blogspot.com/2010/09/sms-381-instalada-confusao.html

domingo, novembro 07, 2010

Ter o Bolo ou Comer o Bolo

1. Antes do jogo Porto-Benfica, disse em jeito de brincadeira que o Benfica levaria uma abada tão grande quanto a abada que Manuel Alegre vai levar de Cavaco e Silva nas próximas eleições. O Porto do ano passado tinha Hulk e o Benfica tinha Ramirez e Di Maria. Hulk quase dava para os dois, mas eles sempre eram dois. O Benfica deste ano não tem Ramirez e Di Maria e o Porto tem Hulk. Não se pode ter tudo. Querer ter o bolo e ao mesmo tempo comê-lo nunca deu bom resultado. Hulk é neste momento um dos melhores do mundo. O Porto de Hulk volta a ser a melhor equipa portuguesa.

2. Manuel Alegre é a favor da greve geral contra o governo de Sócrates (João Proença diz que não é nada disto) e é por sua vez apoiado pelo governo de Sócrates que gerou a greve geral que leva Alegre a contestar as políticas de Sócrates. Não se pode ter o bolo e comê-lo. As nossas escolhas, queiramos, ou não, têm consequências e as consequências para Alegre das suas escolhas é ser goleado eleitoralmente por Cavaco. Por seu lado, o partido que se diz socialista vai entrar em processo de sportinguização. Ter o bolo ou comer o bolo. Essa era a questão.

Do Empobrecimento das Classes Medias

Título do jornal Público de hoje: Classes "médias" recorrem à sopa dos pobres. A crise a provocar mobilidade social descendente. Sabendo nós que a experiência de regressão social é muito mais dolorosa do que a não ascenção social, o tempo é explosivo do ponto de vista das frustrações relativas e dos ressentimentos sociais. Como diz Boaventura de Sousa Santos é a democracia a caminhar para o seu suicídio.

Ver aqui o original: http://www.publico.clix.pt/Sociedade/a-classe-media-esta-a-chegar-a-sopa-dos-pobres_1464718?all=1

sábado, novembro 06, 2010

Das Filas do Desemprego

Notícia de primeira página no Correio da Manhã: Desempregados fazem fila de madrugada. Um dia destes saia eu de casa para o emprego, sete da manhã e já os desempregados faziam fila à porta do Centro de Emprego. O exército de reserva atinge em Portugal e em particular no Algarve proporções inéditas para os números a que estavamos habituados. As políticas de emprego têm que ser uma prioridade, sob pena de naturalizarmos aquilo que não tem que ser uma inevitabilidade.

sexta-feira, novembro 05, 2010

Movimento Perpétuo Associativo



Bom fim de semana...

quarta-feira, novembro 03, 2010

Quadros de Um País



http://observatorio-das-desigualdades.cies.iscte.pt/index.jsp?page=news&id=131

Aqueles 72% de população adulta dita activa, que tem o 9º ano ou menos, são fundamentais para perceber o país que somos ou não conseguimos ser. Na economia, na cidadania, na exigência face à qualidade dos poderes públicos, no prazer da chico espertice que há em cada um de nós quando nos vangloriamos de "enganar o Estado", etc, etc, etc...Um drama nacional...e não, não somos um país de doutores.

terça-feira, novembro 02, 2010

Das Bronquites do Capitalismo

1929