Ilda Figueiredo em Entrevista ao jornal Sol em 22/05/2009
Excertos de entrevista
Será possível a UE funcionar de outra maneira, com 27 países?
Subjacente a essa pergunta está a ideia de só há uma via. Não aceito isso! A História do pensamento único devia estar arrumada. Basta ir à América Latina para ver como estão a ser construídas novas formas de cooperação entre Estados.
O que devia servir de exemplo?
Aprender-se como é possível manter a soberania e cooperar na base da igualdade de direitos entre Estados. Os líderes da UE estão a tentar avançar com uma integração capitalista, federalista e militarista nas costas dos povos. A França e a Holanda disseram não à dita Constituição Europeia, e eles mudaram-lhe o nome, tiraram-lhe o hino e a bandeira e chamaram-lhe Tratado de Lisboa. Depois foi a Irlanda, e mesmo assim insistem. Esta democracia de chantagem, tenham paciência, não estou de acordo com ela.
Essa falta não fica resolvida agora? Bastaria os portugueses voratem noutros partidos...
Não, não fica resolvida. O Tratado de Lisboa implica grave perda de soberania para Portugal e isso nenhum partido tem o direito de o fazer sem ouvir o povo português. mas o povo não se faz ouvir só nas eleições e não fica parado. Foi o que aconteceu por exemplo com os professores, com os agricultores...a lista é enorme. Vamos ter um crescendo de tensões sociais.
Nestes dez anos, é justo dizer-se que se identifica cada vez menos com a UE?
Identifico-me com uma Europa Social, dos povos e dos trabalhadores, que está longe de ser construída, nem há dez anos nem hoje. Mas continuo a lutar por ela.
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