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segunda-feira, maio 18, 2009
A Europa tão longe e aqui tão perto
É sabido que há muito boas razões para nos preocuparmos com as eleições europeias. Noticiava o jornal Sol deste fim de semana que 60% da legislação nacional obedece a Bruxelas. Embora a deusa Europa pareça estar "lá longe", ela verdadeiramente entra na vida diária e quotidiana de cada um de nós. Recebemos, à luz das directivas europeias, milhões de euros, para plantar girassóis (as famosas plantações de girassídio) e destruir a nossa capacidade produtiva agrícola nacional. Trocámos e emprestámos ovelhas, cabras, vacas e outros desgraçados animais, para receber os sempre apetecíveis "fundos comunitários". Trocamos terra produtiva, de oiro alimentar, por jipes de quatro rodas que aumentaram o nosso status social e nos fizeram passear na Ovibeja, cheios de orgulho nacional. Jogámos fora fruta, em quantidades massivas, para não ultrapassar as cotas de produção dos mercados, definidas pelos eurocratas. Melhorámos as nossas práticas ambientais por imposição e pressão "externa" de alguns dos melhores deputados europeus. Passámos a apostar e a valorizar um pouco mais a formação profissional dos trabalhadores nas nossas empresas e metemos ao bolso uma outra parte da aplicação dessas mesmas verbas. Trocámos o escudo de muitas dezenas de anos, pelo euro, que temos a impressão de ter ajudado a encarecer o nosso nível de vida. Investimos com dinheiro da europa na construção de autoestradas e outras que tais e afundámo-nos nessas mesmas auto-estradas à procura do fio do horizonte no negro alcatrão. Perdemos uma parte da nossa soberania nacional e os instrumentos financeiros e monetários de gestão da crise económica e social, ficando na dependência e nas mãos do Banco Central Europeu não eleito democraticamente e que nos desgraça as prestações da casa ainda por pagar. Destruímos a nossa frota de pesca, para nos banharmos a nado na maior zona marítima europeia, que é a portuguesa. Aplicámos fundos na reestruturação de muitas das empresas nacionais e desperdiçámos outros tantos, noutras, que faliram de forma indecentemente fraudulenta. Passámos a sobrepor, à nossa identidade nacional, a identidade europeia, embora muitos de nós sejam, ainda e apenas, da freguesia de São Sebastião na "vila" de Loulé. Passámos a ver-nos como próximos dos países mais desenvolvidos da europa e do mundo e adoptámos comportamentos de ricos com salários de gente pobre. Circulamos livremente na Europa sem necessidade de passaporte e abrimos as portas cá em casa, ao médico russo que nos salvou a vida, à ucraniana da pastelaria que nos serve o nosso café preferido, ao moldavo que nos fez a vivenda sem recibos de cor alguma, ao espanhol que nos trará o virus da gripe A e à prostituta romena que ataca na avenida das jóias da coroa. Passámos a ter que deixar de comer a bela carne de porco à saída da matança e os chouriços feitos na casa da vizinha. Fazemos mais férias pela europa fora e temos agora um corpo político internacional, de políticos europeus, que não conhecemos, mas a quem podemos treinar a nossa "maledicência" tão odiada pelo porreiríssimo europeu Sócrates. Inventámos o "cherne" à maneira portuguesa e servimos de mordomos de guerras criminosas às ordens do senhor Bush. Temos um Tratado da Europa, que é bom, porque é de Lisboa e uma Estratégia que de Lisboa já só lhe resta é mesmo o nome. Por tudo isto e muito mais, dia 7 de junho, não podemos ficar em casa. É que se não formos nós até à montanha, a montanha entra de rompante pela nossa casa a dentro. Dia 7 de Junho, é tempo de deixar de ser porreiro, pá!
Faço da vida um caminho em que a felicidade está nas pequenas grandes coisas que o mundo nos permite desfrutar.
"Carpe Diem"
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Sinto-me refém!
ResponderEliminarO que fazer? o que fazer?
Que força esta amigo?
Abril já foi!
Maio está no fim?
Estou de mal comigo,sinto que não fizemos o que deveria ter sido feito.
E agora?
Sinto-me refém!...
maria.
Olá Maria. Eu apesar de parecer péssimista estou cheio de esperança no futuro e nas jovens gerações. Felizmente que há muita coisa que melhorou nos últimos anos.
ResponderEliminarUm grande abraço e obrigado pelas visitas.
João Martins