Movimento de Defesa do Pontal
Frente pelo ambiente
A cidadania está cada vez mais activa no Algarve. Após um interregno de quatro anos, o «Movimento de Defesa do Pontal» está de novo em acção. Assume-se como um grupo aberto a todos os cidadãos, associações ambientalistas e organizações, e até a partidos políticos interessados numa causa comum. Querem encontrar soluções para que a mata do Pontal - uma zona florestal localizada no Parque Natural da Ria Formosa, entre Faro e Loulé – seja mais verde e um espaço aberto a toda a comunidade. Recentemente, caminhámos com este grupo até à linha da frente.
“O Parque Natural da Ria Formosa está permanentemente ameaçado. Uma legislação permissiva, baseada em Projectos de Interesse Nacional (PIN), facilita que novos projectos turísticos e imobiliários sejam apresentados para esta área protegida”.
É este o principal argumento que está na origem do «Movimento de Defesa do Pontal», uma plataforma aberta à sociedade civil que defende um novo modelo de gestão ambiental para esta área sensível, entre Faro e Loulé.
O Movimento voltou ao activo na sequência da notícia do interesse de investidores russos em aqui edificar um hotel, 120 moradias e 409 apartamentos (2502 camas), ao abrigo da classificação de Projecto de Interesse Nacional (PIN).
Desta vez, o cimento não chegou a ir à betoneira. O estato PIN foi negado pelas autoridades e o plano inviabilizado. Mas isso, por si, não é motivo para cruzar os braços. O Movimento entende que toda esta zona está cada vez mais degradada e que nunca prestou qualquer serviço às populações vizinhas.
“A nossa ideia é mudar o rumo das coisas, e sobretudo aquilo que o Estado entende como actividade possível das pessoas nos Parques Naturais”, explica o professor universitário Patrício Serendero, ligado ao Bloco de Esquerda.
Actualmente, o Pontal (também conhecido como Ludo) pertence quase na totalidade a privados. “Os proprietários não podem construir aqui, e o Estado também não pode investir porque não é dono dos terrenos. Isso cria uma situação de impasse absoluto”, diz. Este dilema jurídico-legal impede a utilização de forma sustentável e ecológica pelo público em geral, situação que o Movimento ambiciona mudar.
“Nós defendemos um conceito de utilização recreativa, no sentido das pessoas poderem utilizar a Natureza e o que ela oferece. Da mesma forma que vão a um museu para ver a criação humana que ali é preservada e pagam pelo serviço de educação e cultura que recebem, achamos que deveria acontecer o mesmo com as áreas naturais”, considera.
Assim, “basicamente com um montante que ronda os 2 milhões de euros”, seria possível fazer estruturas como um parque de merendas, um parque de campismo, reabilitar trilhos para caminhadas a pé, passeios de bicicleta e equestres. E ainda implementar um importante projecto de reflorestação para recriar a floresta original que aqui existia.
“Isso seria uma das contrapartidas a oferecer aos proprietários dos terrenos, para que as pessoas os pudessem utilizar”, explica João Brandão, também professor da Universidade do Algarve. No fundo, seria criar zonas de livre utilização da mata e manter o espaço ordenado, limpo e futuramente livre da ameaça do betão desenfreado.
Os responsáveis consideram que um dos melhores exemplos de correcta utilização e gestão naquela zona acontece há já vários anos. O Motoclube de Faro utiliza um terreno daquela mancha verde onde realiza a sua concentração internacional de motas (que este ano decorre de 16 a 19 de Julho).
Actualmente, o movimento está também a lançar o debate e a discussão pública sobre a melhor forma de implementar estes projectos. Se quiser participar, fazer sugestões, ou simplesmente acompanhar o progresso, consulte o blog defesadopontal.blogspot.com/
Ler mais aqui: http://www.algarve123.com/pt/Artigos/3-313/Frente_pelo_ambiente
Muito importante esse Movimento.
ResponderEliminarDesejamos sucesso em suas ações.
Interessante é o fato que aí em Portugal o Movimento em Defesa do Pontal luta pelo Meio Ambiente. Aqui em Porto Alegre os defensores do Meio Ambiente dizem NÃO AO PONTAL!
O nosso "Pontal" é apenas um projeto imobiliário que causará sérios danos ao nosso ambiente natural e ao urbanismo da nossa cidade.
Abraços e boa luta a todos
Cesar
ISTO ALÉM DE INTERESSANTE !
ResponderEliminarO TRABALHO DE VOCÊS É CONPROBATÓRIO;
QUE AS LUTAS AMBIENTAIS E INJUSTIÇAS SOCIAIS, A SOLIDARIEDADE,ETC.SÃO UNIVERSAIS.
PARABÉNS A TODOS,
FIRME NA LUTA.
eduino de mattos
porto alegre rs - brasil
Olá César,
ResponderEliminarA causa é a mesma. A luta pelo desenvolvimento sustentável e contra os desenvolvimentistas a qualquer preço.
Até podiamos pensar numa forma de internacionalizar a visibilidade de ambas as lutas.
A luta pelo pontal, daqui, é, aí, a luta contra o pontal. Não deixa de ser irónico. Os valores que se defendem em ambos os casos são precisamente os mesmos.
Um grande abraço
João Martins
PS: Vou acompanhando à distância as vossas lutas e torcendo por vocês.
Caro Eduíno de Matos,
ResponderEliminarObrigado pelo estímulo e força para vocês também ai em Porto Alegre. Isto significa que o movimento ambiental está vivo!
Um grande abraço
João Martins
Aqui em Porto Alegre (fundada por casais de Açorianos) também lutamos contra um empreendimento
ResponderEliminar{Pontal do Estaleiro) que agride o meio ambiente.Como sou um internacionalista apóio e divulgo a luta de vocês por um Pontal livre da degradação. Boa luta.
"...que não pertencendo a nenhum movimento partidário..." Nada mais perigoso para a democracia e a defesa dos espaços naturais que esta vossa introdução. Depois publicitam um professor catedrático do BE. Revejam bem a linha de conduta porque, afinal, a liberdade de que se goza deve-se, em parte aos partidos, mesmo àqueles que pouco ou nada fizeram por isso.
ResponderEliminarCaro anónimo. Sim. No caso deste blog "não pertencendo a nenhum movimento partidário". Mas são bem vindos gente de todos os partidos que queiram defender esta nobre causa da mata do pontal. Não confundir o movimento de defesa do pontal, aberto a todos os cidadãos, movimentos e partidos, com este espaço aqui. Neste espaço reconhece-se a importância clara dos partidos para a democracia, apenas se defende que os partidos não esgotam, nem de longe, nem de perto, a democracia. E os partidos neste momento, sobretudo os partidos desse imaginário "centro" se não se repensarem seriamente são extremamente prejudiciais à democracia portuguesa. Os melhores cumprimentos.
ResponderEliminarE seja bem vindo à causa, se entender que ela merece o seu apoio. Obrigado pela visita.
João Martins