Henrique Neto:
"(...) De facto, as sucessivas intervenções do ministro da propaganda do PS caracterizam-se pelo dogmatismo, pela política da verdade única e pela incapacidade de compreender que um partido político moderno é mais de que a arregimentação de militantes passivos, que por seguidismo, necessidade ou medo deixaram de ter ideias e vontade próprias."
"Há de facto medo no PS e na sociedade portuguesa, pelos mais variados motivos. Têm medo os empresários, de que não lhes sejam permitidos os apoios, ou os financiamentos dados a outros; têm medo os funcionários públicos, relativamente aos chefes de nomeação política; têm medo os professores, da avaliação e do ministério, avaliação necessária mas imposta; e têm medo muitos militantes socialistas de perderem os seus lugares, ou o acesso aos benefícios pessoais que retiram da actividade política. Lugares e benefícios que há muito deixaram de ser decididos pela razão do mérito e que agora são o resultado da fidelidade ao chefe."
"(...) O PS, como partido político da liberdade e do debate político e das novas ideias para Portugal, já não existe e o que há são sedes sem vida, militantes que olham a competição e a concorrência com medo, a quem permanentemente é incutida a ideia de que divergir e criticar é traição ao PS e benção para os adversários políticos. "Quem se mete com o PS leva", fez escola no PS."
PÚBLICO, 7.02.2009
Sem comentários:
Enviar um comentário