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segunda-feira, novembro 10, 2008

A Voz da Rua

Orgulho Ferido



Fossem os professores uma classe social e teriamos o perfeito exemplo marxista da passagem de uma classe em si para uma classe para si.

Unir perto de 120 mil professores nas ruas de Lisboa é obra.

E Sócrates o que disse?

"O secretário-geral do PS, José Sócrates, lamentou domingo, em Coimbra, o “oportunismo político” dos partidos da oposição, sobretudo do PSD, nas reacções à manifestação de milhares de professores sábado em Lisboa, contra o processo de avaliação.
Intervindo no XIII Congresso Distrital do PS de Coimbra, José Sócrates considerou “lamentável o oportunismo dos partidos”, que “devem servir defender o interesse do geral do país e não para se colarem a reivindicações corporativas na esperança de ganhar uns míseros votos”.

“Os partidos da oposição sem tema e sem discurso andam à procura é de qualquer manifestação ou descontentamento para então poderem liderar. O que ficou visível foi que os partidos fizeram um lamentável aproveitamento político da manifestação”, criticou o dirigente socialista e líder do Governo.

Já não esperava nada dos partidos à nossa esquerda, que têm a habitual estratégia do protesto, mas que o principal partido da oposição, que ainda há uns meses atrás aquando da outra manifestação dizia ao PS que se recuasse era um vergonha, venha agora dizer que o Governo deve recuar”, enfatizou José Sócrates, bastante aplaudido pelos congressistas.

Salientando que o Governo se mantém firme para “defender o interesse nacional”, o secretário-geral do PS afirmou que a “avaliação de professores é essencial para que [se possa] garantir um sistema justo e também uma escola pública de qualidade que se orgulhe dos seus professores”.

“O que é que o maior partido da oposição quer? Que o Governo desista da avaliação, que voltemos à situação da promoção automática, à situação em que os professores são todos iguais, não é possível distingui-los”, disse.

“Tenho a certeza que todos compreendem que o pior que existia em Portugal era o sistema que se baseava apenas a promoção automática”, sublinhou, convicto de que “o perfil da situação social dos professores será melhorado quando os portugueses souberem que, tal como outros profissionais, também eles são avaliados”.

Para José Sócrates, o modelo de avaliação é “acto de justiça e de reconhecimento”.

Na sua intervenção, o líder socialista não poupou também os sindicatos de professores, a quem acusou de não respeitaram o memorando de entendimento assinado este ano com o Ministério da Educação."

in
http://www.maraoonline.com/MARAO/MARAO_online/EBF15149-DAF2-4436-BC8D-17E4CFD51B75.html

Sócrates não entende o lugar dos protestos na democracia. Não distingue o que é a luta pela dignidade de uma profissão, que passa por um processo de desprofissionalização crescente, de uma "reinvindicação corporativa". Não tem uma cultura democrática que lhe permita viver bem com a crítica política. Tem raiva dos partidos políticos à sua esquerda (que lhe vão tirar a maioria absoluta) e se pudesse extinguia os sindicatos pois não percebe o seu papel nas sociedades democráticas.

Sócrates no fundo, no fundo, quer governar um país como quem administra uma grande empresa. O governo da nação substituido pela administração das coisas. Eis o sonho de Sócrates.



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