Infelizmente, Portugal não espera neste momento por nenhum Dom Sebastião e não tem a sorte que tiveram os americanos em ter Obama. Não se vislumbra no fundo no túnel nenhuma luz que possa vir a guiar os portugueses.
O posso, quero e mando, do autocrata Sócrates, já não se consegue confundir mais com "determinação" e a crise económica e social do país, já não se compadece com o mais vigoroso ataque aos direitos sociais conquistados desde Abril de 1974, sem que a rua se manifeste.
Sócrates atacou a dignidade profissional dos professores no seu âmago profundo. Perdeu a guerra do ataque aos direitos das populações do interior do país, face ao acesso à saúde. Atacou juízes, militares e outros que tais. Quis destruir as classes médias e quase o conseguiu. Atacou a liberdade de imprensa e alguns jornalistas e directores de jornais, como ninguém. Foi acusado, e bem, de causar "claustrofobia democrática" no país. Pôs o professor Charrua de castigo na escola. Processou blogues de cidadãos comuns. Andou de braço dado com os interesses do grande capital. Aumentou o centralismo asfixiante do país, numa espiral de concentração de poder nunca vista.
Criou o polícia dos polícias na sua directa dependência. Aprovou o novo código do trabalho, contríbuíndo desta forma para o agravamento da precarização das relações de trabalho. Nacionalizou o prejuízo dos criminosos banqueiros que levaram o BPN à falência, recorrendo ao dinheiro que o Estado não tinha para as universidades, saúde, segurança social, combate à pobreza e às desigualdades sociais.
Andou a recusar a crise económica, que já era evidente que nos iria bater à porta e agora quere-nos fazer passar a todos por parvos prometendo e tomando algumas medidas que simulam uma viragem à esquerda. Sócrates, é, por tudo isto, um líder com os dias contados. A vassoura nas mãos do povo, o mesmo é dizer, a democracia representativa, que o mesmo gosta de apregoar como o melhor dos mundos (quando se defendem novas formas de democracia participativa e o aprofundamento da democracia), vai fazer com que através da democracia reduzida ao direito de voto, isso seja suficiente para o pôr a andar. Tenho dúvidas se o PS obterá mesmo a maioria relativa. Perante a subida nas tendências de voto do Partido Comunista e do Bloco de Esquerda, para valores para além dos 20%, com um PSD esclesorado, mas que vai tirar partido do descontentamento dos eleitores, é o pântano que está instalado.
O mais inteligente dos políticos (não o melhor necessariamente) do partido que se diz socialista, António Costa, percebeu há meses, que quando não os podes vencer, mais vale juntares-te a eles e perante a percepção da decadência progressiva do governo de Sócrates, começou a fazer alianças à esquerda com Helena Roseta e Sá Fernandes, antecipando o futuro que aí se aproxima. Esta semana admitia explicitamente nos media que há um divórcio do PS com o seu eleitorado. É caso para dizer, elementar meu caro Watson.
O pântano que proximamente vai ficar instalado na vida política e na sociedade portuguesa deve-se ao facto das duas opções que se irão apresentar aos portugueses e aos partidos serem ambas soluções de instabilidade política. De um lado, a hipótese do Bloco Central (a mais verosímel), do outro, alianças do PS com a sua esquerda ( de difícil imaginação nos tempos que correm) e restaria ainda a improvável aliança do PS ou do PSD com o partido de Portas.
Trata-se apenas de um exercício de futurologia. Mas a teoria do pântano numa se avizinhou tão expectável. O futuro, esse, a Deus pertence.
Sobre governar á esquerda, António José Seguro afirmou que a “arrogância não pode ser a marca de um Governo de esquerda”, noticiou a Rádio Renascença. Seguro, que também é presidente da Comissão Parlamentar de Educação, frisou que "o papel dos professores tem de ser valorizado".
ResponderEliminar"Nunca me ouvirá em público dizer mal de um Governo do Partido Socialista, quanto à questão da arrogância, eu julgo que a arrogância não pode ser a marca de um Governo de esquerda”, disse Seguro sem nunca pronunciar o nome de José Sócrates.
BOM FDS!
Um abraço da M&M & Cª!