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quarta-feira, abril 09, 2008

Sobre o abate de árvores na cidade de Loulé: Continua o massacre



Nove de Abril de 2008, sete horas da manhã. Estaciono o carro no início da Avenida José da Costa Mealha, junto ao restaurante Avenida, e preparo-me para tomar a primeira refeição da manhã.

Levanto a cabeça e deparo-me com um cenário dantesco. Fico paralisado pela surpresa e o impacto visual das imagens e olho, boquiaberto, entre o incrédulo e o estupefacto, para o novo cenário de abate de árvores.

A autarquia louletana, após o partido da oposição a ter interpelado sobre as razões que fundamentam a desvastação arbórea do centro da cidade e após um grupo de cidadãos da cidade de Loulé preparar uma petição no sentido de se perceber a fundamentação técnico-científica de tal morticídio, reage à maneira dos estados totalitários.

Antes que a contestação popular cresça, o melhor é começar a derrubar e rápido o que resta de vida vegetal. De preferência, a horas de pouca circulação de população e sem o impacto visual da destruição massiva das árvores que estavam junto à primeira placa a seguir ao coreto.

É lamentavel que os poderes públicos, num acto de espantosa insensibilidade ambiental e por desconhecimento e vale a pena dizê-lo, também por ignorância, tratem desta forma os recursos que são públicos.

É lamentável que, terrível coincidência, após alguns poucos dias de um grupo de cidadãos elaborar uma petição no sentido de obter esclarecimentos sobre a política de abate de árvores na cidade; a resposta tenha sido o derrube imediato de mais árvores na Avenida José da Costa Mealha, algumas dessas árvores aparentemente de excelente saúde.

Lamento que tenha que interpretar este bárbaro acto como a revelação de uma concepção autoritária do exercício do poder.

Dia triste para a cidade de Loulé.



Ps: Lamenta-se ainda que nem uma linha sobre o assunto tenha sido escrita pela comunicação social Louletana...sinal dos tempos e da imprensa que vamos tendo.

Emenda: Apesar de ter sido a pressão dos cidadãos, nomeadamente através da blogosfera, a (re) colocar o problema do abate de árvores na cidade, o Jornal "O Louletano", na edição de 07 de Abril, fez uma cobertura muito séria, com notícia de primeira página e com uma exemplar cobertura do acontecimento em duas páginas interiores do jornal. Sai o jornalismo dignificado e ganham os cidadãos do concelho de Loulé.

7 comentários:

  1. Mais um acto que revela a falta de democracia do executivo da CML ...!

    Mais um Dia triste para a cidade de Loulé.

    Um abraço da M&M & Cª!

    PS: Espero que não importes mas utilizei o teu texto ...!

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  2. Mais um assassinato e agora optam por fazê-lo na hora do lobo.

    Felicito o João pela oportunidade e acho que teremos que estampar nas camisolitas também as provas.

    Cuidado quando sairem à noite em Loulé, não por causa dos gangsteres porque esses são autênticas flores de cheiro comparados aos Jacks Estripadores do LC.

    Linda imprensa a nossa, nem para limpar uma coisa que me dispenso de enunciar por respeito de quem o merece.

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  3. Boas Miguel...és sempre bem vindo.
    Utiliza á vontade o texto pois é por uma boa causa.
    Tivessem todos o teu sentido de cidadania.
    Abraço

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  4. Caro João:
    Tomei a liberdade de copiar o seu texto para o 'Calçadão'. Todos juntos não seremos demais... mas contra a força, parece não surtirem os argumentos...
    No meu post acrescentei:

    Sabemos que na reunião pública realizada em Quarteira, no período antes da ordem do dia, o executivo foi questionado, por alguém do público, sobre o abate de árvores na Avenida Costa Mealha. Foi respondido, pelo vice-presidente da Câmara, que o troço onde as árvores já tinham sido substituídas, está muito mais bonito – o que “toda a gente” reconhece e afirma.
    Para além disso, acrescentou que cada uma das árvores foi “analisada individualmente”, por técnicos credenciados, o que permitiu verificar, "cientificamente", que estavam, quase na totalidade, doentes e ocas por dentro.
    Por sua vez, o presidente da autarquia encerrou a questão, dizendo que, se essas árvores não fossem substituídas agora, teriam de o ser no prazo máximo de dez anos.
    As fotos do MAC Loulé, que aqui juntamos, são elucidativas: “Toda a gente” pode ver o efeito “lindo” que foi conseguido na estética da avenida; e o corte limpo da árvore é uma prova da “doença” da árvore abatida…
    Primeiro, foi em Quarteira, agora, em Loulé…
    Que tem esta gente que gere o município contra as árvores?!!!

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  5. Amigo José Carlos. A causa é justa. Sirva-se à vontade.
    Abraços!

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  6. Caro concidadão:

    Felicito-o pela escolha do tema.De resto ele tem sido recorrente nos vários blogues do nosso concelho.Os blogues são a única parte, quase, da opinião local publicada, que ousa fazer algum ruído, que para surpresa de muita gente nem baixinho ecoa na rua.

    Tenho acompanhado com muita atenção a fúria à solta contra o verde protagonizada pela Câmara e o que me surpreende é que não ouço um protesto, um grito, uma porra um merda, nada, nada que me faça acreditar que a vida ceifada nas árvores não fora já antes abafada na consciência das pessoas.Muito triste.Em que comunidade vivemos nós?

    Desiludido, mas ainda não em deserção, envio-lhe um abraço de apoio por este justíssimo combate.
    E parabéns pelo seu excelente blogue.É mais um Speaker´s Corner do nosso Hyde Park concelhio, agora mais pobre e murcho por obra e graça do mau mando dos senhores da Câmara.

    Vítor Aleixo

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  7. Voz amiga segredou-me há pouco que amanhã, pelo nascer do sol, outro crime poderá ocorrer sob as barbas dos Meretíssimos Juízes´, ou melhor, nas suas costas.

    Andaram por ali a colocar sinais de proibição de estacionamento e como os dias têm estado chuvosos, não será de prevêr que ali se desenvolvam pinturas de demarcação do parque ou de uma qualquer travessia de peões.

    Por isso, outra intervenção criminosa parece estar em marcha.

    Fica apenas este alerta e amanhã se verá.

    O meu querido João Martins que possui licença de porte de máquina fotográfica, não se esqueça depois de nos mostrar os retratos.

    Eu entretanto vou orar para que seja apenas um lapso do meu interlocutor.

    Bjs

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