O partido socialista local juntou-se, e bem, aos poderes do principado louletano, numa moção de indignação face ao poder central, socialista de seu nome e direitista nas políticas que põe em prática.
Se a indignação do PS local é um gesto de dignidade política, reivindicando o cumprimento de mais uma promessa que o governo de Sócrates teima em não cumprir, a construção da circular Norte de Loulé; para quem anda atento a estas coisas da política, este gesto não pode deixar de ser visto numa lógica de estratégia e táctica político-partidária face à proximidade das eleições legislativas de 2009.
O PS local sabe, pois mais vale acordar tarde do que nunca, que o descontentamento popular com o governo de Sócrates atingiu limites que o seguidismo político voluntário é incapaz de tolerar.
É à luz dos acontecimentos políticos nacionais que melhor podemos compreender este acto de solidariedade com a população louletana e esta aliança temporária com o PSD Loulé.
Porque também vêem televisão, têm acesso a banda larga de alta velocidade e lêem a imprensa nacional e internacional, os homens e mulheres do PS local sabem o que se passou em França, onde nas eleições autárquicas, os candidatos do partido de Sarkozy, mesmo demarcando-se claramente das políticas e da personagem do seu líder, não evitaram o terramoto eleitoral localizado.
Porque a política é feita de ideias e convições, só se lamenta, que a fuga dos eucaliptos não se tenha dado mais cedo. Subiam os candidatos nas considerações dos eleitores de esquerda e a oposição local era sem dúvida mais forte e logo, maior defensora dos interesses dos cidadãos locais.
Mas como diz o ditado popular, mais vale tarde do que nunca...e Loulé bem precisa.
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