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sexta-feira, abril 11, 2008

Retratos da cidade: Proprietários da sombra

Nas sombras da cidade



A qualidade de um território é cada vez mais avaliada pela qualidade dos espaços de sociabilidade que põe à disposição dos seus cidadãos.

Numa época de progressivo envelhecimento da população e do aumento populacional no topo da "pirâmide" de idades, numa época de progressiva individualização das relações sociais e de isolamento e "abandono" da população idosa, os jardins, os parques públicos, e os espaços arborizados, com mobiliário adequado, são fundamentais ao aumento da qualidade de vida das pessoas.

As árvores, pela sombra que proporcionam e pela sua contribuição para a melhoria da qualidade do ar nas cidades, exercem uma função social importantíssima no fomento das relações de sociabilidade da população mais idosa.

Deixo-vos com o retrato de alguns dos nossos proprietários da sombra.

Eu sou amigo das cidades com árvores. E você?

6 comentários:

  1. "Proprietários da sombra", adorei esse título.

    É isso mesmo!

    Bjs

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  2. Meu caro João Martins,

    o seu post é a perfeição suprema, que só existe na imaginação portuguesa no que concerne ao ordenamento do território. Sobre a pressão dos empreiteiros, vemos as alterações ilegais dos PDMs, assistimos às manifestações exteriores de riqueza e nenhuma autoridade actua. Dou apenas dois exemplos conhecidos de todos e não investigados: Braga e Póvoa de Varzim.

    Como dizia o Tonéca Guterres, que deixou o país no pantano "é a vida"

    Um abraço,

    Umbelina

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  3. Deixem-me só contar este facto relevante. Julguem-no como entenderem. Sobretudo, à luz do que aí escreveram, a dizer que o engº Graça ou o Presidente disseram que toda a gente apoia o corte, porque a avenida está mais bonita.

    Ontem, de manhã, a minha mulher parou no café Coreto (espero que saibam o que é e de quem é !) para tomar o pequeno almoço.
    Mandado vir o galão e a torrada, não se conteve que não perguntasse à proprietária o que achava daquele crime que é o corte das árvores.
    Pois querem saber a resposta? Pois foi, mais ou menos por estas palavras: “Pois! Era preciso, para a avenida ficar mais bonita…
    Minha mulher ficou sem pinga de sangue mas ainda disse “Mas acha que cortando as árvores, fica mais bonita?!”. Não obteve resposta, apenas um olhar indiferente.

    Perante isto… Será que o Presidente e o vice-Presidente estarão mesmo a mentir? Ou é isso que ouvem?
    Vivemos num mundo louco e numa terra onde os montanheiros dão cartas?!

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  4. Explêndido texto este João e apoiado por belos comentários!
    Confirmo aquilo que o Augusto diz... h´´a muito que sei dessa opinião e da sugestão que me fizeram para que não me metesse nisto.

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  5. Caro amigo ssebastião e augusto. Não dúvido que uma boa parte das pessoas tenha essa opinião. Acontece que Copérnico e Galileu foram para a fogueira e não é por isso que hoje o mundo inteiro deixa de reconhecer que tinham razão nas suas concepções sobre a Terra e o Universo. Sabemos que a nossa população, apesar de ter elevado nos últimos tempos a sua consciência ambiental, esta ainda muito aquém do que seria desejável. Posso-lhe dizer que gente muito próxima minha, quando lhes coloco a questão, nem repara no problema... Aqui o que me interessa é fazer aquilo que considero correcto e isso passa por não abater as árvores sem razão válida que se conheça! E exigir dos poderes públicos que zelem pelos interesses das gerações futuras.
    Abraço.

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  6. Caro Augusto,

    Agradeço o seu comentário pois é de facto extremamente relevante. Só depois de uma segunda leitura percebi o comentário na sua plenitude.

    Umbelina é sempre bem vinda a este humilde espaço.
    Cumprimentos

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