O atletismo é um parente pobre nas considerações públicas dos políticos em geral. Como não tem a visibilidade social do futebol, que movimenta massas, e portanto, não dá acesso directo a um elevado número de potenciais votantes, os apoios escasseiam, e só a dedicação e o amor à prática da modalidade, faz com que os seus praticantes promovam a dignidade que este desporto merece.
De vez em quanto, ficamos espantados, com as poucas medalhas que recebemos no palco do desporto internacional, de onde saltam nomes para a praça pública que não conheciamos de lado nenhum. Para isso acontecer, face à massiva falta de apoios aos homens destes desportos "menores", são horas e horas contínuas de sacrifício e de treino, pois só assim se pode ultrapassar as frágeis condições de exercício da modalidade e o frágil reconhecimento social.
Pratiquei desporto amador mais de vinte anos nos mais diversos clubes e associações a sul do país.
Não posso deixar de mostrar indignação face à situação denunciada pelo blogue Calçadão de Quarteira. Em nome do amor à causa do desporto, isto nunca poderia ter acontecido:
"Relativamente ao e-mail que ontem publicámos, enviado por um amigo nosso, depois de uma série de consultas, estamos em condições de poder relatar o que se passou na sessão de câmara que se realizou em Quarteira, no dia 26 de Março
Artur Domingos, um já antigo atleta de gabarito foi, durante vários anos, treinador de atletismo no Quarteirense. A certa altura, porém, as relações entre ele ou entre a secção de atletismo e a direcção do Quarteirense ter-se-ão deteriorado a tal ponto que o treinador terá preferido abandonar o clube.
Sabe-se que, muitas vezes, as relações de afecto que se estabelecem entre os treinadores das chamadas «modalidades pobres» e os seus atletas fortalecem-se de tal forma que, ao sair o treinador, os atletas preferem segui-lo para outros clubes.
Neste caso, Artur Domingos não foi para outro clube: porque o artigo 46º da Constituição da República Portuguesa diz que “os cidadãos têm o direito de, livremente e sem dependência de qualquer autorização, constituir associações, desde que estas não se destinem a promover a violência e os respectivos fins não sejam contrários à lei penal”, o treinador preferiu rodear-se dos seus pupilos e criar a sua própria agremiação.
Nasceu, deste modo, o Centro Desportivo de Quarteira, clube que mantém em actividade nada menos que sete dezenas de atletas federados e mais uns quantos não federados.
Ora, um clube de atletismo não faz sentido se não tiver condições para treinar, a menos que a sua única modalidade seja a corrida de fundo, em estrada.
O Estádio Municipal de Quarteira tem uma pista de tartan e Artur Domingos, convicto de que a letra da Constituição da República é para ser cumprida, porque esta, no seu artigo 70º, diz que “os jovens gozam de protecção especial para efectivação dos seus direitos económicos, sociais e culturais, nomeadamente (…) d) Na educação física e no desporto”, e acrescenta que “o Estado, em colaboração com as famílias, as escolas, as empresas, as organizações de moradores, as associações e fundações de fins culturais e as colectividades de cultura e recreio, fomenta e apoia as organizações juvenis na prossecução daqueles objectivos”, por várias vezes procurou ir, com os jovens que treina, utilizar a pista.
Com grande espanto, tem-lhe sido vedada essa utilização e, por isso, Artur tem, repetidamente, dirigido à autarquia um pedido de audiência que, sistematicamente, tem sido ignorado.
Para pôr as coisas em pratos limpos, Artur Domingos, munido de toda a documentação, foi assistir à reunião da Câmara, mas, apesar das suas repetidas afirmações de que não pretende qualquer subsídio mas apenas a utilização de um bem público, o presidente da Câmara, de forma pouco coerente, ter-lhe-á sugerido que a sua saída do Quarteirense se destinou apenas a ir mamar na teta do subsídio autárquico e que o Quarteirense poderá sempre receber quem pretenda fazer atletismo.
Paulo Bernardo, vereador com o pelouro do desporto, por sua vez, terá por várias vezes tentado confundir o treinador (e a assistência?) dizendo que a Câmara só atribui subsídios aos clubes que têm «utilidade pública».
De nada serviram as insistentes afirmações de Artur, repetindo até à exaustão que nunca pediu qualquer subsídio. Paulo Bernardo fingiu (?) que não percebeu.
Mas o pior ainda estava para vir: a certa altura José João Guerreiro, presidente do Quarteirense pediu a palavra e falou, falou, falou, numa clara tentativa de humilhação do treinador, a quem chegou a acusar… de que a sua mulher trabalhou para o Quarteirense e recebia até «uma pequena quantia»… "
Não conheço o antigo atleta em causa e amante desta nobre modalidade. Não podia deixar de mostrar a minha solidariedade. Tenho pena...da forma como o desporto é tratado quando não é institucionalmente organizado e passível de controlo social e político.
Retirado do blogue Calçadão de Quarteira
in http://calcadaodequarteira.blogspot.com/2008/04/fazer-atletismo-em-quarteira.html
Infelizmente João, esta questão das relações preferenciais da autarquia com alguns clubes (por vezes apenas um de entre vários) não é nova e não se limita ao atletismo. Aos longo dos anos tenho ouvido queixas e assistido a desentendimentos, formação de novos clubes (acredito que alguns a pensar na "teta autárquica") e sempre as mesma dificuldade em partilhar o uso dos equipamentos desportivos. Por isso ampliei o assunto e centrei-o nos Acordos Câmara/Clubes e na sua pouca transparência, apenas não me referi a um Conselho para o Fomento do Desporto, que entendo que devia existir e dar parecer vinculativo sobre as Proposta de Contrato- Programa que fossem presentes ao Executivo. Desse modo poder-se-ia garantir maior transparência e apagar as suspeitas de aproveitamento político dos apoios!
ResponderEliminarDe resto, sem importante este tema, não devemos perder a focalização na Petição... ah! ainda mefalta concluir o grafismo da camisola!
O João fez bem em fazer eco do que o calçadão publicou.
ResponderEliminarNão se preocupem que dentro de um tempo logo vos conto "coisa" mais promiscúa aqui mesmo nas vossas barbas.
Nem se sabe se aquilo é da CML, se do Toyno do Largo.
bjs
Quem não conheça o esse Artur Domingos, só se engana se não lhe vir a cara. Sempre viveu à base do calote e da mama e como sempre com cara de pau, diz que é os outros, e como sempre faz-se de inocente, é um pobre santo. É procurar na Internet no Google e ver as vigarices e mentiras que aplicou a um tipo chamado Antonio Bandarra, seu grande "amigo" que "não sabe porque é que lhe fez isso" tal como na reunião da câmara.
ResponderEliminarhttp://nikkenbehaviour.planetaclix.pt/
e ainda o que é o que o Verdadeiro Honrrado Sr. Sasaki tem para dizer em
http://nikkenscams.blogspot.com/
Há quem tenha esqueletos no Armário, Artur Domingos tem as Fornalhas de Auschwitz em casa!!!!! o mARAVILHOSO "sANTO"