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quinta-feira, maio 22, 2008

Retratos da Cidade: A cidade é um chão de palavras pisadas

Loulé, ano de 2008 D.C.
Urbanização Expansão Sul


A cidade é um chão de palavras pisadas

A cidade é um chão de palavras pisadas
a palavra criança a palavra segredo.
A cidade é um céu de palavras paradas
a palavra distância e a palavra medo.

A cidade é um saco um pulmão que respira
pela palavra água pela palavra brisa
A cidade é um poro um corpo que transpira
pela palavra sangue pela palavra ira.

A cidade tem praças de palavras abertas
como estátuas mandadas apear.
A cidade tem ruas de palavras desertas
como jardins mandados arrancar.

A palavra sarcasmo é uma rosa rubra.
A palavra silêncio é uma rosa chá.
Não há céu de palavras que a cidade não cubra
não há rua de sons que a palavra não corra
à procura da sombra de uma luz que não há.

Poema de José Carlos Ary dos Santos

Moral da estória:

1. Não basta ter cão...é preciso saber tê-lo...

Questões para reflexão:

1. Terá isto relacionado com saúde pública?
2. A organização sócio-espacial da cidade não deverá ser pensada numa lógica de prevenção destas situações?

Bom feriado

Post Scriptum: Cuidado com aquilo que pisam...

1 comentário:

  1. É triste, é porco... é a marca que alguns poucos vão deixando de nós todos!
    A experiência dos receptáculos das necessidades caninas ainda não chegou aí ou não os utilizam?
    Trata-se de um problema de saúde pública provocada por "donos vádios" de "cães que podem ser asseados"!
    Bela recordação da Cidade, podes ouvir o poema na voz do Francisco fanhais... procurando em Música Portuguesa no "Sebastião"!

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