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quarta-feira, março 10, 2010

Postagens Em Atraso: O Jornal da Minha Vida

O Público fez 20 anos a semana passada. O meu jornal de sempre. As minhas práticas de leitura começaram pela banda desenhada. Zé Carioca, Tio Patinhas, Pato Donald, Gastão, Mónica e Cebolinha, Super Pateta, entre muitos outros, fizeram as delícias da minha infância e adolescência. Também devorei o Tintim, o Lucky Lucky, o Homem Aranha, o Super Homem, o Batman e todos os super heróis que marcaram a minha geração. Depois houve os Cinco e os Sete e tudo o que era aventura para um jovem da altura ler. Livros do Faroeste e estórias da 2º Guerra Mundial, devorei centenas. Nos jornais, comecei pelo que a maioria dos portugueses lê. Os desportivos. A Bola, o Record e o Jogo acompanhavam as minhas leituras diárias. Depois veio o gosto pelas coisas do "social" e da política. O Correio da Manhã, o Diário de Notícias, o Independente, o Expresso e o Público. O Público foi aquele namoro que pegou de estaca e ficou para toda a vida. Nem a deriva neoliberal da direcção de José Manuel Fernandes conseguiu destruir a minha relação amorosa. Resisti e fiz bem. Depois de José Manuel Fernandes a qualidade do Público já se voltou a fazer sentir. Na era dos divórcios em massa e do amor líquido, é preciso alguma resiliência e alguma paciência para não partir de forma volátil e imediata para outra aventura, sem se saber bem para onde estamos a caminhar. Arrisco-me a dizer que aprendi mais com as leituras do Público, do que com alguns bons anos de escola secundária. No dia que fez vinte anos, a edição coordenada pelo seu director por um dia, António Barreto, foi de uma qualidade extraordinária. O Público continua a ser hoje um jornal de referência à escala internacional. Parabéns a todos aqueles que fazem o jornal acontecer todos os dias. É com profissionais desta qualidade que o país pode fazer o seu caminho com dignidade. Obrigado a todos vocês.

2 comentários:

  1. Um bom jornal sem dúvida. Mas perdeu qualidade com a saída de Vicente Jorge Silva. Há directores que marcam um jornal. Foi o caso.
    Já agora: o meu jornal diário de sempre, enquanto durou, foi o Diário de Lisboa. Comecei a ler e a colaborar no Diário de Lisboa Juvenil. Dirigido por Mário Castrim. Depois...deliciava-me com a crítica da TV que esse grande jornalista fazia. Semanários, O Expresso. Desde o nº 1.

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  2. Olá,


    Ainda hoje as crónicas do Vicente Jorge Silva no Sol são de uma qualidade muito interessante. Sobretudo pela sua independencia de espiríto.

    Abraço
    João Martins

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