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sábado, março 20, 2010

Exposição Sobre o Abate de Árvores no Concelho de Loulé

Loulé, 20 de Março de 2010

Abate de Árvores em Frente à Câmara Municipal e à Assembleia Municipal




Loulé, 20 de Março de 2010. Nada no cenário bate certo com a atrocidade ambiental ali cometida. A Praça tem o nome de Praça da República. De um lado da estrada, o edifício da Câmara Municipal de Loulé, lugar de trabalho do Presidente do Município e dos vereadores eleitos. Do outro lado da rua, a casa da Assembleia Municipal de Loulé e pasme-se, a Casa da Cultura. Acabado de almoçar num restaurante do centro da cidade, oiço o barulho de uma motosserra. Estão a cortar as árvores avisa-me um familiar. Fiquei desconcertado.

Os planos para a tarde, entre os quais adiantar trabalho para a semana, ficaram em suspenso. A tarde foi passada a assistir impávido, sem serenidade alguma e impotente face à destruição massiva das árvores da cidade. No dia anterior tinha feito um apelo ao bom senso do Presidente Seruca Emídio, aos Vereadores, aos deputados da Assembleia Municipal, às Associações Ambientais e à Associação Árvores de Portugal, que agora é apoiada pela Câmara Municipal que destrói as árvores de Portugal. De nada serviu.

Aviso em cima da hora e os "defensores" do ambiente na Câmara Municipal, não estão pelos ajustes. Antes que os protestos aumentem vamos pôr mãos à obra. O Dr. Emídio sabe-a toda. De João Semana tem pouca coisa. A verborreia angelica que alega frequentemente os interesses da cidade de Loulé, é só isso mesmo, verborreia. Que eu saiba as árvores ainda não votam, nem sequer têm partido político. Não conheço nenhuma árvore do Partido Comunista, do PSD, do Partido Socialista, do Bloco de Esquerda, nem do CDS/PP. Ao contrário da maior parte dos políticos que governam a cidade e de outros que vegetam na Assembleia Municipal de Loulé, as árvores da cidade são (eram) essenciais à nossa qualidade de vida.

Enquanto as árvores eram abatidas, um gordo estúpido com ar de engenheiro ou de arquitecto, falava ao telefone com alguém a quem referia que o trabalhinho estava a correr bem. Interrompi a conversa e disse-lhe que o abate de árvores era uma indecência ambiental e moral. Respondeu-me que as árvores estavam todas podres e que se quisesse, eu é que tinha que comprovar que não era mesmo assim. Contive-me para não lhe dar um murro nos cornos. Nem me ficava bem a mim e nem a minha vida pessoal e profissional me aconselha a isso. Faltou pouco. Mas não faz o meu género de vida. A vontade essa andou por lá.

Entretanto, zelosos funcionários retalharam consecutivamente quantas àrvores o tempo da tarde lhes permitiu retalhar. Em frente à porta da Câmara e da Assembleia Municipal de Loulé. Se a ignorância pagasse imposto nós eramos dos países mais ricos da Europa. Como vou eu explicar este exemplo aos dois filhos que comigo estavam a presenciar a cena? Amanhã continua a destruição. Logo pela manhã, aposto eu.

9 comentários:

  1. Mais caricato é que quem pratica esta barbárie até se pela por trabalhar aos sábados, domingos e feriados. Dizem que é por causa do pouco trânsito que facilita a tarefa mas não: Ganham a 200% de horas extras que até se alambuzam. No outro dia fui dar um passeio de BTT pela Stª Luzia ao fim da tarde de um dia de semana e o barulho das motoserras no parque municipal parecia a orquestra metropolitana de Lisboa a ensaiar, tal era o avio.
    Mas lá o João não pode entrar, só se pular a muralha que eles lá colocaram.

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  3. Caro João,

    A Árvores de Portugal não é apoiada pela CM de Loulé. A Árvores de Portugal vai organizar uma palestra sobre espécies invasoras, em Loulé, em que a respectiva câmara cede o espaço. E é só isso.

    Tal não condiciona, em nada, a nossa independência para criticar o que há a criticar, com a frontalidade e a coragem que a mim, e no que toca a árvores, nunca me faltaram.

    Para que saiba publicamente,a parte activa da Árvores de Portugal são, basicamente, dois professores e um designer, a que se juntam 20 sócios. Não teremos força para evitar este tipo de situações, enquanto as pessoas que gostam de árvores não nos derem mais força.

    Dito isto, e como já te expliquei por e-mail, a nossa posição será publicada esta semana, simplesmente porque ainda não tivemos tempo para o fazer antes. Reconhecemos que o que fazemos pode parecer escasso aos outros, mas é feito com sacrifício pessoal, retirando tempo à nossa vida pessoal e, muitas vezes, ao tempo que deveríamos estar a dedicar à escola. Como neste preciso momento.

    Sobre este caso, lamentar, para já, a forma como a CM de Loulé, mais uma vez, faz jus de toda a sua arrogância para eliminar, em minutos, o que levou dezenas de anos a crescer. O resto, todo o resto, será dito no blogue da Árvores de Portugal, em breve.

    Obrigado pela tua frontalidade e coragem na defesa das árvores.

    Abraço.

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  4. Olá Pedro,

    Acabei de enviar a resposta por email. Reforço o aspecto de tu Pedro Santos e das Árvores de Portugal representarem um projecto maravilhoso em prole do desenvolvimento durável do país. O resto tá lá escrito no email que te enviei.

    Abraços
    João Martins

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  5. Caro João

    Mesmo antes de ler este seu texto, passei, sem saber de nada, no local e deparei-me com os tristes restos das defuntas árvores. Fiquei num estado de profunda raiva e frustração. As outras já estão marcadas. Amanhã, se tiver um pouco de tempo, espero poder passar lá para documentar a situação para o texto que estou a fazer.

    Pelo que se vê dos tocos deixados, das seis árvores que abateram, apenas duas apresentam alguma podridão interior. Estou mesmo curioso por falar com os técnicos da CML que fizeram a sua avaliação. De tudo o que se apurar, darei conta no Árvores de Portugal.

    Abraço

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  6. Olá Miguel,

    Abraço. Passei uma tarde horrível a assistir a tamanha destruição. Penso que ainda tive perto de me dar uma coisinha má no coração.

    Não há explicação possível para este tipo de coisas. E o pior é que não se consegue parar com elas...Enquanto uns passam o dia a "Limpar Portugal" outros encomendam a destruição do património arbóreo das cidades!

    João Martins

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  7. O que esta Câmara tem feito ao longo de anos, tem sido algo de criminoso mas sem que algum jamais tenha levantado um processo contra esta Ré. Não se entende porque. No dia da chegada da Primavera certamente vão entregar folhetos às criancinhas e muitos desenhitos par a que se lembrem das árvores e da Natureza. A Pouca Vergonha nesta terra chegou ao limite. E vai continuar pelo que estamos a ver. Isabel LL

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  8. O que vai ser feito em remodelação na Praça da República não poderia ser efectuado sem esta barbárie ? Será que aquela meia dúzia de seres super inteligentes que governam esta CM é que são os espelhos da verdade e nós os ignorantes ? M.J.P.A.

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  9. Não consigo entender o que se passa em Loulé de há uns anos para cá . Quantas árvores lindissimas foram já abatidas ? Quantas ruas e avenidas sofreram a força dos machados ? Reparem na árvore do Inuaf (claustros). Aquilo é a vergonha de Loulé. Uma árvore daquele porte não teria merecido um desbaste mais harmonioso ? Abortos atrás de abortos.
    Povo de Loulé como dormis o sono da Bela Adormecida ou da parola dorminhoca. Não há pachorra.
    Zeca Gool

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