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segunda-feira, fevereiro 07, 2011

Estudar Faz Bem à Saúde

"Um doente numa aldeia do Alentejo está mais longe de um hospital do que alguém a viver no centro de Lisboa. Porém, as grandes desigualdades na saúde têm mais a ver com a classe social a que se pertence do que ao local geográfico onde se vive, revela a investigação do sociólogo Ricardo Antunes. O estudo encontrou diferenças de longevidade de mais de dez anos entre os mais ricos e escolarizados e os mais pobres e com menos instrução.

O autor do estudo Classes Sociais e a Desigualdade na Saúde foi tentar conhecer "as histórias de vida" através de processos clínicos de uma amostra de 1935 pessoas. O investigador do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES), do Instituto Universitário de Lisboa, escolheu pessoas que morreram em 2004, num hospital de Beja e noutro de Lisboa, o que acabou por lhe dar um retrato de uma geração portuguesa que nasceu por volta das décadas de 1920 a 1930 e morreu com cerca de 70 a 80 anos. E as disparidades na doença e na morte são muitas.

A grande conclusão do seu estudo, que foi financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, é que "a classe é mais importante que a geografia para explicar desigualdades em saúde". Comparando a longevidade dos chamados profissionais técnicos e de enquadramento - categoria que inclui as profissões mais qualificadas e que exigem licenciatura, como professores, advogados, e engenheiros -, com a dos operários, constata-se que a diferença de tempo de vida é, em média, de 13,8 anos em Lisboa e 11,5 em Beja. Isto significa que os mais ricos e qualificados viveram, em média, mais de uma década do que os mais pobres e com menos qualificações. Enquanto os profissionais técnicos e de enquadramento estudados viveram, em média, 82 anos, os operários ficaram-se pelos 68,8 anos."

Ver mais aqui:
http://jornal.publico.pt/noticia/07-02-2011/ricos-vivem-mais-dez-anos--do-que-pobres-21233584.htm

3 comentários:

  1. Vítor Aleixo11:15 da tarde

    Isso era quando estudar era garantia certa e segura de uma profissão.Como no meu tempo.Fiz 55.
    Agora,meu amigo, estudar é o quê ? Passaporte para banda incerta com a frustração a crescer no peito que um dia há de explodir de raiva.Merda de tempos os que vivemos.
    Sim, está bem, a tese central do estudo,concordo com ela.Confirma o que todos já adivinhávamos.

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  2. Caro Vitor Aleixo,

    Continuo convicto,com base em informação científica (difícil de reproduzir neste espaço)que estudar traz enormes vantagens. Esta é uma questão que está bem comprovada quer pela sociologia da educação, quer pela economia da educação e que desmente claramente as representações de senso comum que circulam na sociedade portuguesa sobre o assunto. O que acontece é que o país de doutores não passa de um mito. Procure os dados sobre a educação portuguesa libertos da discussão de café e vai ter uma surpresa. É óbvio que o valor da licenciatura hoje não é o mesmo da licenciatura nos anos 70. Tudo o que inflaciona, ainda mais de forma rápida como foi o caso português sofre uma desvalorização relativa. Mas ainda é só vantagens. E olhe que neste caso da influência da escolarização na saúde uma década de vida não é pouca coisa.

    Abraços
    João Martins

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  3. Esqueci-me de dizer. Excelente a entrevista do Zizek. Nada melhor que aproveitar o caos para fazer efectivamente a mudança. Não sei se é o que vai acontecer no Egipto...

    João Martins

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