Parece que aqui por Loulé o dr. Emídio e os organizadores do Carnaval de Loulé resolveram brincar à crise e com a crise. Segundo consta na imprensa local o tema do Carnaval gira em torno da crise económica e social. Uma brincadeira de mau gosto. Quando a crise económica rebentou à escala mundial e quando em Portugal já se adivinhava o que aí viria o dr. Emídio desvalorizou uma proposta do Bloco de Esquerda local no sentido de criar uma estrutura de apoio aos que iriam sentir os maiores efeitos da dita cuja. A insensibilidade social dos políticos locais face ao contexto de catástrofe social instalada nunca me apanhou de surpresa.
Brincar à crise e com a crise é não perceber que a crise económica e social significa o maior número de desempregados de sempre na região do Algarve e do concelho de Loulé. Significa não perceber que a condição de desempregado é a de alguém que está com fortes probabilidades de reduzir a estima de si uma vez que é socialmente definido pela negativa. Significa não perceber que isso pode significar não ter dinheiro para comer com dignidade ao longo de todo o mês. Significa não perceber que isso pode significar não dar aos nossos filhos aquilo que é essencial para os mesmos crescerem com dignidade e harmonia. Significa não perceber que isso pode significar que mais desemprego pode levar ao aumento das situações de pobreza. Significa não perceber que isso constrói uma sociedade mais desigual, logo mais injusta e logo com menos decência para a vida democrática.
Brincar com a desgraça dos outros, significa não perceber que isso pode significar, sobretudo, desdém pelos outros. Bem sei que a direita instalada nos Paços do Concelho irá dizer de sua justiça que brincar com a crise económica e social ajuda o povo a esquecer as amarguras da vida quotidiana. Bem sei que o decoro não é aquilo que mais tem caracterizado a máquina de propaganda do dr. Emídio, que tanto preza festas, festinhas e festões não importa de que cor. Bem sei que tem jorrado rios de dinheiro no laboratório experimental de urbanismo local em que se tornou a cidade de Loulé, em que a "requalificação" do Largo de São Francisco é o mais despudorado exemplo. Mas também sei que brincar com a miséria dos outros, quando essa miséria ainda por cima tem responsáveis políticos, não dá dignidade a ninguém, nem a coisa nenhuma.
Brincar à crise e com a crise é não perceber que a crise económica e social significa o maior número de desempregados de sempre na região do Algarve e do concelho de Loulé. Significa não perceber que a condição de desempregado é a de alguém que está com fortes probabilidades de reduzir a estima de si uma vez que é socialmente definido pela negativa. Significa não perceber que isso pode significar não ter dinheiro para comer com dignidade ao longo de todo o mês. Significa não perceber que isso pode significar não dar aos nossos filhos aquilo que é essencial para os mesmos crescerem com dignidade e harmonia. Significa não perceber que isso pode significar que mais desemprego pode levar ao aumento das situações de pobreza. Significa não perceber que isso constrói uma sociedade mais desigual, logo mais injusta e logo com menos decência para a vida democrática.
Brincar com a desgraça dos outros, significa não perceber que isso pode significar, sobretudo, desdém pelos outros. Bem sei que a direita instalada nos Paços do Concelho irá dizer de sua justiça que brincar com a crise económica e social ajuda o povo a esquecer as amarguras da vida quotidiana. Bem sei que o decoro não é aquilo que mais tem caracterizado a máquina de propaganda do dr. Emídio, que tanto preza festas, festinhas e festões não importa de que cor. Bem sei que tem jorrado rios de dinheiro no laboratório experimental de urbanismo local em que se tornou a cidade de Loulé, em que a "requalificação" do Largo de São Francisco é o mais despudorado exemplo. Mas também sei que brincar com a miséria dos outros, quando essa miséria ainda por cima tem responsáveis políticos, não dá dignidade a ninguém, nem a coisa nenhuma.
Sem comentários:
Enviar um comentário