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segunda-feira, fevereiro 07, 2011

As Promessas de Sócrates

As promessas desta semana de Sócrates de que não vai haver despedimento de funcionários públicos trazem água no bico. Depois de mais uma cimeira europeia de resultados "históricos" com o eixo franco-alemão a decretar o caminho sem reverso de mais austeridade e menos democracia, com o claro consentimento tácito e explícito daqueles que vão ser os mais prejudicados pelas decisões agora tomadas, Sócrates manipula mais uma vez o jogo das expectativas da população portuguesa. Ele sabe que antes de chegar aos despedimentos massivos à maneira Inglesa e Irlandesa, é provável que tenha que dar primeiro o passo no sentido de mais cortes de salários e pensões, quem sabe também reduções e cortes nos subsídios de Natal e décimo terceiro mês e só numa fase posterior poderá chegar a vez dos despedimentos em massa. Nesta fase que se segue, ele já está a preparar as populações para o "estão a ver, nós cortamos mais salários, pensões e outros direitos sociais, mas não despedimos ninguém". A vitória vai ser declarada por não termos chegado ainda ao abismo. Se chegar a hora dos despedimentos na função pública, o mundo mudará sempre que for preciso aos interesses dominantes do socralismo e o discurso manipulador sobre as massas passará a ser o que melhor servir nesse preciso momento. Entretanto, vai ganhando tempo, numa caminhada de loucura destrutiva que, por enquanto, só interessa ao próprio. Digo por enquanto, porque levanto a hipótese de chegar o dia, de que nem ao próprio servirá de coisa nenhuma. Ao mesmo tempo os bancos em Portugal vão somando lucros. E até há quem diga, do alto da sua sabedoria que a Alemanha e a Europa estão fazer a coisa certa. É claro que quem afirma uma coisa destas de forma tão ligeira só pode estar do lado da pequena minoria dos que ganham fortunas com a austeridade que defendem dever ser imposta aos outros. É que o jogo está a ser devastador para a maior parte da população portuguesa. E isso é uma evidência difícil de ser negada. Por muito que os discursos ideológicos disfarçados de neutralidade técnica o queiram fazer crer.

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