As promessas desta semana de Sócrates de que não vai haver despedimento de funcionários públicos trazem água no bico. Depois de mais uma cimeira europeia de resultados "históricos" com o eixo franco-alemão a decretar o caminho sem reverso de mais austeridade e menos democracia, com o claro consentimento tácito e explícito daqueles que vão ser os mais prejudicados pelas decisões agora tomadas, Sócrates manipula mais uma vez o jogo das expectativas da população portuguesa. Ele sabe que antes de chegar aos despedimentos massivos à maneira Inglesa e Irlandesa, é provável que tenha que dar primeiro o passo no sentido de mais cortes de salários e pensões, quem sabe também reduções e cortes nos subsídios de Natal e décimo terceiro mês e só numa fase posterior poderá chegar a vez dos despedimentos em massa. Nesta fase que se segue, ele já está a preparar as populações para o "estão a ver, nós cortamos mais salários, pensões e outros direitos sociais, mas não despedimos ninguém". A vitória vai ser declarada por não termos chegado ainda ao abismo. Se chegar a hora dos despedimentos na função pública, o mundo mudará sempre que for preciso aos interesses dominantes do socralismo e o discurso manipulador sobre as massas passará a ser o que melhor servir nesse preciso momento. Entretanto, vai ganhando tempo, numa caminhada de loucura destrutiva que, por enquanto, só interessa ao próprio. Digo por enquanto, porque levanto a hipótese de chegar o dia, de que nem ao próprio servirá de coisa nenhuma. Ao mesmo tempo os bancos em Portugal vão somando lucros. E até há quem diga, do alto da sua sabedoria que a Alemanha e a Europa estão fazer a coisa certa. É claro que quem afirma uma coisa destas de forma tão ligeira só pode estar do lado da pequena minoria dos que ganham fortunas com a austeridade que defendem dever ser imposta aos outros. É que o jogo está a ser devastador para a maior parte da população portuguesa. E isso é uma evidência difícil de ser negada. Por muito que os discursos ideológicos disfarçados de neutralidade técnica o queiram fazer crer.
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