"(...) Os louletanos continuam a acreditar no nosso trabalho. Ao contrário do que se tem dito e escrito. os louletanos não vão atrás de blogues, nem de outra coisa. Os louletanos sabem reconhecer o bom trabalho. É muito positivo e esta vitória diz tudo".
Horácio Piedade, Presidente da Junta de Freguesia de São Sebastião, em declarações ao jornal O Louletano em 20 de Outubro de 2009
Que grande confusão que vai por aí, no rescaldo das eleições, entre legitimidade do voto popular e razão governativa. Valentim Loureiro tem a legitimidade do voto popular. Isaltino Morais tem a legitimidade do voto popular. Hitler foi eleito com a democraticidade do voto popular (tragédia que acabou em holocausto) . Hugo Chavez foi eleito com a legitimidade do voto popular. Isso será suficiente para a razão governativa? Porque incomoda tanto a blogosfera? Não será a blogoesfera um mero suporte mediático que dá voz aos cidadãos? A eliminação da crítica e da denúncia pública será salutar numa sociedade democrática? Não será a democracia precisamente o reino da opinião? Terão os cidadãos necessariamente de se converter em súbitos e abdicarem do seu direito de cidadania e de intervenção na esfera pública, através da palavra? Ficam as interrogações para reflexão.
Adenda: Não se está aqui a fazer, nem é essa é nossa intenção, juízos morais sobre o carácter das pessoas. Apenas se está a defender que legitimidade popular e razão governativa são coisas diferentes. E convém não misturar alhos com bugalhos. Dizer que se tem o mandato do povo e a legitimidade para exercer o poder não significa que este seja imune à crítica e muito menos que esteja a ser exercido com competência. Lamento dizer isto, e sei que vai ser muito mal aceite pelas boas almas, mas nem sempre a maioria tem razão. Afinal, Galileu Galilei, era o único que estava certo. Afinal, a Terra não era o centro do Universo. Afinal, a condenação de Galileu pela Igreja, sabe-se hoje, foi de uma tremenda injustiça.
Boas João,
ResponderEliminarUm bom post a fazer lembrar aspectos de extrema importância para algumas mentes que julgam perceber muito de Democracia. Aspectos a reter:
1º Possuir legitimidade democrática, não implica necessariamente estar-se do lado da razão;
2º O direito de cidadania e de intervenção na esfera pública num estado democrático jamais implicará a subserviência da faculdade de pensar face ao poder instituído;
3º O poder que pretende ser imune à crítica, será sempre um poder egocêntrico e de cariz totalitário.
Um grande abraço
Olá Ricardo,
ResponderEliminarAgradeço a tua capacidade de síntese. Em poucas palavras disseste tudo aquilo que eu queria dizer.
Um grande abraço.
João Martins