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segunda-feira, outubro 05, 2009

5 de Outubro de 1910



5 de Outubro de 1910. O rei morreu. Viva o rei. Um golpe militar apoiado pela organização revolucionária, a Carbonária Portuguesa, e pelo povo adepto do ideário repúblicano, põe fim à Monarquia. O Soberano passa a ser o povo. A 1º Republica, inspirada nos ideais do positivismo e da Revolução Francesa. Patriótica e anticlerical, viria a ser um dos períodos mais conturbados da nossa História Política. Dezenas de governos caiem ao sabor dos interesses e de conflitualidades partidárias extremadas e sedentas de poder. No final deste período de intensa instabilidade política chegaram os anseios populares generalizados de "ordem e disciplina". Os partidos deixaram de ser percepcionados como factor de progresso e desenvolvimento, para passarem a ser percepcionados, como factor obstaculizante ao desenvolvimento do país. Em 1926, instaurava-se em Portugal a Ditadura Militar. Deste período conturbado ficou a marca indelevel da valorização dos ideais de liberdade, de igualdade e de fraternidade, o que será um legado histórico inalianável. Hoje, 5 de Outubro de 2009, o Presidente da República, Aníbal Cavaco e Silva, não discursará à nação portuguesa, no sítio tradicional onde ela é oficialmente comemorada, invocando motivos políticos, devido à proximidade das eleições autárquicas. Não percebo a dificuldade em produzir um discurso de homenagem à República, que passe por cima das querelas partidárias que estão em jogo nas eleições autárquicas. Os silêncios e os não ditos de Cavaco e Silva, são quase sempre tão ou mais significativos do que as poucas palavras que saiem da sua boca. Fosse, Cavaco e Silva, historiador de formação, em vez de ilustre economista, e saberia que era impossível não se dirigir ao país, numa data com esta importância, no lugar dos Paços do Concelho. Mas a democracia, há muito, mas há muito tempo, que anda a reboque, da economia. Da parte da República, esta, é hoje, maioritariamente consensual, entre os portugueses.

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