Sexta-Feira, 13 de Março de 2009
Perto de 200 mil nas ruas de Lisboa
Março de 2007, 140 mil pessoas manifestam-se na rua contra as políticas do governo PS nas áreas da saúde e da educação. Outubro de 2007, 200 mil pessoas protestam na rua contra a política económica e social do governo PS. Março de 2008, 100 mil professores e professoras manifestam-se na rua contra as políticas de educação do governo de Sócrates e do PS, em especial contra o sistema de avaliação imposto governamentalmente. Novembro de 2008, 120 mil professoras e professores de todo o país voltam ao protesto nas ruas de Lisboa. 13 de Março de 2008, 200 mil pessoas protestam contra as políticas económicas e sociais do governo que se diz socialista, moderno, democrático e de esquerda.
Ajectivações tais como "mentiroso", "ladrão", "vergonha", "enganados", "roubo", "imoral"," injustiça", cartazes a ilustrar o primeiro ministro Sócrates com o nariz de pinóquio, predominam entre as palavras de ordem.
Durantes anos e anos os agentes políticos convenceram-se de que tudo valia para conquistar o poder. Tudo se podia prometer em actos eleitorais, que o "povo", essa entidade abstrata e não pensante, tem a memória curta, e que, depois do poder conquistado, as "promessas" eleitorais eram apenas um "faz de conta". A "real politick" venceu a "ideal politick". A mentira foi eleita estrategicamente como prioritária na conquista do poder.
As consequências estão à vista. O descrédito geral da classe política. Afinal não existem os 150 mil empregos, mas o desemprego disparou. Afinal, não existiu uma Europa referendária e participativa mas o autoritarismo de Estado a decidir. Afinal os direitos na saúde, na segurança social e na educação vão progressivamente no mesmo sentido que já iam a quando das políticas da direita mais conservadora. Ou pior, em muitos casos. Afinal, a injecção de propaganda e de "optimismo irrealista" deste últimos anos acabou numa das mais graves crises das últimas décadas. Afinal era mentira. A crise, foi apenas reconhecida por Sócrates, no último minuto de jogo, já para lá do tempo dos descontos dados pelo árbitro.
Na rua, luta-se por mais justiça, pela manutenção dos direitos sociais conquistados com muito sangue, suor e lágrimas, ao longo de anos e anos, através de duras lutas sociais. Luta-se pela dignidade no trabalho, contra a legitimação oficial da precariedade, por uma vida mais humana.
Razão tem Miguel Portas, não, não se trata já e apenas, de uma mudança de políticas. É urgente a mudança dos protagonistas.
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