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terça-feira, março 03, 2009

O Apagão

Não, não estou a falar do apagão resultante da ineficácia do "choque" tecnológico que fez o congresso do PS ficar às escuras. Falo do apagão ideológico e simbólico provocado pelo eucalipto que tudo seca à sua volta.

No congresso do unanimismo. No congresso do culto propagandístico do chefe do rebanho. No congresso do absurdo discurso anti-democrático da "campanha negra" e da "cabala". No congresso do inacreditável discurso que incentiva a caça às bruxas de quem defende ideias diferentes das do grande líder, do género, quem não está comigo, está contra mim. No congresso do fundador que pediu desculpas ao líder porque afinal há medo no PS porque também há medo em Portugal, na Europa, no mundo e no resto da galáxia em que vivemos. No congresso em que o mais presente foi o grande ausente. No congresso em que proliferou um autêntico deserto de ideias e de ausência de pensamento político sobre o que quer que seja, o partido que se diz socialista, vai definhando e vai-se confundindo cada vez mais com o líder.

O PS, após as estrondosas derrotas eleitorais que se adivinham, prepara-se, sem o saber, para a grande travessia do deserto na vida política portuguesa. O país é que não precisava mesmo disso. Cá estaremos para ver o filme.

3 comentários:

  1. bem seguindo essa lógica, que tem até partes bastante consistentes, este País irá ficar ingovernável brevemente. porque olhando também para as alternativas existentes...eu acho que isto já deu foi o berro final. por onde andam os homens de coragem que queiram de facto pegar neste barco?

    Fernando

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  2. Olá Fernando. Esse é que é o grande drama. O PS não precisava de traído o seu eleitorado. Fez mal ao país, ao seus eleitores e ao próprio PS. O que aí vem não é coisa nada boa. Oxalá esteja enganado.
    Abraço
    João Martins

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  3. A propósito dos dias que correm o Mala Aviada trás até nós uma visão que transcrevo:A verdade é que os eleitores são como as ratazanas, vão-se habituando ao veneno e acabam por se alimentar com ele em vez de morrerem. O José Manuel Fernandes bem pode dedicar todas as edições do Público a Sócrates que os seus leitores limitam-se a pular as páginas e não mudam as intenções de voto em função das desilusões empresariais de Belmiro de Azevedo. A Manuela Moura Guedes bem pode encher aquela enorme boca de gozo que os espectadores vão bocejando até à hora da telenovela. Cavaco Silva bem pode marcar comunicações e recorrer a vetos, não é por isso que os eleitores se vão apaixonar por Manuela Ferreira Leite ou reparar no seu Miguel Relvas.
    A força de Sócrates vem da falta de alternativas, vem de uma oposição que esgota as suas energias na crítica e se esquece de propor um projecto com soluções para o país e quando simulam a apresentação de soluções estas tresandam a eleitoralismo.
    Com uma oposição destas começo a ficar convencido de que nem à bala se vão livrar de José Sócrates. Aliás, ao PSD já só falta mesmo contratar um gangster para se livrar do líder do PS o que lhes serviria de pouco, estou convencido que Manuela Ferreira Leite perderia até com o porteiro do Largo do Rato.

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