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quarta-feira, agosto 31, 2011

O Grande Retrocesso Social

1. O plano de emergência social do governo PSD/CDS em alguns dos seus aspectos herda alguns pressupostos marcadamente salazaristas. Para além da fabulosa ideia de fornecer medicamentos aos pobres que estejam a esgotar o seu prazo, ficamos agora a saber que a solidariedade descobriu uma maneira de fazer, em nome da Troika com certeza, mais solidariedade com menos recursos. Não se trata de melhorar e criar infraestruturas para apoiar as famílias com as suas necessidades de colocação de crianças em creches. Não, não se trata disso. Do que se trata é de fazer o milagre da multiplicação dos pães. Diz-nos o ministro do assistêncialismo que onde cabem quatro crianças, com boa vontade caritativa, cabem sempre mais quatro e a medida prevê que mão de obra voluntária vá dar uma ajudinha com as crianças. Ficamos a saber que trabalhar com crianças não exige qualificações e competências especializadas. A educação de infância é assim transformada num grande depósito de armazenamento da criançada.

2. Aquilo que tenho aqui designado de fascismo financeiro austeritário, inspirado no último livro de Boaventura Sousa Santos, começa a dar um salto qualitativo em direcção ao fascismo político e social. O ministro Relvas, segundo o jornal "i" de hoje, quer acabar com a oposição nas autarquias. Esta medida salazarenta, em nome da Troika claro está, vai ao arrepio dos mais elementares princípios por que se regem as democracias ocidentais. O 25 de Abril está a morrer. Viva o 25 de Abril!

3. O governo de Passos Coelho já começou a piscar o olho aos socialistas burgueses conservadores reaccionários nacionais para inscrever, à medida do que fizeram este mês os socialistas burgueses conservadores reaccionários espanhóis, o limite do défice da república na constituição portuguesa. A inscrição do austeritarismo recessivo na constituição da república é um dos mais graves atentados aos princípios fundamentais da democracia. Vivam os mercados! Os mercados estão a vencer.

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