Os de "dentro" bem podem proteger-se em apartheid's de condomínios privados, recorrerem aos mais sofisticados meios de vigilância electrónica e sofrer angustiados por uma sociedade securitária. Quando os de "fora" são o resultado de uma produção societal que tem como efeito exclusão e vulnerabilidade em massa, o mais pequeno detonador social, à mistura não poucas vezes com práticas de racismo institucional por parte das "autoridades" (?) policiais, resulta numa explosão social cujas dimensões ultrapassam a mais fértil imaginação. Os neoconservadores verão a solução num Estado Policial, senão mesmo militarizado, que proteja os de "dentro" dos perigos dos de "fora". Os progressistas verão a solução na construção de uma sociedade que promova uma verdadeira inclusão social dos pobres e das ditas minorias assente em verdadeiras políticas públicas de combate às desigualdades sociais, à exclusão social e à pobreza. Quereremos a via do Estado Social ou a via do Estado Penal? Esse é o jogo que está em cima da mesa. E a segunda via está progressivamente pela mão dos fascistas financeiros neoliberais a ganhar à primeira.
Meu caro João aprecio este seu ponto de vista.
ResponderEliminarNunca como agora a obra de ZiZec " a violência" na Relógio de Água, seria de oportuníssima leitura.
Organize "una charla" sobre este tema e sobre a obra.Seria muito interessante.Desculpe o atrevimento.
Um abraço
Caro Vitor Aleixo,
ResponderEliminarAgradeço de novo a dica pois não conheço a obra. Fica regitado. Quanto ao atrevimento ele é sempre bem vindo, estou é sem grande disponibilidade temporal de momento. Mas a ideia é boa. Vou ter que ler a obra. Mas Bourdieu em "Contrafogos" e as "Prisões da Miséria" de L. Wacquant, entre muitos outros já alertavam há uns bons anos para cenários deste tipo. Infelizmente, ninguém os ouve.
Um abraço
João Martins