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sexta-feira, agosto 05, 2011

Do Fascismo Financeiro Austeritário e do Estado Caritativo Face à Emergência Social

O governo avançou hoje com um plano de emergência social. O mesmo governo que quer ir "mais longe" do que a Troika na implementação do fascismo financeiro austeritário neoliberal, é o mesmo governo que vem agora tratar hipocritamente dos destroços que as suas políticas ultraliberais provocam. É óbvio que aprender a pescar e ter a cana de pesca é essencial. É óbvio que ter o peixe para "matar" a fome enquanto se aprende a pescar é essencial. Ninguém com fome e em situação de miséria absoluta tem capacidade para se concentrar em colocar o isco de forma competente no anzol. O problema das políticas deste governo sufragadas pelo partido que se diz socialista é que retira brutalmente as canas de pesca para entregar de emergência social os restos de peixe que o sistema ainda vai consentindo a quem perdeu o acesso aos recursos que o mar deveria pôr à sua disposição.

O presidente da cáritas acertou na mouche. Apetece dizer. São as políticas económicas e financeiras estúpido! Pensar que existe essa coisa que se chama "social" separado das políticas económicas e financeiras é um tremendo erro político. O económico é intrinsecamente social e o social não pode prescindir de uma das suas componentes fundamentais, precisamente o que se passa ao nível do jogo económico. Toda a teoria das classes sociais de Marx gira em torno das "relações sociais de produção". A teoria de Marx pode ser imperfeita mas não levar em conta o efeito das políticas económicas e financeiras na produção das desigualdades, da pobreza e da miséria social e separar as políticas "sociais" das "económicas" mais não é do que produzir um paliativo de controlo social. Dar o peixe, depois de se ter tirado a cana, é uma marca política colossal de onde pode chegar a hipocrisia política e social daqueles que seguem acriticamente as políticas de devastação social do capitalismo ultraliberal.

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