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segunda-feira, agosto 15, 2011

Os Motins de Londres Vistos Pela Direita Ultraliberal


É tão perturbador ler sobre as consequências das manifestações nas cidades inglesas (...) quanto saber da surpresa do governo inglês. Membros deste governo, incluindo oficiais da polícia, têm repetidamente afirmado que não havia e não há razões para as manifestações, que tudo se resumiu e se resume à animalidade, à criminalidade pura como que inscrustada nos jovens das ruas por geração espontânea. A nível do foro psiquiátrico, certamente haverá quem resuma tudo à psicopatia ou à mimese pura e simples. Na conclusão, a direita dirá que tudo se resumiu e se resume a um exercício de autopoiese criminal. Enfim, uma neo-Laranja Mecânica. O pensamento conservador mantém-se inalterável na história, para ele os operários, os jovens, o povo, só têm a seu cargo a gestão dos instintos, o impulso criminal. Por isso precisam ser policiados e reprimidos. A este propósito, Simone de Beauvoir diria que os conservadores se recusam a ver no povo a "significação moral", o "impulso da transcendência humana". Opositores são sempre ressentidos - dirá, convicta, a direita -, invariavelmente movidos pelo ressentimento, pela inveja, pela neurose, pela incompetência, pela criminalidade, em última análise pela enfermidade.

Por Carlos Serra, copiado daqui:
http://oficinadesociologia.blogspot.com/2011/08/primavera-inglesa-e-pensamento-da.html

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