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sábado, fevereiro 13, 2010

Colocar o Problema Onde Ele Deve Ser Colocado

Ao contrário do que nos querem fazer crer os arautos defensores da liberdade, que criticam com ênfase aqueles que se exprimem pela livre expressão, não penso que o problema central da discussão, seja neste momento, Portugal ser ou não um país livre. A democracia de baixa intensidade que reina no nosso país não tem que ver só com o governo de Sócrates. Tem que ver com o geral descrédito da classe política portuguesa e da correlativa desconfiança do cidadão comum sobre quem nos governa. Se quiserem, para ser mais claro, tem que ver com o maior défice da sociedade portuguesa, o seu défice de cidadania.

Com uma concepção política predominante de democracia, que a reduz aos seus aspectos formais e legais, a elite política portuguesa adormece em cima da global transformação social que atravessa a sociedade portuguesa. Daí que Sócrates se agarre às justificações formais e aja como se o contrato social entre governantes e governados fosse uma mera questão de formalismo legal. Se assim o fosse, a Venezuela de Chavez, a Itália de Berlusconi, ou a Rússia de Putin, seriam um exemplo perfeito para as democracias ocidentais.

Ora a verdadeira questão que deve ser colocada, é se gostamos de viver num país em que o primeiro ministro persegue jornalistas, aponta o dedo a televisões e jornais nacionais e manipula, controlando, os orgãos de comunicação social, com o dinheiro de todos nós, em associação e tráfico de influências com o poder económico. Esta é a verdadeira questão. E quem não perceber isto, não percebe nada do que é viver num Estado Democrático. Ou melhor dizendo, já nem sequer tem a capacidade de perceber a diferença. A não ser que os motivos sejam de outra ordem. Mas já nada me espanta...

2 comentários:

  1. Vamos então demonstrar que o Primeiro Ministro persegue jornalistas e, do mesmo modo, verificar que esses jornalistas não perseguem a ele recorrendo a métodos ilegais na feitura das notícias!
    A cidadania e seu exercício implicam o respeito pela privacidade de todos os cidadãos. O Primeiro Ministro, enquanto cidadão, não é mais nem menos que qualquer outro!
    O texto de hoje pretende reduzir a questão à sua expressão mais simples mas esconde as reais motivações do conflito!

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  2. Caro professor Almeida,

    O primeiro ministro é igual a todos os outros cidadãos?

    Bom fim de semana para si.

    João Martins

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