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domingo, junho 15, 2008

Da Democracia na União Europeia: Tristes Democratas...

Para mais tarde recordar...

Dezembro de 2007

Fogo de artifício de comemoração do Tratado de Lisboa



Domingo, 15 de Junho de 2008

1ª página do Jornal Público

Europa tenta isolar a Irlanda se o referendo não for repetido

Opção de sair da UE está implícita nas declarações dos líderes Europeus


"A Irlanda vai ter que decidir rapidamente se quer sair da União Europeia (UE) depois de ter recusado o Tratado de Lisboa, ou se prefere voltar a submeter o texto aos eleitores mediante certos ajustamentos. Esta é a opção posta implicitamente na mesa por vários líderes europeus, que, embora tenham afirmado respeitar o veredicto negativo do referendo da passada quinta-feira, recusam que menos de um milhão de irlandeses travem a vontade de governos representativos de 490 milhões (...)"

Qualquer semelhança entre "isto" e um Estado Totalitário é pura coincidência...

Tristes Democratas...

1 comentário:

  1. Caro João Martins,

    13 de Dezembro de 2007. A
    Europa ideal em que tudo estaria organizado da melhor forma para a felicidade completa das populações.

    13 de Juhno de 2008. O DOLO FOI RECUSADO.

    O DOLO

    A palavra é usada pelos juristas e significa má fé, actuação com intenção de enganar, de defraudar, de induzir o outro em erro. Foi o dolo deste Tratado de Lisboa que foi recusado pelos irlandeses. É a crescente sensação de que estão a ser enganados, de que estão a ser usurpados de um poder qualquer, por engano e conduta sub-reptícia, que levará os povos europeus, seja na Suécia, seja na Itália, seja no Reino Unido, seja na França, a “nãos” sucessivos a qualquer Tratado europeu que seja feito com as habilidades com que este foi feito. Os irlandeses disseram “não” por eles e por todos os europeus. Os irlandeses disseram “não” nas urnas a uma Europa a que só se pode dizer “sim”.

    OS ÚNICOS EUROPEUS QUE PUDERAM

    VOTAR DISSERAM NÃO

    O Tratado de Lisboa é uma versão da Constituição Europeia, que não ousa dizer o seu nome. Foi feito disfarçadamente para parecer tão complicado que não lembra o original. Está cheio de truques e de subterfúgios. No ano passado só houve um fio condutor na preparação do novo tratado, e esse fio condutor foi usar todos os artifícios inclusive o dolo, a pressão, a chantagem, para evitar que o Tratado fosse a votos em qualquer sítio na Europa. Sobrava a arcaica Irlanda que ainda tinha a obrigação referendária na sua Constituição. Mas não devia haver problema, como se atreveria esse povo de beatos, freiras, proto-nazis, bêbados, brigões, e comedores de batata, a por em causa o projecto iluminista do nosso tempo, a Europa? Se tivessem lido Joyce, Yeats ou J. M. Synge saberiam que eles não são de fiar.

    Agora querem-nos expulsar da Europa, querem tornar um fardo para o governo irlandês o voto democrático dos seus concidadãos e dizem-lhe com arrogância: consertem lá o brinquedo senão vamos brincar para outro lado. Em Portugal também isto foi dito, sem sequer o temor de perceber que esta violência verbal ressabiada ter sido apenas dirigida a um pequeno país e nunca ter sido usada para, por exemplo, a França que votou um sonoro “não” à refulgente Constituição. Quando do “não” na Holanda e na França ninguém disse aos dois países para não empecilharem a Europa e saírem pela porta da rua da União.

    A EUROPA TEM TODAS AS SAÍDAS

    Deixa o “não” irlandês a Europa sem saída? É disso que nos querem convencer, também por razões que ninguém põe preto no branco no papel. O que fica sem saída é o projecto de instituir um esquema de poder interior na UE que sirva a França e a Alemanha e que assegure determinadas políticas, usando as maiorias nas votações que antes eram por unanimidade. Porque se não for para isto, há muita e muita coisa que se pode fazer com os Tratados actuais, haja vontade política para a fazer e esforço de negociação. Foi uma Europa de “pequenos passos” que sempre teve sucesso, não a de passos de gigante com pés de barro que é o caminho falhado dos últimos dez anos. Falhado. Falhado.

    (in o ABRUPTO)

    Um abraço ao João,

    Umbelina

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