Reza hoje assim na primeira página do Público: "O Governo vai impor um tecto máximo às indeminizações pagas aos trabalhadores em caso de despedimento e facilitar o ajustamento das empresas às flutuações da procura". Nós já sabiamos que o capitalismo yo yo funciona como uma mola flexível que torna "dispensáveis" e "descartáveis" os "colaboradores" de que os "mercados" num dado momento do tempo consideram um empecilho da geração de mais valias. O que passa a ser novo na legislação portuguesa é o decreto da precariedade institucionalizada como forma de gestão da mão de obra por parte do capital. O Socralismo é assim. Depois dos contribuintes "salvarem" os bancos (veja-se o escandalo que é o buraco do BPN), depois do brutal corte nos salários da função pública, depois dos cortes nos subsídios de desemprego, depois da retirada dos abonos de família a uma boa parte das famílias portuguesas, depois do aumento do IRS, depois do aumento do IRC, depois dos cortes nas deduções com despesas de saúde e de educação (e todas as outras medidas de retirada de direitos sociais de que já nem me lembro...), chegou a "resolução" dos problemas associados à "crise". Pasme-se. A forma encontrada pelo Socralismo para combater a taxa mais elevada de sempre da história do desemprego em Portugal, é, qual alquimista encartado, um decreto que procura facilitar os despedimentos e baixar as indeminizações aos desempregados. O Socralismo está bem vivo, mas o socialismo já morreu. Bem pode bradar Manuel Alegre, qual Dom Quixote lutando bravamente contra moinhos de vento, que Cavaco Silva quer destruir o Estado Social. É que ninguem o leva a sério. Percebe-se porquê, não é. Uma última nota para João Proença e para a UGT. Esta organização sindical já tinha, pela força das circunstâncias, sido "obrigada" a aderir à greve geral. Ontem foi penoso ver tão triste figura ao lado de Sócrates a anunciar a retirada de direitos aos desempregados. Com o sentido político que as coisas continuam a levar não tenho a mínima dúvida de que tempos turbulentos estão aí a chegar. As elites políticas que se cuidem.
Verdade: João Proença metia dó. Como metem dó muitos ministros do actual governo. Um verdadeiro dó de alma.
ResponderEliminarManuel Alegre fez mal em aceitar o apoio do....PS!!!!!! Perdeu a independência que teve nas eleições de há 5 anos.
Turbulência? Não acredito muito. Somos mesmo um país de "brandos costumes..."