É sabido que o governo Socralista quer introduzir à sucapa dez pórticos na Via do Infante. De preferência rapidamente e em força antes que a contestação social cresça. Face ao trabalho de pressão da Comissão de Utentes da Via do Infante, o engenheiro Macário Correia apelou à desobediência civil dos algarvios para que não paguem portagens. Penso que este grito do ipiranga, ao contrário do que inicialmente pode parecer, em nada vai ajudar à pressão social que é necessária que os algarvios façam, de modo a não virem a estar destinados ao horror da rua 125. É bem possível que este apelo feito por Macário Correia, a mais não sirva a não ser para que o próprio fique bem na fotografia e demonstre a sua vontade em estar do lado das "populações" uma vez que esta sua posição pode até ter o efeito perverso de desmobilizar os protestos e os protestantes. A desobediência civil não é solução para coisa nenhuma. A única solução passa por os algarvios continuarem a mostrar o seu desagrado de modo a que as portagens não cheguem a ser introduzidas. Se os pórticos forem construídos e se a cobrança for iniciada, a "desobediência civil" só servirá para criminalizar os "contestatários". Perante o que disse o socralista que veio passear cá pelo Algarve e fazer uma espécie de relatório à boa maneira da PIDE do tempo de Salazar, em que afirma que apenas há por aí meia dúzia de "insatisfeitos", isso é mais do que sinal de que o governo de Sócrates nem sequer vai passar cartão aos algarvios. Se mais de cem mil "insatisfeitos" no Terreiro do Paço não passou de uma picadela de mosquito governamental, não vejo como poderia o governo de Sócrates voltar para trás na sua decisão, quando o protesto regional ainda tem uma minúscula dimensão. É a Comissão de Utentes que deve pensar no assunto. Um dos presidentes de Câmara a Barlavento já avisou, a posição do presidente da AMAL não representa a voz dos autarcas.
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