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segunda-feira, dezembro 06, 2010

Perspectivas Sobre as Portagens na Via do Infante

"Já a 9 de Setembro, o secretário de Estado das Obras Públicas, Paulo Campos, veio ao Algarve dizer que "a população dos municípios do Algarve vai beneficiar destas isenções e descontos" para as populações num raio que ascende aos 20 quilómetros” (coitados dos que moram em Aljezur, Alcoutim ou Cachopo).

E fê-lo em resposta clara a algumas atitudes do PS regional de contestação à introdução de portagens na Via do Infante. Estava clara a determinação do Governo e não compreender isso é ingenuidade. O líder do PSD também ousou protestar Algarve, apelando a 3 de Outubro às forças vivas algarvias para se "concertarem urgentemente” e definirem uma plataforma de luta contra a introdução de portagens na Via do Infante à semelhança daquela que foi criada em 2004. Todavia, de imediato, um dos seus líderes, Miguel Relvas, veio ao Algarve dizer de viva voz para se calarem, em sintonia com o PS. Pronunciaram-se contra de modo claro o Bloco de Esquerda e o PCP. A Assembleia da AMAL compreendeu a questão e também declarou a sua recusa em aceitar a medida do governo. Também movimento independente “Cidadãos com Faro no Coração” (CFC), liderado pelo ex-presidente da câmara de Faro, José Vitorino, anunciou a adesão à indignação contra a introdução de portagens na Via do Infante, considerando que “com esta acção de protesto, é dada expressão positiva ao sentimento da revolta dos algarvios”, acrescentando que as portagens “seriam desastrosas” numa região com a economia debilitada e enorme desemprego”, repudiando “a condenável subordinação da comissão executiva da AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve aos poderes do Terreiro do Paço” e denunciando que “eram contra as portagens e agora aceitam-nas, mas fazem ainda pior: procuram boicotar acções de pressão e luta perfeitamente legais, como são os buzinões, marchas lentas e outras formas de sensibilização”,

O PS alinhou com a posição do governo, contra a AMAL e tem vindo a propor em diversas Assembleias Municipais a aceitação da medida do governo. O presidente da AMAL, Macário Correia, contrariamente ao que a própria Assembleia havia deliberado, conciliou, ou procurou manobrar entre os pingos da chuva, mas agora vem a terreno numa posição de firme recusa de que se aceite o pagamento das portagens. Perdemos tempo, mas mais vale tarde do que nunca. Saúdo a sua tomada de posição e apelo a que, em consonância com a própria posição da Assembleia da AMAL, se junte à Comissão de Utentes, que se afirma aberta, ou de algum outro modo contribua para engrossar a onda de protestos e reforce com a sua influência um movimento popular de recusa da introdução de portagens. Também ao PCP, que decidiu fazer a luta no campo parlamentar, apresentando um projeto lei contra a introdução das portagens, que sabia de antemão que ia ser derrotado pelos “votos da aliança PS, PSD e CDS-PP”, se apela ao reforço da unidade popular, engrossando o movimento e se junte aos resistentes da Comissão de Utentes. Aqui é que está verdadeiramente a frente da luta. Tudo o resto é inconsequente! "

* Militante do BE

José Manuel do Carmo *
00:18 sábado, 04 dezembro 2010

Ver o original aqui:
http://www.regiao-sul.pt/noticia.php?refnoticia=110855

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