O blogue macloule deseja a todos os que aqui espreitam de vez em quando um feliz Ano Novo com votos de muitos momentos de felicidade, muita saúde e muito carinho humano!
A minha Lista de blogues
sexta-feira, dezembro 31, 2010
Feliz Ano Novo
O blogue macloule deseja a todos os que aqui espreitam de vez em quando um feliz Ano Novo com votos de muitos momentos de felicidade, muita saúde e muito carinho humano!

quinta-feira, dezembro 30, 2010
Memórias de Fim de Ano
1. No momento em que escrevo estas palavras, o capitalismo atravessa uma das maiores crises cíclicas da sua História. Em resultado de politicas económicas desastrosas para uma boa parte da população mundial, inspiradas desde há algumas décadas pela ideologia neoliberal, o desemprego graça, a miséria alastra, as classes médias empobrecem e o nível de vida das populações entra numa escalada recessiva de difícil inversão no curto prazo à escala ocidental. Na sequência dos desvarios dos mercados financeiros, politicamente incentivados nas últimas décadas, no sentido da sua desregulação, o capital financeiro acumulou lucros como nunca foi capaz historicamente de o fazer, ao mesmo tempo que a economia real se afundava e que a sociedade degradava a sua capacidade de fazer futuro. A resposta à crise, assente em políticas austeritárias, é, entretanto, levada a cabo pelos mesmo actores que mais contribuiram para a produção da crise e com as respostas do mesmo tipo das que nos conduziram até aqui. O tempo é fértil para o triunfo de uma das ideologias legitimadoras da dominação mais potentes dos tempos actuais. A transformação da vitíma em culpado. Como os neoliberais acham sempre que a solução "é fazer mais com menos" e que é preciso "cortar", "emagrecer", "deixar de viver acima das possibilidades", "baixar salários", "poupar no estado social" e promover a "ideologia meritocratica" na qual "cada cidadão deve dar o melhor de si", a incapacidade dos indivíduos resolverem os problemas da sua vida só pode ser coisa da sua "responsabilidade". Está desempregado devia ter apostado na sua formação. Está doente, devia ter apostado na prevenção. Tem insucesso escolar, os seus pais deviam ter cuidado da sua educação. A substituição da ideologia da responsabilidade pela ideologia da responsabilização é um dos mais poderosos mecanismos de dominação social das sociedades contemporaneas. O contexto está aí para a reforçar. Para além deste mecanismo temo que a insegurança social resultante do medo e da incerteza face ao futuro acentue aquilo que alguns estudiosos do social têm vindo a alertar. A substituição do estado social pelo apelo a mais estado penal. Se não se resolve o problema da pobreza e dos pobres então que se prendam os pobres. É assim que já se faz nos EUA.
2. Mas os tempos actuais levantam também desafios inéditos aos governos à escala mundial, nacional, regional e local. Como referiu em tempos Daniel Bell, os Estados nacionais tornaram-se demasiado pequenos para fazer face aos grandes problemas do mundo e ao mesmo tempo eles são demasiado grandes para fazer face aos pequenos problemas diários com que se defronta a vida quotidiana das pessoas. E os desafios são enormes. Não é só a crise económica e financeira. Mas é o gigantesco problema que colocam as alterações climáticas com reflexos directos ou indirectos na capacidade de fazer desenvolvimento, na pobreza, nas desigualdades sociais e na degradação ecológica progressiva do nosso planeta. É a gigantesca questão social que coloca ao ocidente o envelhecimento progressivo da sua população. É um modelo de sociedade com um modelo de desenvolvimento económico assente no desemprego estrutural e na precarização estrutural do trabalho que coarta a capacidade de fazer futuro, pois que está assente numa lógica de curto prazo. São as novas doenças civilizatórias assentes no modo de vida ocidental. É o risco de falência do Estado Providência tal como o conhecemos até há muito pouco tempo sem se vislumbrar ainda que novas formas de solidariedade societal o poderão substituir. É o risco de novas guerras de forte dimensão resultantes da escassez relativa um pouco por todo o mundo. É a corrosão da democracia pelo capitalismo financeiro. A lista de desafios com que nos defrontamos é infindável. Trata-se de fazer e refazer o mundo com o mundo que temos debaixo dos nossos pés. Uma condição essencial para isso é a refundação do político. Não só do funcionamento dos partidos políticos mas também da relação dos cidadãos à democracia. É preciso portanto democratizar a democracia. A política não pode de maneira nenhuma ficar prisioneira dos grandes poderes económicos. Sob pena de debaixo do chavão democracia passarmos a viver outra coisa qualquer. É sempre bom relembrar que à porta de Auschwitz estava lá escrito "O trabalho liberta".

quarta-feira, dezembro 29, 2010
Continuando a Caminhada Para o Abismo

A Vida da Rede

Nacionalizar as Agências de Rating

terça-feira, dezembro 28, 2010
Cancro

Elevar o Gosto

segunda-feira, dezembro 27, 2010
Os Partidos

Calem-se Porra!

domingo, dezembro 26, 2010
Do Pessimismo Irrealista ao Optimismo Deslumbrante
2. O pessimista realista é o tipo que vê as coisas negras como elas efectivamente são e não lhes vislumbra saída. O pessimista realista será o tipo que receia a entrada do FMI pois é possível que tal aconteça e não augura nada de bom com a chegada de tão ilustre visitante. O pessimista realista normalmente é um tipo que não é encarado como boa companhia. As pessoas detestam ouvi-lo.
3. O optimista realista é um tipo interessante. Ela não nega a realidade. Sabe inclusive que as coisas estão pretas. Mas sabe também que o mundo é feito todos os dias de múltiplas formas das pequenas e grandes coisas da vida. O optimista realista não é o típico crente na ideologia do progresso. Ele é mais aquele que sabe que são os homens e as mulheres que fazem a História embora muitas vezes não saibam a história que estão em vias de fazer. É o tipo que acredita que a partir do mundo que temos outros mundos são possíveís.
4. O optimista deslumbrado pode ser encarnado na personagem de José Sócrates. O mundo pode estar a desabar à sua volta por todos os lados, que haverá sempre um indicador estatístico ou um qualquer carro eléctrico que o faz transbordar de optimismo. Este tipo de optimista é o optimista perigoso. É aquele que consegue convencer uma boa parte dos que o rodeiam a jogarem-se para o abismo.
5. O tempo precisa urgentemente da espécie optimista realista e de utopias criadoras. Sem as quais a cacofonia da vida quotidiana fica com dificuldade em ganhar sentido. Mas não estou a falar de homens providênciais é claro. Essa foi uma espécie que foi nefasta de mais à história humana. O homem providêncial tem uma adoração especial por "ismos". E isso é tudo o que agora não nos faz falta.

Massagem de Natal

sexta-feira, dezembro 24, 2010
Feliz Noite de Natal
1. Começo pelas prendas. A maior dificuldade é sempre a prenda para a esposa. Tenho dificuldade com a escolha dos tamanhos de roupa. Não tenho perícia na escolha do perfurme certo. Não tenho dinheiro para fios de ouro e relógios de prata. Tenho falta daquela intuição e inteligência que é muito feminina. A escolha da prenda para a mulher põe em evidência todas as minhas desastrosas incapacidades. Poderia dizer que isto é assim para todo o universo feminino que me rodeia. Mas não é. Para a sogra vai uma moldura para pôr a fotografia dos netos. Para a mãe um album de fotografias e para a irmã um livro sobre o amor e as relações amorosas no regime de Salazar. A prenda da esposa leva-me todos os anos ao desespero. Nunca consigo estar à altura das expectativas.
2. Comprei a maior parte das prendas no centro de Loulé. Contra todas as más políticas do doutor Emídio sou um consumidor resistente. Tomo pequeno almoço no Avenida e pago parquímetro. Vou comprar jornal à banca e pago parquímetro. Vou almoçar ao Império e pago parquímetro. Vou à loja dos chineses e pago parquímetro. Vou à livraria Caravana e pago parquímetro. Dou uma moeda de um euro ao desfavorecido do costume e pago parquímetro. Resta-me respirar o oxigénio que por enquanto ainda não é sujeito ao pagamento de parquímetro. O cerco à cidade é total. Foi de todo o interesse público a criação dessa empresa semi-privada que gere os parquímetros de Loulé. Pelo menos, para essa espécie de interesse "público" das multinacionais privadas da cidade, levanto a hipótese de ter sido óptimo.
3. Como bom ateu adoro o espírito de Natal. A gente passa pelos amigos, pelos conhecidos e até pelos desconhecidos e tem um enorme prazer em desejar-lhes um "Feliz Natal". Não tenho qualquer dúvida sobre o assunto. Sejamos ateus, agnósticos, judeus, ou Testemunhas de Jeová, o espírito de natal é uma coisa boa. E a noite de Natal em família ainda é coisa que muito prezo. É um gosto ver a criançada feliz com a imaginação criadora dos brinquedos. Uma óptima noite de Natal para todos!

quinta-feira, dezembro 23, 2010
A Boa Imprensa do Dr. Cavaco
Imagine que se suspeitava que o banco em causa, quase exclusivamente composto por pessoas do círculo político próximo de José Sócrates, tinha contribuído financeiramente para a sua campanha anterior. Imagine que Sócrates e familiares seus tinham comprado acções desse grupo financeiro e vendido a tempo. Imagine que, sabendo-se tudo isto, Sócrates apoiava a nacionalização dos prejuízos deste banco. E imagine que essa nacionalização ajudaria a explicar a situação calamitosa do país.
Imagina o que se escreveria sobre o assunto? A quantidade de vezes que o primeiro-ministro teria de explicar as suas ligações ao banco? Os esclarecimentos que teria de dar? As declarações que teria de fazer ao País? Como tudo seria investigado até ao mais ínfimo pormenor? Como todos os documentos seriam vasculhados? Não foi assim nos casos da licenciatura, das casas projectadas, da Face Oculta, do Freeport, da TVI? E muito bem.
Não se percebe porque é que, num caso muitíssimo mais grave nas suas consequências para o país, parece dispensar-se qualquer tipo de vigilâcia democrática quando a pessoa que está em causa é, em vez do primeiro-ministro, o Presidente da República.
Original aqui:
http://arrastao.org/2116269.html

quarta-feira, dezembro 22, 2010
Vai a Democracia Resistir ao Capitalismo?

Mais Um Protesto da Comissão de Utentes da Via do Infante
http://tsf.sapo.pt/PaginaInicial/Vida/Interior.aspx?content_id=1740768
Vestidos com batas, capacetes, óculos e auriculares usados nas obras, os representantes da Comissão de Utentes da Via do Infante quiseram entregar à governadora civil de Faro um presente de Natal.
Os representantes levavam na mão uma caixa com uma caveira desenhada, que, segundo revelaram, continha um chip para andar na via do Infante.
Num tom humorístico, António Almeida, um dos representantes da Comissão de Utentes, disse tratar-se de um «chip explosivo».
No dia 5 de Janeiro, a Comissão de Utentes tem uma audiência marcada com o presidente da Assembleia da República para entregar as cerca de 15 mil assinaturas contra as portagens que garantem ter conseguido.

Carta ao Pai Natal
A minha tia Eugénia tem uns terrenos classificados como RAN que gostaria muito que o senhor os transformasse numa outra coisa qualquer, desde que eu pudesse lá construir umas casitas. Sei que nos tempos de hoje essa coisa não deve ser assim tão difícil, pois tenho conhecimento, de que nem é preciso ser o Pai Natal para que de REN e RAN se faça ouro alquímico. Tenho também razões ponderosas para que isso se faça, pois apesar dos terrenos agrícolas serem da minha tia ela já me disse que eu sou o seu sobrinho preferido. Como não tenho casa própria e o meu sonho era muito ter uma casinha, eu gostava muito que o Pai Natal tivesse este pedido em consideração. Prometo também ao Pai Natal que se este pedido me fôr satisfeito distribuirei muitas prendinhas por todos aqueles que ajudaram o Pai Natal a ajudar-me a mim.
Obrigado Pai Natal.

terça-feira, dezembro 21, 2010
No Tempo da Velha Senhora
Aqui: http://multimedia.iol.pt/backoffice/oratvi/multimedia/doc/id/13362623//9
E parece que vão mais 500 milhões para o BPN.

Pôr as coisas nos devidos lugares
O comentário é de um tal de Mamarracho no blogue Calçadão de Quarteira
PS: Como não sou o Miguel de Sousa Tavares sinto-me autorizado a reproduzir o comentário.

segunda-feira, dezembro 20, 2010
Feliz Natal
O blogue macloule deseja a todos os que nos visitam um Feliz Natal com muito amor, carinho e recheado de partilha de atenção humana.
Feliz Natal para todos é o que este ateu de meia idade vos deseja!

domingo, dezembro 19, 2010
Os Pórticos da Via do Infante
É sabido que o governo Socralista quer introduzir à sucapa dez pórticos na Via do Infante. De preferência rapidamente e em força antes que a contestação social cresça. Face ao trabalho de pressão da Comissão de Utentes da Via do Infante, o engenheiro Macário Correia apelou à desobediência civil dos algarvios para que não paguem portagens. Penso que este grito do ipiranga, ao contrário do que inicialmente pode parecer, em nada vai ajudar à pressão social que é necessária que os algarvios façam, de modo a não virem a estar destinados ao horror da rua 125. É bem possível que este apelo feito por Macário Correia, a mais não sirva a não ser para que o próprio fique bem na fotografia e demonstre a sua vontade em estar do lado das "populações" uma vez que esta sua posição pode até ter o efeito perverso de desmobilizar os protestos e os protestantes. A desobediência civil não é solução para coisa nenhuma. A única solução passa por os algarvios continuarem a mostrar o seu desagrado de modo a que as portagens não cheguem a ser introduzidas. Se os pórticos forem construídos e se a cobrança for iniciada, a "desobediência civil" só servirá para criminalizar os "contestatários". Perante o que disse o socralista que veio passear cá pelo Algarve e fazer uma espécie de relatório à boa maneira da PIDE do tempo de Salazar, em que afirma que apenas há por aí meia dúzia de "insatisfeitos", isso é mais do que sinal de que o governo de Sócrates nem sequer vai passar cartão aos algarvios. Se mais de cem mil "insatisfeitos" no Terreiro do Paço não passou de uma picadela de mosquito governamental, não vejo como poderia o governo de Sócrates voltar para trás na sua decisão, quando o protesto regional ainda tem uma minúscula dimensão. É a Comissão de Utentes que deve pensar no assunto. Um dos presidentes de Câmara a Barlavento já avisou, a posição do presidente da AMAL não representa a voz dos autarcas.

A Decadência Moral Do Ocidente

sábado, dezembro 18, 2010
Alegre Esquizofrenia

sexta-feira, dezembro 17, 2010
Agora Acontece
Carlos Pinto Coelho levava a cultura à casa do comum do cidadãos como poucos o fizeram em Portugal. Lembro-me de ter ficado perplexo e chocado com a decisão tomada na RTP da altura em decidir retirar o Acontece do ar invocando-se a lógica das audiências. Se a existência da RTP só se justifica pelo serviço público que presta aos cidadãos, Carlos Pinto Coelho prestou um verdadeiro serviço público ao país no sentido de uma verdadeira difusão democrática da cultura. Agora acontece. Carlos Pinto Coelho - 1944-2010.

quinta-feira, dezembro 16, 2010
Socralismo e Capitalismo Yo Yo

quarta-feira, dezembro 15, 2010
Vai a Democracia Resistir ao Capitalismo?

Vai a Democracia Resistir ao Capitalismo?
Acho muito bem que os media nacionais e internacionais continuem a ignorar a dimensão dos protestos um pouco por toda a Europa. É que isto não está a acontecer. Não acontece na Grécia, na França, na Inglaterra, na Itália. Isto não é a recusa de um determinado estado de coisas. Nada disso.
E a função dos media não é informar, debater, contextualizar, ouvir as partes envolvidas, confrontar pontos de vista, dar voz a quem não tem voz autorizada. Depois não se queixem do Wikileaks. Felizmente para os cidadãos e para a democracia existe a Blogosfera e o Facebook e o Orkut e o Twitter e o YouTube e os outros todos. O jornalismo, definitivamente, está a necessitar urgentemente de se repensar a si próprio.

segunda-feira, dezembro 13, 2010
Homo Pluridimensional
Vou à deita que se faz tarde. E amanhã, toca a levantar de madrugada, para ser "produtivo", "competitivo", "performativo", "competente", "atingir os objectivos", manter o "nível de excelência", ser "responsável" e essas merdas todas que nos impedem de viver a vida como ela merecia ser vivida. Com dignidade. Só. Sair daquele colete de forças imposto pela lógica do capitalismo que tudo invade e que Marcuse designou de Homo Unidimensional. A felicidade, portanto.
Boa semana para todos!

sábado, dezembro 11, 2010
Wikilikeando
2. Mas se a imprensa local anda pelas ruas da amargura, a imprensa nacional também já conheceu melhores dias. Um estudo encomendado pelo Expresso à Eurosondagem, divulgado na página oito, do dito cujo, revela hoje, para meu espanto, que 47,1% dos portugueses acham que se deve pedir "ajuda" (as aspas são minhas) ao FMI. Ora antes de se perguntar se Portugal deve pedir "ajuda" ao FMI, era bom que se perguntasse aos mesmos portugueses se sabem o que é o "FMI" e se sabem o que costuma ser a intervenção do FMI. Jornalisticamente falando, em vez de se divulgar sondagens de forma acrítica e correndo o risco de as mesmas serem altamente manipuladoras da opinião pública, era do maior interesse, em nome do serviço público, os jornalistas informarem as populações sobre o que é o FMI e quais têm sido as consequências das suas intervenções ("ajudas") um pouco por todo o mundo.
3. O jornalismo "preguiçoso" que se faz hoje um pouco por todo o lado, baseado numa grande parte no que as fontes ditas oficiais colocam na agenda e numas poucas agencias noticiosas fáceis de controlar, reagiu enfurecido contra o jornalismo de investigação que se apoia no Wikileaks. Esta reacção corporativa de uma parte significativa do corpo jornalistico ao "perigo" da transparência total da informação do que acontece pelo mundo, diz muito sobre uma determinada forma de fazer jornalismo hoje em dia. É que o pouco de bom jornalismo que se vai fazendo ainda por aí, não tem culpa dos sofás confortáveis a partir de onde se faz a produção de notícias do mundo actual. O jornalismo de investigação foi substituido pelo "jornalismo de sofá". E este último é muito mais confortável. Até porque não incomoda quase nada.

sexta-feira, dezembro 10, 2010
Vai a Democracia Resistir ao Capitalismo?

Pegar o Mundo Pelos Cornos da Desgraça e Fazer da Tristeza Graça
Bom resto de final de semana...

quinta-feira, dezembro 09, 2010
Vai a Democracia Resistir ao Capitalismo?
Milhares de estudantes um pouco por toda a Europa protestam contra a mercadorização da educação. Controladores aéreos em Espanha vão ser presos pelo protesto massivo contra a retirada de direitos sociais. Ameaças de morte ao mentor do Wikileaks por ter divulgado factos abusivos por parte dos Estados ocidentais que atentam contra a democracia e os direitos humanos. Há um traço comum a todos estes factos aparentemente fragmentados e dispersos um pouco por todo o lado. O capital, carente da sua legitimidade democrática, une-se à escala transnacional, concertando estratégias de manutenção do poder. O protesto massivo das populações aparentemente não dá em nada e é a corrosão da democracia a opção última dos governos conservadores (de esquerda e de direita) que nos desgovernam um pouco em toda a Europa. Temo que esta estratégia não dê bons resultados. A repressão social vai certamente crescer e o que vai resultar destes focos de explosão social um pouco por todo o lado é aquilo que esperamos ainda estar cá para ver. Se não for a democracia a saída, a coisa vai ser dura.

quarta-feira, dezembro 08, 2010
O IKEA, a Democracia e a Pequena Burguesia Política Local Anestesiada
Face a uma das maiores crises da história do capitalismo global, os políticos locais, ansiosos pela atracção de "investimento externo" (?), encostam a democracia à parede, e convertem-se hipocritamente em actores centrais da gestão do "mercado". Nada de problemático haveria na defesa da sociedade de mercado, se isso não significasse, como significou aqui em Loulé, um verdadeiro atropelo à democracia e um desvirtuar claro das regras do mercado.
Recordemos os factos. O IKEA como actor transnacional da economia global estudou o mercado e concluiu que aqui havia potencial de acumulação de mais valia. O que quer dizer que a centralidade "exigida" é aquela que lhe permite chegar a um maior número de consumidores. Até aqui nada de anormal, se considerarmos que funcionamos num mercado livre (será?) pelo facto de pertencermos ao espaço económico da União Europeia. As empresas existem e são para gerar lucro e criar riqueza. Quem pensar o contrário ainda não percebeu o mundo em que vivemos. É, portanto, legitimo que assim seja.
Os atropelos à democracia começam quando o IKEA compra terrenos agrícolas (e este é o verdadeiro problema e não vale a pena desvalorizar a questão a dizer que lá só se podiam plantar nabos) e espera que a autarquia Louletana, pela mão do Dr. Emídio, autorize a respectiva urbanização de terrenos não urbanizáveis. Duas coisas atropelam a democracia aqui e não sei mesmo até que ponto não atropelam a legalidade democrática. Primeiro, nenhum actor económico gasta milhões de euros em terrenos agrícolas não urbanizáveis sem saber quantos euros vai lá colher. Em segundo lugar, o dr. Emídio, para evitar problemas legais, comprometeu-se a alterar o PDM, como o próprio assumiu publicamente, para que o problema dos "terrenos agrícolas" pudesse ser "ultrapassado". Assim ninguém corre o risco de ser acusado de favorecimento político. As leis da República já tiveram melhores dias. A democracia portuguesa também.
Para meu espanto, como reagiu a burguesia política local do centrão? Foi à missa do negócio. Há uma vereadora, que agora é independente do partido socialista, que rezou o pai nosso ao dr. Emídio. O ex-candidato de São Sebastião, do PS, de quem muito gosto, também independente, realçou a "coragem" do sr. Presidente do Concelho e ouve gentinha do PS que ficou ofendidíssima por o negócio não ter ido para outro lado. A Quercus de início fez barulho e ali para os lados de um dos principais dirigentes da Almargem ficámos a saber que o ambiente é um bom negócio. Vai sobrando, para nossa sanidade mental, como quase sempre, um deputado do Bloco de Esquerda. E assim o capitalismo vai corroendo a democracia. E não tinha que necessariamente ser assim.
Adenda final: Adoro as bandeirinhas da cidade de Loulé ao lado das bandeirinhas do Modelo e do Continente, no espaços comerciais do Modelo e do Continente. Evidente sinal dos tempos.

terça-feira, dezembro 07, 2010
Dois mil empregos ou oito mil desempregados?
“Acredito que os dois mil postos de trabalho que o Ikea diz que vai criar no Algarve terá um impacto de oito mil desempregados no comércio tradicional da região para além dos 24 mil desempregados que já existem”, disse João Rosado, em entrevista à Lusa. João Rosado cita um estudo feito pela Universidade Católica, a pedido da Confederação do Comércio Português em 2004, que indica que por cada posto de trabalho criado numa nova grande superfície são extintos quatro no comércio local”. O presidente da ACRAL refere,por exemplo, que muitas Pequenas e Médias Empresas de Loulé que se dedicam ao setor do móvel, nomeadamente em Almancil e Boliqueime, vão ressentir-se com a nova grande superfície.
Para sustentar a preocupação da ACRAL sobre o nascimento de mais uma nova grande superfície, João Rosado recorda um outro estudo, realizado pela Direção Regional de Economia do Algarve, a dar conta de “um excesso de grandes superfícies no Algarve” desde 2006/2008. (...) Também em Loulé, mas no eixo Loulé/Quarteira, está equacionado um projecto da Auchan, denominado "Alegro Algarve", representando um investimento de 400 milhões de investimento e quatro mil postos de trabalho direto numa área total de 40 hectares."
Ver original aqui: http://www.regiao-sul.pt/noticia.php?refnoticia=110799
Para ver como a crise económica nos torna a todos mais submissos ver aqui:
http://ssebastiao.wordpress.com/2010/12/07/meu-caro-dr-seruca-emidio/
As boas mentes dirão logo: Submissos não...responsáveis...

segunda-feira, dezembro 06, 2010
Perspectivas Sobre as Portagens na Via do Infante
E fê-lo em resposta clara a algumas atitudes do PS regional de contestação à introdução de portagens na Via do Infante. Estava clara a determinação do Governo e não compreender isso é ingenuidade. O líder do PSD também ousou protestar Algarve, apelando a 3 de Outubro às forças vivas algarvias para se "concertarem urgentemente” e definirem uma plataforma de luta contra a introdução de portagens na Via do Infante à semelhança daquela que foi criada em 2004. Todavia, de imediato, um dos seus líderes, Miguel Relvas, veio ao Algarve dizer de viva voz para se calarem, em sintonia com o PS. Pronunciaram-se contra de modo claro o Bloco de Esquerda e o PCP. A Assembleia da AMAL compreendeu a questão e também declarou a sua recusa em aceitar a medida do governo. Também movimento independente “Cidadãos com Faro no Coração” (CFC), liderado pelo ex-presidente da câmara de Faro, José Vitorino, anunciou a adesão à indignação contra a introdução de portagens na Via do Infante, considerando que “com esta acção de protesto, é dada expressão positiva ao sentimento da revolta dos algarvios”, acrescentando que as portagens “seriam desastrosas” numa região com a economia debilitada e enorme desemprego”, repudiando “a condenável subordinação da comissão executiva da AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve aos poderes do Terreiro do Paço” e denunciando que “eram contra as portagens e agora aceitam-nas, mas fazem ainda pior: procuram boicotar acções de pressão e luta perfeitamente legais, como são os buzinões, marchas lentas e outras formas de sensibilização”,
O PS alinhou com a posição do governo, contra a AMAL e tem vindo a propor em diversas Assembleias Municipais a aceitação da medida do governo. O presidente da AMAL, Macário Correia, contrariamente ao que a própria Assembleia havia deliberado, conciliou, ou procurou manobrar entre os pingos da chuva, mas agora vem a terreno numa posição de firme recusa de que se aceite o pagamento das portagens. Perdemos tempo, mas mais vale tarde do que nunca. Saúdo a sua tomada de posição e apelo a que, em consonância com a própria posição da Assembleia da AMAL, se junte à Comissão de Utentes, que se afirma aberta, ou de algum outro modo contribua para engrossar a onda de protestos e reforce com a sua influência um movimento popular de recusa da introdução de portagens. Também ao PCP, que decidiu fazer a luta no campo parlamentar, apresentando um projeto lei contra a introdução das portagens, que sabia de antemão que ia ser derrotado pelos “votos da aliança PS, PSD e CDS-PP”, se apela ao reforço da unidade popular, engrossando o movimento e se junte aos resistentes da Comissão de Utentes. Aqui é que está verdadeiramente a frente da luta. Tudo o resto é inconsequente! "
* Militante do BE
José Manuel do Carmo *
00:18 sábado, 04 dezembro 2010
Ver o original aqui: http://www.regiao-sul.pt/noticia.php?refnoticia=110855

Sem Eira Nem Beira

Crise Económica, Crise da Democracia
Clique aí em cima: Boa leitura ...
http://www.ste.org.pt/actualidade/2010/11/Publico29Nov2010_2.pdf

sábado, dezembro 04, 2010
Os Mercados

sexta-feira, dezembro 03, 2010
Os Mercados Reagem: As Pessoas Também
Aeroportos Espanhóis parados. Pessoal do controlo aéreo meteu baixa em quantidades próximas dos 70% em reacção a mais medidas austeritárias (autoritárias) do governo espanhol. Eu estou do lado das pessoas. Que se lixem os "mercados".

quinta-feira, dezembro 02, 2010
O Grande Saque Explicado às Crianças
Alguém por aí se voluntaria para traduzir?

Anular a Crítica
Do "não discutimos...tudo" salazarista, passamos ao "deixem-nos trabalhar" dos anos 80 e 90 Cavaquista, até ao "bota-abaixismo" e à "maledicência" do novo milénio no reino socratino, e chegamos esta semana, na Voz de Loulé , ao "populismo de criticar a classe política" do presidente Cavaco. Uma elite que se procura desesperadamente preservar a si própria anulando a crítica política. Os consensualismos que esta gente nos quer impingir é a melhor maneira de preservar os poderes que fazem de Portugal um dos países mais desiguais da Europa.

quarta-feira, dezembro 01, 2010
Criticar por Criticar a Classe Política
Ver mais aqui:
http://sic.sapo.pt/online/noticias/pais/especiais/presidenciais2011/

O Grito do Ipiranga
As razões invocadas pela Comissão de Utentes da Via do Infante para que as populações residentes no Algarve não sejam empurradas para a EN 125 começam a ser levadas a sério e aí estão os primeiros resultados de uma luta que ainda está no seu começo. A AMAL, pela voz do seu representante máximo Macário Correia apela à mobilização colectiva dos cidadãos do Algarve no manifesto da sua indignação. É da acção colectiva que podem resultar os efeitos práticos de uma maior qualidade de vida na região do Algarve. O Zeca tem razão. Traz outro amigo também. Bom sinal, a escassas horas de se festejar o dia da Restauração da Independência. Isto não tem nada a ver com instrumentalização partidária. E é bom que os partidos se juntem à causa.
Ver mais aqui: http://adefesadefaro.blogspot.com/2010/12/macario-apela-recusa-coletiva-de.html
