Hoje a caminho do trabalho ia a ouvir um programa de rádio na Antena Um, onde o Carlos Andrade abre a antena aos ouvintes que participam em directo. O tema em discussão girava em torno da situação do país e do lugar de Portugal na Europa. Não sei se escolheram os participantes a dedo, mas enjoei a ouvir discursos futebolísticos do género: "Temos que remar todos para o mesmo lado"; "Todos temos que colaborar com o governo no combate à crise", "Pagar sempre pagámos, então só temos que fazer mais um esforço para ajudar o país". Mudei a frequência e sintonizei uma boa música latino-americana. Depois pensei nos gregos e no canídeo contestatário...e depois lembrei-me que Portugal não é a Grécia...
João,
ResponderEliminarPerante o teu artigo, aliás bastante elucidativo da forma como actua o "4º poder", apraz-me recorrer a uma citação de Eça de Queirós, em 1872, inserta in "As Farpas" e afirmar que qualquer semelhança com a realidade NÃO é pura coincidência. Assim, aqui vai o que pensava um dos autores portugueses mais críticos da 2ª metade do século XIX, cuja análise, como se vê e comprova, continua perfeitamente actual.
CITAÇÃO
"...Nós estamos num estado comparável somente à Grécia: mesma pobreza, mesma indignidade política, mesma trapalhada económica, mesmo abaixamento de carácteres, mesma decadência de espírito. Nos livros estrangeiros, nas revistas, quando se fala num país caótico e que pela sua decadência progressiva, poderá...vir a ser riscado do mapa da Europa, citam-se a par, a Grécia e Portugal."
Um grande abraço e obrigada pelas tuas passagens pelo LEMMA. Vamo-nos encontrando por lá.