Maio de 2008
Maio de 2009
Agosto de 2009
O Fernando, a quem desde já agradecemos, enviou uma foto, que diz ser de Maio de 2009 (foto do meio) e que comprova que as árvores entretanto agora abatidas, nessa data, se encontravam secas e sem uma única folha verde. Alega que o abate permitiu a salvaguarda física dos utilizadores do parque e portanto que o abate estaria justificado. Ora a única coisa que a foto de Maio comprova, é que, efectivamente, os platános em causa não tinham folhas. Como o não tiveram durante todo o Inverno as árvores que não chegaram a ser abatidas na Avenida José da Costa Mealha e que agora transbordam de verde resplandecente.
Não colocando em causa a bondade da argumentação do Fernando, aquilo que peço que compreenda, é que, depois dos abates de centenas de árvores sem tréguas na Avenida Francisco Sá Carneiro, em Quarteira, justificados pela autarquia como necessários ao estacionamento automóvel. Depois do abate de três frondosas árvores em frente ao Mercado Municipal de Loulé com meras preocupações estéticas de quem apenas quer mostrar a beleza da obra requalificada. Depois do abate de árvores na Rua da Ancha, junto ao Arquivo Municipal. Depois do dramático abate de árvores na Avenida José da Costa Mealha, sem justificação alguma da parte da autarquia e sem fundamentação técnica que o justifique. E depois do abate de árvores, há alguns anos atrás, no Jardim de Bonnet, junto à GNR, justificado com a necessidade de estacionamento automóvel.
Depois de tudo isto, peço ao Fernando que compreenda que os cidadãos da cidade têm o direito de ser esclarecidos pela autarquia das razões para todos estes abates no espaço urbano que se quer qualificado.
A autarquia de Loulé, tem agido mal, na forma como tem tratado o seu relacionamento com os cidadãos nesta questão. Recordo que o PS local indagou o senhor Presidente da Câmara sobre os abates de árvores em Quarteira e Loulé e não obteve qualquer esclarecimento credível. Recordo que houve um abaixo assinado a circular na internet que foi lamentavelmente ignorado. Recordo que os eleitos pelo povo devem representar o povo e devem prestar contas pela forma como gastam o dinheiro dos nossos impostos. Ora, é apenas isso que aqui se pretende fazer.
Eu quero saber das razões do abate de árvores que se fazem na minha cidade. Eu tenho o direito a saber porque razão abatem as sombras dos lugares onde eu costumo beber o meu café, fazer as minhas leituras, exercitar o meu corpo. A cidade faz parte da minha identidade. A cidade não é da autarquia, muito menos do seu presidente. A cidade é de todos nós.
Espero que compreenda a minha posição Fernando. Votos de estima para si e obrigado pelas suas palavras simpáticas. Desculpe por tratá-lo pelo seu nome aqui directamente, mas peço-lhe que não pessoalize o assunto, porque essa não é a minha intenção. O objectivo é mesmo acordar a cidade para esta grave questão.
Pode-se verificar que as árvores realmentes estavam mortas, pois em plena Primavera não é normal estas nao terem folhas. Ainda para mais, as outras do lado da mesma espécie estão bem verdinhas. Não queira enganar o que os olhos vêm. É bem visível que estão secas e mortas.Não existe outra justificação para o facto de não terem folhas. Concluindo, as árvores estavam mortas, foram abatidas com o objectivo, espero eu, de serem substituidas e de evitar futuros desastres.
ResponderEliminarComo tal não há nada a reclamar.
Nos casos que o Joao refere que árvores foram abatidas para estacionamentos, aí sim, tem razão em reclamar.
Abraço
E porque se deixou morrer as árvores Ezequiel? Não há técnicos camarários que informem os cidadãos dessas questões? Acha normal que um corredor verde como aquele que a foto de Maio mostra seja laxisticamente deteriorado?
ResponderEliminarCumprimentos
João Martins
É a vida. Se em Maio de 2008 estavam de perfeita saúde como você o demonstra com as referidas fotos,
ResponderEliminarA causa só pode ter ser sido morte súbita por motivos ambientais.
Técnico Agrónomo
Ezequiel
Bom agora já se identifica como Técnico agrónomo. Será que é técnico camarário o Ezequiel? Morte súbita por motivos ambientais? Espero que a "requalificação" a dar ao parque não nos reserve mais surpresas.
ResponderEliminarCumprimentos
João Martins
Caro João,
ResponderEliminarDesculpe a demora na resposta, tenha estado atarefado e sem tempo para aceder, com a devida atenção, à internet.
Há muitos motivos para abater árvores nas cidades. Aliás, tendo em conta a forma desastrosa como se fazem as podas nas cidades portuguesas e o desleixo a que é votado grande parte da arborização urbana, é uma sorte não acontecerem acidentes com maior frequência.
A preservação de uma árvore não se deve sobrepor, nunca, à segurança das pessoas, desde que haja motivos comprovados de risco.
Qualquer técnico de arboricultura competente não hesitará em aconselhar o abate de uma árvore, se houver o mínimo risco para a população. Até porque a acontecer um acidente desse tipo, tal criaria o álibi perfeito para a poda radical de muitas outras árvores em perfeito estado fitossanitário.
As fotos que lhe foram enviadas por um leitor do seu blogue, em si, não provam nada. Ou, explicando-me melhor, indicam que muito provavelmente aquelas árvores apresentavam um quadro irreversível que poderia ditar a obrigação de as abater.
Ninguém pode afirmar com certeza absoluta, nem mesmo um técnico, que aquelas árvores tinham que ser abatidas, apenas com base na análise de um par de imagens.
O problema é que neste país toda a gente percebe de tudo...
A decisão técnica de abater uma árvore só pode ser tomada por técnicos de arboricultura. É essa decisão técnica,e apenas essa, que deve fundamentar a decisão política.
Não é uma decisão técnica que possa ser feita por qualquer pessoa, seja ela médico, engenheiro, professor, carpinteiro ou fotógrafo. Ou será que qualquer pessoa pode pilotar um avião? Será que qualquer pessoa pode fazer uma cirurgia? Será que qualquer pessoa pode montar uma instalação eléctrica? Evidentemente que não! Da mesma forma, das árvores tratam os que sabem, apesar de toda a gente parecer, de súbito, ser entendida na matéria e saber até, apenas por olhar para uma árvore, ou para a fotografia duma, quando esta deve ser abatida.
Uma Câmara responsável, faria o que já se faz em certos locais do noss país, ou seja, colocaria antecipadamente informação no local, explicando os motivos justificativos do abate e o nome dos técnicos que avalizam tal decisão.
Posso assegurar que ainda recentemente tal aconteceu numa localidade da margem Sul do Tejo. A autarquia local contratou uma reputada empresa do sector para analisar o estado fitossanitário de algumass árvores. Chegou à conclusão que as mesmas estavam a perder sustentação e elaborou cartazes, nos quais explicava os motivos para abater as árvores, os quais foram colocados no local antes de cortar os ditos exemplares.
Devidamente elucidada, com uma argumentação técnica elaborada por uma empresa acima de qualquer suspeita, as pessoas não protestaram e aceitaram a decisão, pois perceberam que a mesma foi feita a bem da sua protecção.
As pessoas estão fartas das Câmaras cortarem árvores, em nome da nossa segurança, sem que nunca se perceba quem fez esse diagnóstico e por que motivos concretos as árvores tinham que ser abatidas. Mas, essas mesmas pessoas, estão dispostas a aceitar esse abate, se o mesmo for devidamente explicado.
Foi esse o caso deste exemplo que dei.
Pelo contrário, a CM de Loulé persiste em abater árvores sem apresentar qualquer justificação, numa atitude arrogante que, ainda assim, encontra eco nos que sempre aplaudem o que o poder faz, mesmo quando o poder não faz mais do que desrespeitar os direitos dos cidadãos, como o direito a ser informado.
É isto, e tão somente isto, que se pede à Câmara de Loulé, e à maioria das autarquias deste país, ou seja, clareza e transparência nas decisões.
Claro que as Câmaras contam com um poderoso aliado, os que aceitam sempre as decisões do poder, os que nunca questionam, os que acham que as Câmaras defendem sempre no interesse dos cidadãos e que, como é o caso, se uma Câmara corta, num único mandato, dezenas de árvores é porque tem bons motivos.