Estive a ouvir João Cravinho à hora do jantar na SIC Notícias sobre o acordo de concertação social. Cinco ideias que retive. O acordo conduz-nos a uma mudança de regime, no sentido de um regime ultraliberal. O acordo em alguns aspectos recua mais longe do que o tempo de Marcelo Caetano e resgata Salazar (a ideia foi próxima desta). O acordo não conduz a maior competitividade, nem a maior produtividade das empresas e dos trabalhadores uma vez que nada traz no sentido de melhor organização do trabalho, inovação e desenvolvimento tecnológico e assenta unicamente na crença de que baixar os custos do trabalho gera mais produtividade. O acordo não traz paz social e pode pelo contrário agravar a conflitualidade social. O PS vai ter que optar entre a continuação do colaboracionismo ultraliberal ou uma defesa cerrada da democracia e do Estado Social (as palavras foram outras mas esta foi a minha interpretação). Não podia deixar de estar totalmente de acordo com João Cravinho. Entre o pensamento sustentado de Cravinho, a abécula Francisco Assis, o sem sabor Zorrinho ou o cinzentão (in) Seguro vai uma distância abissal. Infelizmente para todos os portugueses Cravinho é assim uma espécie do último dos moicanos que ninguém no PS quer ouvir. Uma desgraça. Resta-nos a esperança de mudança através da pressão dos movimentos sociais. É também por isso que estou amanhã pelas 15h na Praça Marquês de Pombal.
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