Há uma moda no ar, que é sobretudo defendida pelos mais acérrimos defensores do partido do poder.
Face ao insucesso da implementação de algumas políticas e da incapacidade de levar a cabo as reformas apregoadas, dizem os fiéis, que o problema não são as políticas, mas sim a má explicação dessas mesmas boas políticas.
Assim sendo, o problema não seria o do fecho das maternidades, urgências e outras que tais, um pouco por todo o país, sobretudo em zonas pobres do interior rural, mas a incapacidade do ministro em explicar os benifícios para essas mesmas populações de lhes serem retirados esses serviços sociais que tão prejudiciais seriam ao seu desenvolvimento e bem estar.
Tristes populações que não sabem o que é bom para si, mesmo que tão insistentemente lhes expliquem que isso só lhes traria melhor qualidade de vida e aumento de saúde e bem estar.
Não entende este mau povo, que nascer em ambulâncias em alguma terra de ninguém é sempre melhor do que nascer em local próprio para o efeito.
Não entende este mau povo, que quando lhes perguntarem onde nasceram os seus filhos, poderão sempre dizer que, tal como os pais, que nasceram debaixo de alfarrobeiras ou num quarto escuro de uma velha casa, agora os seus filhos nascem a meio caminho de lugar nenhum, ou mesmo num qualquer ajuntamento de Espanha, que isto de nascer em Portugal não é nada distintivo na Europa.
O ministro foi demitido, mas a nova ministra já disse que a política era para continuar, porque o problema provavelmente não são as políticas mas a má explicação das boas políticas.
Na cultura, a ministra também foi posta a andar, mas aí, não podemos dizer, que o problema foi da má explicação das boas políticas para a cultura, simplesmente porque não havia política cultural neste governo.
Nunca poderá haver uma má explicação de uma boa política que não existe. Quem vier por bem vai continuar as inexistentes políticas para a cultura do governo socialista no poder. A obcessão do défice não deixa espaço para a cultura e esta não pode crescer em nome da salvação do país.
O problema portanto é a má explicação das boas políticas.
Mesmo que se façam reformas que contrariem todos os princípios da implementação de um processo de mudança social.
Reformar contra os actores...principais dessas mesmas reformas...contra os professores, contra os juízes, contra os jornalistas, contra médicos e enfermeiros, contra os trabalhadores, contra as populações afectadas por essas mesmas reformas. Alguém pode reformar a educação sem o contributo dos professores, por exemplo?
Reformar de cima para baixo...impondo as boas reformas presentes na mente de alguns iluminados que crêm saber o que é melhor para as populações que governam do que as próprias populações.
Reformar sem envolver... os participantes dessas mesmas reformas e aumentando o centralismo e a concentração de poder.
Reformar... com base em princípios meramente economicistas...
Depois sabemos o que nos vão dizer os fiéis...este mau povo que não se deixa reformar!
Mude-se o povo.
Bom final de entrudo
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