O que impressiona na análise do julgamento de Eichmann por Hannah Arendt é a sua condenação por apenas ter tentado compreender. A sua tese da banalidade do mal e de uma certa atribuição de responsabilidade às lideranças judias chocou a sociedade dos bons costumes da época valendo-lhe inúmeras inimizades e a hostilidade da academia. Não ponho de lado que esta tese da banalidade do mal não sirva para explicar uma boa parte da aceitação da atrocidade austeritária que hoje está a ser imposta à Europa do Sul. A aceitação das "inevitabilidades" porque não há nada a fazer talvez não se afaste muito do burocrata nazi que se limitava a cumprir ordens distribuindo seres humanos para as câmaras de gás dos campos de extermínio nazis. Especulações minhas. O filme é de facto, altamente recomendável pelo que nos põe a pensar (coisa que vale pouco na economia ultraliberal em que vivemos).
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