O grupo de Cidadãos de Loulé em Defesa da Escola Pública vai promover amanhã de manhã um protesto à porta da Escola nº4 do Agrupamento Vertical de Escolas Padre João Cabanita, em Loulé, contra a mistura de alunos de diferentes anos de escolaridade no 1º ciclo do Ensino Básico.
O protesto começa às 8h30 e vai repetir-se na segunda-feira, 16 de setembro, e na terça-feira, 17, à porta daquela escola , para «exigir que os seus filhos fiquem colocados nos respetivos anos nas respetivas turmas».
Segundo o movimento, há mesmo pais «que tomaram a decisão de iniciar uma greve de fome na próxima sexta-feira, dia 13 de setembro, à porta da escola, de modo a exigir que seja resposta a normalidade do ano escolar».
Este movimento de cidadãos considera que «estamos perante um claro atentado à Escola Pública, que remete para práticas próprias do Estado Novo e do Regime Fascista, encarando a orientação do Ministro Nuno Crato e do Ministério de Educação neste sentido como um retrocesso social e educativo de consequências gravíssimas para a aprendizagem dos alunos assim arbitrariamente misturados».
Este grupo de cidadãos, em comunicado, responsabiliza também os diretores das escolas por «estas práticas educativas criminosas se nada fizerem perante as hierarquias superiores de quem dependem e prestam contas, no sentido de defenderem os interesses dos alunos, dos seus pais e encarregados de educação e portanto, os próprios interesses de uma Escola Pública que se quer rigorosa, de exigência e de qualidade». O Movimento apela a que «pais e mães, alunos e famílias, encarregados de educação, sindicatos e partidos políticos» se juntem ao protesto. «Não aceitamos este retrocesso civilizacional na Escola Pública Portuguesa», avisa o grupo de Cidadãos de Loulé em Defesa da Escola Pública.
Este regresso de turmas com alunos de vários níveis de escolaridade está a ser uma prática seguida em todo o país, devido às novas regras do Ministério da Educação, que aumentou o número de alunos por turma e reduziu o número de professores. Ontem, em declarações ao Diário de Notícias, o presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares, Manuel Pereira, disse que esta solução, as chamadas escolas de lugar único, é habitual, mas para turmas com 12 a 15 alunos por professor, contudo, tem-se verificado a criação de classes com mais de 26 crianças. Manuel Pereira defendeu que a “regra” imposta dizia respeito a “cumprir os máximos”, ou seja, dividir o número de alunos aceites pela quantidade de turmas estipuladas, mesmo que tal implicasse juntar numa mesma sala crianças com escolaridade diferentes.
“Além de ser muito cansativo para o professor, é muito complicado, porque na prática não há apenas dois anos diferentes, há muitos níveis, já que as crianças têm ritmos muito diferentes”, criticou Manuel Pereira.
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