Os responsáveis máximos pela transplantação em Portugal abandonaram ontem funções em ruptura total com o ministro da Saúde. "Eu não pedi a demissão, demiti-me porque não colaboro com uma pessoa que não tem respeito pela vida humana", explicou ao Expresso o presidente demissionário da Autoridade para os Serviços de Sangue e Transplantação, João Pena. A decisão surge na sequência das declarações de Paulo Macedo, feitas no dia anterior, sobre o futuro dos transplantes. "Ele foi claro ao afirmar que atingimos um nível muito interessante de transplantes, mas se calhar o país não tem capacidade financeira para o manter", diz a também demissionária e coordenadora da colheita, Maria João Aguiar. Segundo a médica, a declaração tem como efeito prático que "teremos de deixar de trabalhar para 100% dos doentes". Assim sendo, João Pena diz que sair era inevitável: "Não posso aceitar que o ministro seja indiferente à morte de pessoas em lista de espera". E pede: "Este senhor tem que ser posto fora; não pode estar a cuidar de doentes".
In Expresso de 3 de Setembro de 2011.
In Expresso de 3 de Setembro de 2011.
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