1. Começo pelas notícias dos meus vizinhos cibernéticos do blogue Calçadão de Quarteira. O Zé Carlos destaca e bem, no último post, o "investimento" das autarquias de Loulé e de Faro em 1000000 de euros (com seis zeros) para que o torneio da bola do Guadiana passe a ser o torneio da bola em São João da Venda. O dr. Emídio e o Engenheiro Macário, em época de bancarrota, comandam os destinos dos algarvios. Vinha a conduzir o carro do trabalho e ouvia a voz do Engenheiro Macário na rádio: "Os algarvios devem ter orgulho no Estádio do Algarve".
2. Os profetas neoliberais defensores do fascismo financeiro austeritário, num movimento colectivo de neo-indignação, reagiram em choque à descida para "lixo" do rating da república. Passos Coelho, que vai para além da Troika, diz que "levou um murro no estomago". Os banqueiros que sugam o "despesismo" do Estado ficaram apavorados. O presidente da Comissão Europeia, o dr. Barroso "discorda" das agências de rating (foi triste a imagem e o discurso de impotência do Dr. Barroso face ao poder do capital financeiro). A nova directora do FMI diz que Portugal não merecia. O dr. Medina Carreira diz que ficou "estupefacto" e o novo líder parlamentar do PSD, a quem ainda não fixei o nome, diz que não podemos "esmurecer".
3. Em casa vendo e ouvindo a TV continuou-se a falar de "lixo". Não foi só a República que entrou em "lixo". As cidades de Lisboa e Sintra (pasme-se) também estão ao nível do "lixo". Os arquipélagos da Madeira e dos Açores foram corridos para o mesmo caminho (Jardim já "proibiu" a Moody's na Madeira) e algumas das principais empresas públicas cairam na estremeira. Tenho que me pôr a pau senão qualquer dia destes estou a ouvir rádio ou a ver televisão e pasmo, a ouvir, que uma qualquer agência de rating reduz a minha pessoa a "lixo". "Standard and Poors coloca João Martins ao nível Ba2, ao nível do "lixo". A resposta da Moody's às criticas à sua decisão pareceu-se com aquela "vingançazinha" terrível que não poderiamos deixar de fazer à primeira oportunidade que temos para tramar aqueles tipos que falam mal de nós. Na era do fascismo financeiro austeritário as agências de rating fazem parte do jogo que mercadorizou a política.
4. Na televisão pública que foi despromovida à categoria de "lixo" uma jornalista loira de nome Sandra qualquer coisa (é loira e não me lembro do apelido), foi fazer uma reportagem à Grécia. É óbvio que as perguntas que ela por lá fez foram no sentido de mostrar que os Gregos são "despesistas" e "laxistas". Apesar de uma parte da população grega rejeitar este estigma externo a jornalista portuguesa já levava as ideias formatadas. No final da reportagem a cereja em cima do bolo. O comentador convidado: Medina Carreira. Apesar de achar que as agências de rating "são capazes de ter ido longe de mais", Medina Carreira lá concluiu que não vale a pena falar muito nisso. A solução é mais Troika. Apetece-me gritar: "Viva a República". Medina Carreira mostrou ainda dúvidas que aqueles protestos dos gregos que aparecem às vezes na televisão (mais nas estrangeiras do que nas portuguesas diga-se de passagem) sejam significativos do que pensa a população grega. Faltou por pouco dizer que aquelas imagens são de mentira. Apetece-me gritar "Viva a República". Não há por aí um cão Grego?
2. Os profetas neoliberais defensores do fascismo financeiro austeritário, num movimento colectivo de neo-indignação, reagiram em choque à descida para "lixo" do rating da república. Passos Coelho, que vai para além da Troika, diz que "levou um murro no estomago". Os banqueiros que sugam o "despesismo" do Estado ficaram apavorados. O presidente da Comissão Europeia, o dr. Barroso "discorda" das agências de rating (foi triste a imagem e o discurso de impotência do Dr. Barroso face ao poder do capital financeiro). A nova directora do FMI diz que Portugal não merecia. O dr. Medina Carreira diz que ficou "estupefacto" e o novo líder parlamentar do PSD, a quem ainda não fixei o nome, diz que não podemos "esmurecer".
3. Em casa vendo e ouvindo a TV continuou-se a falar de "lixo". Não foi só a República que entrou em "lixo". As cidades de Lisboa e Sintra (pasme-se) também estão ao nível do "lixo". Os arquipélagos da Madeira e dos Açores foram corridos para o mesmo caminho (Jardim já "proibiu" a Moody's na Madeira) e algumas das principais empresas públicas cairam na estremeira. Tenho que me pôr a pau senão qualquer dia destes estou a ouvir rádio ou a ver televisão e pasmo, a ouvir, que uma qualquer agência de rating reduz a minha pessoa a "lixo". "Standard and Poors coloca João Martins ao nível Ba2, ao nível do "lixo". A resposta da Moody's às criticas à sua decisão pareceu-se com aquela "vingançazinha" terrível que não poderiamos deixar de fazer à primeira oportunidade que temos para tramar aqueles tipos que falam mal de nós. Na era do fascismo financeiro austeritário as agências de rating fazem parte do jogo que mercadorizou a política.
4. Na televisão pública que foi despromovida à categoria de "lixo" uma jornalista loira de nome Sandra qualquer coisa (é loira e não me lembro do apelido), foi fazer uma reportagem à Grécia. É óbvio que as perguntas que ela por lá fez foram no sentido de mostrar que os Gregos são "despesistas" e "laxistas". Apesar de uma parte da população grega rejeitar este estigma externo a jornalista portuguesa já levava as ideias formatadas. No final da reportagem a cereja em cima do bolo. O comentador convidado: Medina Carreira. Apesar de achar que as agências de rating "são capazes de ter ido longe de mais", Medina Carreira lá concluiu que não vale a pena falar muito nisso. A solução é mais Troika. Apetece-me gritar: "Viva a República". Medina Carreira mostrou ainda dúvidas que aqueles protestos dos gregos que aparecem às vezes na televisão (mais nas estrangeiras do que nas portuguesas diga-se de passagem) sejam significativos do que pensa a população grega. Faltou por pouco dizer que aquelas imagens são de mentira. Apetece-me gritar "Viva a República". Não há por aí um cão Grego?
Excelente texto onde transparece a verdade nua e crua. Só não entendo é o motivo que antes todos os males eram por culpa de Sócrates (e teve muitas concerteza) e agora todos, por ununimidade, apontam os males de Portugal para as injustiças de avaliação da Moody´s.
ResponderEliminarEm relação à CML talvez valha a pena ler o texo publicado neste blog:
http://www.daserraaomar.com/2011/07/um-rumo-para-o-caos.html
Abraço,
Jorge