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segunda-feira, julho 11, 2011

Do Fascismo Financeiro Austeritário

O país austeritário está de novo em estado de negação. Enquanto Sócrates se prepara para estudar a República de Platão e o Tratado de Política de Aristóteles, obras que deveria ter estudado antes de ter assinado o Tratado de Lisboa, Passos Coelho diz-se satisfeito porque apesar do rating da República estar no lixo, o Primeiro Ministro sente-se reconhecido pelas reacções do BCE, da Comissão Europeia e do FMI. O provincianismo submisso dos nossos governantes não tem fim. Passos de novo confunde as coisas da lógica com a lógica das coisas. Tudo se passa como se os elogios dos fascistas austeritários defensores da alta finança fossem sinónimo de alguma protecção do que quer que fosse.

O mais interessante desenvolvimento da última semana é que a Moddy's deslegitimou as políticas fascistas austeritárias da Troika e a Troika deslegitimou o fascismo austeritário das agências de rating. O que é de espantar é o facto dos políticos que nos governam, a parte mais conservadora do campo jornalistico, os economistas ortodoxos que se passeiam na TV e os reacionários ligados aos interesses da banca, terem entrado em estado de negação (onde é que já vi isto?). Que as agências de rating obedecem a interesses privados nós já sabiamos há muito tempo, que elas tenham decretado arrogantemente e ilegitimamente o "lixo" à República, às cidades de Lisboa e Sintra, aos Arquipélagos e à banca não temos qualquer dúvida. Mas negar que o país está no fundo do caixote do lixo e que as políticas da Troika são parte do problema e não da solução é coisa que só a lógica não consegue explicar.

A aparente apatia produzida pelo fascismo conservador austeritário com a ajuda da "nova" comunicação social (O jornal Sol desta semana com destaque para o seu director ultrapassou os limites do pensável) desde o tempo das eleições é não só espantosa como altamente perigosa. Se se quiser fazer crer de novo que o problema é das agências de rating (que também é) e que a Troika é a salvação, quando isto rebentar de vez nem a Nossa Senhora de Fátima nos salva. E ela deve ter segredado a Dom José Policarpo que o corte fascista no subsídio de férias era uma obra divina.

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