A minha Lista de blogues

quinta-feira, janeiro 27, 2011

Todos Contra os Pórticos da Via do Infante



MANIFESTO EM DEFESA DA NÃO INTRODUÇÃO DE PORTAGENS NA VIA DO INFANTE

“O actual Governo PS decidiu – com o apoio do PSD – a introdução de portagens na Via do Infante, contrariando anteriores compromissos políticos que vinculavam essa medida à existência de alternativa à Via do Infante.

Os algarvios discordam desta decisão, não porque exijam um tratamento de privilégio, mas por razões técnicas ligadas à mobilidade na região e sobretudo pelas consequências económicas, nomeadamente no turismo.

A EN 125 não constitui alternativa, sendo um dos eixos rodoviários mais perigosos da Europa e cuja requalificação está longe de estar concluída.

O traçado da EN 125 é caracterizado pelo atravessamento de muitas povoações e localidades densamente povoadas, cruzamentos, sistemas de semáforos e passadeiras de peões, e o projecto da sua requalificação prevê a criação de mais 84 rotundas. Em resumo, é muito mais uma rua do que propriamente uma estrada.

Segundo dados actuais do Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, na EN 125 ainda continuam a morrer, em média, 30 pessoas por ano, o que significa que é a segunda estrada mais mortífera de Portugal.

Qualquer medida que introduza mais tráfego no canal da EN 125, será gravoso para o quadro actual da sinistralidade rodoviária regional e contribuirá para o aumento – sobretudo no período de Verão – do congestionamento desta estrada, com todas as implicações que daí advém em termos de poluição e de muitas horas de perda de tempo, tanto para os locais como para os turistas. Imagine-se a dimensão que os engarrafamentos em Julho e Agosto poderão atingir, bem como as suas repercussões na imagem e na atractividade da principal região turística do País.

Note-se que no Orçamento do Estado de 2011 refere-se que o valor acrescentado nacional, de acordo com um estudo do Ministério da Economia, da Inovação e do Desenvolvimento, é de 81,5% nos serviços e turismo, de 36,6% no material de transporte, 42,9% na indústria química, 47% na indústria de máquinas e aparelhos e 64,7% nas indústrias de têxteis e vestuário.

Introduzir portagens na Via do Infante sem a existência de uma alternativa séria para atravessar o Algarve – recorde-se que, face à ausência de modernização da rede ferroviária, também o comboio não constitui uma alternativa credível -, acentuará a sinistralidade e o congestionamento rodoviário, com implicações negativas directas na actividade turística e na economia da região, contribuindo para o agravamento da actual crise.

Neste contexto, considera-se não existirem condições para a introdução de portagens na Via do Infante.”

Faro, 24 de Janeiro de 2011,
Os signatários:

AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve AHETA – Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve ACRAL – Associação do Comércio e Serviços da Região do Algarve AIHSA – Associação dos Industriais Hoteleiros e Similares do Algarve NERA – Associação Empresarial da Região do Algarve CEAL – Confederação dos Empresários do Algarve UGT – União Geral dos Trabalhadores CGTP – Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses CUVI – Comissão de Utentes da Via do Infante

Texto copiado do blogue Sebastião do António Almeida
http://ssebastiao.wordpress.com/2011/01/25/manifesto-contra-as-portagens/

Sem comentários:

Enviar um comentário