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sábado, setembro 27, 2008

Do Casamento dos Homossexuais: A homofobia protegida pelo Estado

Pessoas como todas as outras casaram...



Começo este post, por relembrar ao políticos de todas as cores, o artigo 13 da Constituição da República Portuguesa (Princípio da Igualdade) que diz o seguinte:

1. Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei.

2. Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual.

A discussão sobre o casamento dos homossexuais, não tem, portanto, discussão. Trata-se tão só de garantir um direito fundamental consagrado constitucionalmente. O primeiro ministro da Nação, que se gaba a olhos vistos do socialismo moderno e da sua adesão aos novos valores pós-materiais, para utilizar uma expressão do sociólogo Inglehart, afinal não tem tempo para colocar o "problema" na sua agenda. Sim, porque a política já não se faz a partir das necessidades e dos problemas sentidos pelas populações, mas da "agenda" do senhor primeiro ministro.

As mentes homofóbicas e o conservadorismo anacrónico ainda presentes em larga escala na sociedade portuguesa fazem temer e tremer os políticos quanto aos votos que poderiam não receber.

Entretando, a minoria homossexual, enquanto minoria silenciosa, vai continuar a ver espezinhados os seus direitos, a viver na clandestinidade, a existir rodeada de estigmas e preconceitos e condenada à invisibilidade política e social.

A função política do combate ao homofobismo, essa, com excepção do Bloco de Esquerda e pouco mais, é mandada às calendas e o exemplo brilhante do socialismo de Zapatero nesta questão (que não deixou de ganhar as últimas eleições por isso) é completamente ignorado.

Felizmente, para além das concepções políticas retrógadas em relação à homossexualidade, há uma lado da sociedade portuguesa que é cada vez mais favorável à aplicação dos direitos fundamentais na sua totalidade. Uma reportagem brilhante sobre o assunto na televisão portuguesa esta semana, punha especialistas a falar sobre a matéria e recordava que a Associação Americana de Psiquiatria não encontra nenhuma evidencia cientifica que permita dizer que os pais e mães homossexuais eduquem os seus filhos melhor ou pior que os pais e mães heterossexuais.


Portanto, até aqueles que dizem à boca cheia, casamento sim, adopção, é que, concerteza não, estão redondamente enganados. A Juventude Socialista está de parabéns pela sua causa e Manuel Alegre mostrou que até os grandes democratas só vêem certos lados da democracia. Infelizmente, é historicamente conhecido, que as gerações mais velhas têm dificuldade em escutar os mais jovens. Os jovens são por definição, na mente dos mais velhos, "o futuro", e o presente, tem que ser dominado, por quem já domina.

Entretanto, neste burgo à beira mar plantado, vai vencendo o preconceito e a discriminação.


Em França e mais particularmente em Paris, já era possível há alguns anos atrás o Presidente da Câmara ser homossexual. Diferenças de "evolução" civilizacional, é claro...com muita pena minha...

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