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sábado, outubro 13, 2012

Mas afinal não perceberam nada?

Mas afinal não perceberam nada?

Mas afinal o que é eles não que não perceberam do Histórico dia 15 de Setembro de 2012? Mas o que é que não percebeu da manifestação de 15 de Setembro o doutor Pedro Passos Coelho? O que é que não percebeu do 15 de Setembro o doutor Vítor Gaspar? O que é que não percebeu do 15 de Setembro o professor Aníbal Cavaco Silva? O que é que não perceberam do 15 de Setembro os excelentíssimos senhores Conselheiros de Estado? O que é que não percebeu do 15 de Setembro o doutor António José Seguro? Se o problema do vosso entendimento é um problema de boa explicação, nós cá estamos a 13 de Outubro, aqui e agora, de novo na rua, para melhorar a nossa comunicação. Rua! Fora daqui! Não vos suportamos mais!

Aquilo que dissemos no dia 15 de Setembro foi claro, que se lixe a Troika, queremos as nossas vidas de volta. Aquilo que exigimos a 15 de Setembro e estamos todos aqui de novo para o exigir é a demissão imediata do Governo PSD/CDS e a marcação imediata de eleições antecipadas. Não se atreva a avançar para governos de salvação nacional doutor Cavaco Silva. Nós queremos a democracia a funcionar. Não trocamos a democracia por uma qualquer Troika alheia e muito menos a trocaremos pelos interesses de uns quaisquer abutres especuladores que invadiram os mercados e que mais não fazem, do que destruir de forma massiva, vidas humanas. Se os mercados reagem fiquem a saber senhores políticos e banqueiros que as pessoas também reagem. Basta de mentiras. Não nos tomem mais por parvos. A mensagem que gostava aqui de vos deixar é clara, ou democracia, ou nada.

Chega de nos quererem convencer a todo o momento que a miséria que nos impõem é uma inevitabilidade. A palavra de ordem de agora em diante é alternativas. É com todos os que as quiserem construir que a partir de agora podemos contar.

1. A primeira alternativa começa com a rejeição total das políticas de austeridade. A austeridade trouxe consigo o crescimento exponencial do desemprego. O aumento da miséria, da fome e da pobreza. O crescimento das desigualdades sociais. Uma brutal redução de salários. A falência das empresas. A destruição acelerada do Estado Social. O aumento das depressões e dos suicídios. O aumento do desespero. A morte do futuro. O regresso ao século XIX.

Sem a rejeição firme das políticas de austeridade inscritas no memorando da Troika não há alternativas viáveis. Não acreditem quando o doutor Cavaco Silva vos diz que a austeridade pode ser digna ou quando um qualquer António José Seguro vos diz que a austeridade deve ser inteligente. Austeridade não combina com dignidade. Acreditem no que vos digo. A austeridade é o caminho do Inferno. E se a austeridade é o caminho do Inferno não nos vendam mais a ideia que o remédio para resolver os efeitos destrutivos da austeridade é aumentar a dose de austeridade. Digam-me um só país onde as políticas de austeridade deram resultado? Eu respondo. Só na Troikolândia. O único lugar do mundo onde a austeridade é um pretexto para sacar a riqueza dos países onde uma qualquer Troika se instala. Perguntem ao doutor António Borges que ele vos explica como se faz. Ele vos dirá que é preciso mudar de povo para a criação de um homem novo ou em alternativa à mudança para um homem novo nada mais resta que a escravidão de todo um povo. É este o futuro de felicidade que nos prometem os Gasparzinhos e os Antónios Borges deste mundo.

A segunda alternativa passa pela renegociação da dívida. Mas que dívida é esta? Será que a dívida existe mesmo? Quem são os credores? Quem são os devedores? Que negócios foram estes? Foi o buraco do BPN de vários milhares de milhões de Euros? Foi o negócio corrupto dos submarinos do Portas? Foram os negócios ruinosos para o Estado no domínio das parcerias público-privadas? São as empresas públicas municipais do doutor Seruca Emídio? Foram negócios de interesse público? Temos que conhecer esta dívida e para isso só nos resta o remédio de auditá-la.

Vou-vos confessar uma coisa. Eu não devo nada a ninguém e como não devo nada a ninguém não estou disposto a pagar com o meu futuro e o dos meus filhos negócios de que não faço a mais pequena ideia de quem são. Audite-se pois a dívida em nome da transparência e do interesse da República e parta-se depois para a sua renegociação. Paguemos o que temos que pagar. Punhamos de lado a dívida que resultar de negócios escuros que mais não fazem do que ao Estado roubar. Prolonguem-se os prazos de pagamento da dívida para prazos alargados. O interesse dos credores não se pode sobrepor à vida de centenas de milhões de pessoas. Baixem-se os juros através de novas formas de financiamento aos Estados que sejam realistas. Faça-se como se fez com a dívida Alemã do Pós-Segunda Guerra Mundial em que o pagamento da dívida ficou associado à condição do crescimento da economia Alemã. Há medida que a economia crescer a dívida vai sendo saldada. Não se pode pagar uma dívida desta dimensão num ano e muito menos num dia. A não ser que se matem todos os portugueses. Isto são alternativas. Elas não são postas em prática porque a política e os políticos estão prisioneiros dos credores e dos banqueiros. Ponha-se a democracia à frente da especulação imoral dos mercados, faça-se subordinar a economia à política e as nossas vidas aos poucos vão regressar de volta.

A terceira alternativa tem que ver precisamente com a democracia. É a democracia que hoje está em risco. Não vos sei dizer já se ainda vivemos em democracia. Não votámos no FMI. Não votámos em nenhuma qualquer Troika e muito menos votámos nas aldrabices do Doutor Pedro Passos Coelho. Em Espanha, na Grécia, em Portugal, na Itália, na Irlanda e dentro em breve, se nada fizermos, noutros lugares da Europa é precisamente a destruição da democracia aquilo que está em jogo. E uma coisa vos digo, a democracia não pode ser confundida com a casa da tia. É preciso que não caiamos no conto do vigário. Vão-nos dizer agora que as eleições fazem mal aos mercados. Que o melhor será um governo de salvação nacional. Que a democracia a funcionar é sinónimo de instabilidade. Tudo vão fazer, se necessário recorrendo à violência física através das forças do aparelho repressivo do Estado para não os tirarmos do seu lugar. Eles sabem que nós sabemos que quem nos trouxe até aqui não nos vai tirar daqui. Vão continuar a querer-nos meter medo. Vão-nos chantagear até ao tutano dizem-nos que se optarmos por eleições livres e democráticas não nos vão enviar mais dinheiro dos cofres da Troika. A nossa resposta só pode ser uma. Exigir a demissão deste governo já. Acrescentar mais democracia à nossa débil democracia. Recusar firmemente as propostas demagógicas de um qualquer António que se diz Seguro de encolher a democracia e assim reduzir o regime aos mesmos de sempre. Recusar um qualquer governo de salvação nacional que apenas terá como objectivo manter-nos no caminho da escravidão. Recusar firmemente um qualquer homem da Troika à frente dos destinos da nação, à semelhança do que já se passa na Itália e na Grécia onde representam os credores. Dizer-lhes claramente que não abdicamos da democracia. Que sairemos à rua para dizer basta as vezes que forem preciso. Que a partir de agora não mais deixaremos que nos tratem como lixo. Que o lixo que querem fazer entrar nas nossas vidas deve cheirar mal nas casas de quem nos desgoverna. Que não lhes daremos descanso enquanto não tivermos as nossas vidas de volta. Não estou disposto a ser acusado pelos meus filhos um dia mais tarde de ter ficado no sofá a assistir impávido e sereno à destruição do seu futuro. Um dia, eles vão olhar para a minha fotografia e vão dizer com orgulho. Este é o meu pai. Nesse dia resgatei a minha dignidade!

Viva o 25 de Abril de 1974!
Viva a democracia!

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