A reunião decorria na Associação de Pais da escola do meu filho. A Troika já tinha entrado em Portugal e o Presidente e quase todos os membros da respectiva Associação achavam por bem que em nome dos cortes orçamentais dever-se-iam despedir os porteiros que zelam pela segurança das crianças. Só à força de um abaixo assinado se conseguiu que os porteiros por enquanto continuem por lá. Nesse momento apercebi-me que havia um ethos no ar, uma mundividência partilhada pela gente que anda próxima dos meandros do poder. Em nome da dívida e da política cega dos cortes não haveria outra alternativa. A fome como castigo de uma criança de cinco anos denunciada agora pelos media no Concelho de Loulé não é mais do que o fundamentalismo extremo da cegueira colectiva que percorre uma boa parte das elites que controlam as nossas vidas. Como alguém escreveu ontem na blogosfera nacional. Um Horror.
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