O debate sobre a falência dos socialistas europeus, ninguém no PS o quer fazer
Ontem, na "Quadratura do Círculo", António Costa intimava Seguro a ter um resultado excelente nas europeias - a pena de "ganhar poucochinho" seria a de nas legislativas fazer "uma coligação poucochinha e fraquinha". Nada mais certo, mas a grande resposta aos problemas de António Costa veio do militante do CDS António Lobo Xavier: "Quem partilha estas ideias tem de fazer um pouco mais do que agitar-se em vésperas de eleições e dizer que o secretário-geral não presta. Faz parte dos deveres de militância assumir uma ruptura leal e franca." Esta é a magna questão.
Há nesta história toda do "posicionamento" do PS uma sucessão de "poucochinhos" que não irão contribuir um avo para uma mudança de políticas que se impõe. O consenso sobre a fraqueza da liderança de António José Seguro não é difícil e é verdade que o processo das europeias é mais um contributo para acentuar a fragilidade. Mas os chamados "críticos" nem têm uma alternativa consistente a apresentar (quem?, outra vez o Costa?) nem sequer se entendem num programa mínimo entre si - o maralhal que se juntou para levar Costa em ombros, e falhou, ia dos elementos mais à esquerda aos mais à direita dentro do PS, entre os quais há divergências profundas em várias matérias. Era um entendimento forjado numa pessoa, mas não num programa. Essa mixórdia de temáticas acabou tristemente num abraço cínico e num acordo de treta entre Seguro e Costa.
http://www.ionline.pt/iopiniao/socialistas-versao-poucochinho
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