Vamos lá dizer as coisas como elas são: não há qualquer surpresa no convite de Relvas (por sugestão de Dias Loureiro, um dos principais conselheiros de Passos Coelho e de Relvas) ao seu companheiro de avental Franquelim Alves. O PSD é o alfa e o omega da maior fraude financeira do Portugal democrático. Bem podem os apoiantes deste Governo lamentar o buraco que até agora custou 8000 milhões aos contribuintes portugueses - já ninguém acredita na hipocrisia. Do secretário de Estado de Cavaco Silva, Oliveira e Costa, ao antigo conselheiro de Estado Dias Loureiro, o BPN foi o banco do PSD, para os negócios do PSD, uma fonte de riqueza instantânea para políticos laranja e um meio de perpetuar influências na sociedade portuguesa depois do fim do período áureo do cavaquismo. Oliveira e Costa e sua trupe foram fazendo os seus negócios sujos porque tinham a complacência dos sucessivos Governos no poder, incluindo os do PS, numa espécie de repugnante dança de silêncio e de cumplicidades (vide Vítor Constâncio). Uma mão lava a outra; e os ganhos com as acções de Cavaco Silva, assim como a Casa da Coelha, foram as compensações - parcas, se pensarmos nos milhões de Dias Loureiro e Oliveira e Costa que ainda permanecem em off shores, longe de qualquer investigação ao caso - devidas a Cavaco pela manutenção da impunidade. Trata-se de tráfico de influências, corrupção, o que lhe queiram chamar, ensaiado e mantido por quem tem detido o poder político em Portugal nestes últimos vinte anos. O elefante está no meio da sala, e só não vê quem não quer. A chegada de Franquelim ao Governo é a oficialização da banditagem PSD, e uma justa continuidade de um processo que já conheceu uma venda do BPN a um banco dirigido por antigo ministro laranja, Mira Amaral - próximo do padrinho de Passos Coelho, Ângelo Correia - por valores insultuosamente ridículos, e que inclui também a regular injecção de dinheiro dos nossos impostos nas empresas fantasma do grupo SLN.
Nunca veremos o fundo a tal buraco, e no final não haverá culpados. E iremos todos nós, contribuintes, pagar até ao último tostão o preço de um roubo sem precendentes na História de Portugal. E como os portugueses não parecem estar dispostos a mudar este estado de coisas, histórias como esta irão continuar a repetir-se no futuro. Eles saem, entram, voltam a sair, vão ganhando o que têm a ganhar e nós, sim, nós vamos ficando cada vez mais pobres. O povo é sereno. E merece a quadrilha que tomou conta do país.
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