Não são só os economistas do costume (atenção que há outros) que depois de terem contribuido com as suas ideias para a situação a que chegámos a fazer de profetas usando de forma abusiva a legitimidade dos galões da "ciência" que devem ser responsabilizados pela nossa desgraça. Os jornalistas do costume (também há outros) e o aparelho mediático deviam fazer um verdadeiro exercício de auto-análise de forma a perceberem como funcionam como um mero veículo legitimador da poderosa ideologia dominante ao serviço do Estado e dos interesses (financeiros) do capital. Hoje mesmo, quem apareceu para comentar as medidas da Troika na SIC Notícias foi, imagine-se lá, Pedro Ferraz da Costa. Depois fica tudo espantado quando aparece um padre a dizer o que tem dito. É que no quadro de pensamento dominante do espaço mediático não cabem lá as declarações do Bispo das Forças Armadas. O campo mediático não vai deixar de ser responsabilizado pela maior pouca vergonha a que assistimos nas últimas décadas na sociedade portuguesa. Neste momento pela oposição está na TV, como comentador residente, Augusto Santos Silva, o ministro maquiavel do governo de Sócrates. Nem se trata tanto do que os jornalistas dizem ou não dizem, ou a forma como fazem a cobertura das notícias que já dava para escrever rios de tinta. É a quem se dá acesso ao espaço mediático o que hoje é o mais decisivo. Felizmente existe facebook e blogosfera, porque se não fosse isso a lavagem ideológica atingia contornos de contaminação ideológica indescritiveis. Não se admirem um dia destes senhores jornalistas.
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