Alguns membros do MALP participaram no debate levado a cabo pela Associação Almargem na sua sede ontem na cidade de Loulé sobre a exploração de petróleo no Algarve. Os membros do MALP tiveram oportunidade de felicitar esta organização ambiental pela iniciativa e expuseram os motivos pelos quais são contra a exploração de petróleo no Algarve.
1. Falta de transparência democrática na decisão de explorar petróleo na região do Algarve. À revelia das populações, sem qualquer debate ou consulta pública digna desse nome, o governo PSD/CDS aproveitou a crise económica e financeira para avançar à sucapa com uma decisão que pode afectar a vida de todos os residentes no Algarve de forma desastrosa.
2. Ausência de estudos de impacto ambiental, social e económico que fundamentassem a decisão política. Como se pode tomar uma decisão desta natureza sem apoio algum em estudos que ponderem os custos e benefícios para as populações do Algarve da exploração de petróleo?
3. Incompatibilidade total entre turismo sustentável e aposta na indústria petroquímica nos mares do Algarve. Uma indústria altamente poluente não é compatível com a aposta na ideia de turismo sustentável.
4. Problemas de saúde pública causada pela poluição das águas, dos solos e do ar.
5. Aposta errada em políticas do passado centradas nos combustíveis fósseis como fonte de energia quando face à enorme crise ecológica mundial derivada do problema do aquecimento global do planeta e das alterações climáticas a aposta certa deve passar pelo investimento nas energias renováveis. Por exemplo, o Algarve tem um enorme potencial não aproveitado da energia solar.
6. Aumento dos riscos sísmicos resultantes das actividades de prospecção numa zona de elevada sismicidade como é o território do Algarve.
7. Aumento da probabilidade de ocorrência de desastres ambientais decorrentes de acidentes em plataformas petrolíferas ou do aumento da intensidade de tráfego dos petroleiros decorrentes do aumento das necessidades de transporte.
8. O contrato de exploração de petróleo do ponto de vista financeiro beneficia muito pouco ou nada (o contrato é vago quanto a esta questão) o Estado Português e em nada beneficia a região do Algarve.
Face aos argumentos apresentados o Movimento Algarve Livre De Petróleo não encontra nenhuma boa razão para que se defenda a exploração de petróleo no Algarve e apela mais uma vez às entidades responsáveis da região que se pronunciem publicamente na defesa do território Algarvio e das populações residentes no Algarve. Os Membros do MALP consideram que esta geração não pode consentir que o futuro das jovens gerações seja hipotecado pela sua inacção ou omissão face à possibilidade em aberto da expropriação ecológica da região do Algarve pela indústria do petróleo.
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