Esta semana uma aluna entrou no meu gabinete e pediu para falar comigo. Mandei-a entrar e sentar numa cadeira. Disse-me que não sabia como me dizer o que tinha para me dizer. Depois lá ganhou coragem e meio envergonhada confessou-me que estava a frequentar as minhas aulas mas que não se tinha matriculado porque o dinheiro que tinha já não chegava para comer. Ontem li na imprensa as declarações do Presidente da Associação Académica a denunciar a existência de fome em alguns alunos que frequentam a Universidade. Fiquei em estado depressivo. Hoje, na manifestação em Lisboa registei este dado novo. O movimento estudantil está a começar a sair à rua. Congratulo-me por isso. E os motivos para a mobilização não podem ser os estritamente relacionados com a academia. É de um retrocesso social e civilizacional aquilo de que se trata. Do futuro de todos nós.
PS: Imagem de João Martins - Estudantes da Universidade de Coimbra em protesto em frente à Assembleia da República.
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